quinta-feira, 6 de agosto de 2015

O problema em imitar outras pessoas


Por Robson Fernandes Tavares

Você já prestou atenção que as bandas covers nunca fazem o mesmo sucesso que os originais? Já observou que documentos copiados não são a mesma coisa que os originais? Um DVD pirata não é a mesma coisa que um original e uma xerox não é a mesma coisa que um livro original.

Quando você tenta imitar outra pessoa está criando uma caricatura, uma aberração, pois você nem é você mesmo e nem consegue ser a outra pessoa. Daí, surge um ser híbrido, maquiado, dissimulado, falsificado. Uma anomalia. Um ser estéril.

Aqui no nordeste existe o “burro mulo”, que é o resultado do cruzamento entre um jumento e uma égua. Esse animal híbrido é estéril por natureza. Ele não reproduz, não dá frutos. Porém, as duas maiores características do “burro mulo” são a sua utilidade como animal de carga e a forte personalidade. Portanto, não adianta saber carregar grandes cargas e ter personalidade forte se não pode dar fruto. Então, nesse sentido, é melhor ser um jumento ou um cavalo, desde que o seja por natureza, do que nem ser um coisa nem outra e se tornar um “burro mulo”. É melhor ser um jumento ou um cavalo com a possibilidade de transformação do que ser um “burro mulo” empacado e sem frutos.

Porém, para minha tristeza, no meio evangélico as pessoas têm uma grande facilidade de aceitar cópias (covers) e imitações e, me parece, uma facilidade maior ainda de se tornarem cópias. Lembro do auge de Caio Fábio quando seminaristas deixavam cavanhaque e da época de Jimmy Swaggart quando até alguns tradicionais imitavam esse pentecostal. Recentemente já vi muita gente imitando o amado pastor Hernandes Dias Lopes, a quem admiro muito. Mas, a moda que está pegando agora é a de imitar a todo custo o querido pastor Paul Washer, a quem admiro também. Alguns tentam imitá-lo ao ponto de buscarem ser reconhecidos como o Paul Washer brasileiro. Isso é no mínimo uma pena, especialmente porque, conhecendo o Paul Washer como conhecemos, ele não deve se alegrar nem um pouco com isso.

Acredito que o mínimo que o Paul Washer diria nesse caso é que tal pessoa imitasse a Cristo e não ele mesmo. Mas, para piorar a situação, essa cópia brasileira não seria autenticada em cartório, principalmente porque o Paul Washer se comporta como um santo e prega a graça, enquanto as cópias brasileiras se comportam como se fossem os reis de toda a verdade em uma pregação puramente legalista.

Talvez seja por isso que os mais velhos, e mais experientes, aconselhem os mais novos a serem prudentes e terem cuidado. Será que isso é apenas coisa de jovem, de gente que não tem mentor, ou as duas coisas juntas? Será, ainda, que existe ainda algo a mais, além disso?

Lembro de Paul Washer dizendo, em público, que tem um mentor e que segue conselhos de homens experientes e que têm vida com Cristo. Bom, já que desejam imitar o Paul Washer, deveriam começar imitando essa qualidade deste grande pregador americano. Mas, parece que o que essas cópias querem na verdade não é nem pregar a santidade e nem a graça que Washer prega, mas desejam apenas a “fama” que o original norte-americano adquiriu, fama essa que nem foi buscada e nem desejada, diferentemente das cópias tupiniquins.

Precisamos compreender que imitar ações corretas de outras pessoas é uma atitude estimulada e louvável, mas imitar a pessoa em si é outra coisa totalmente diferente. Seria isso uma Mimetomania (Mania de imitar outros) ou uma patologia mesmo? Essa admiração exagerada pode ser uma patologia conhecida como “amor patológico” (amor doentio), em que o obcecado deixa de viver a sua própria vida para viver a do outro. Quando esse amor patológico é desenvolvido de um homem para outro homem, sem que isso não possua nenhuma relação com o homossexualismo, mas apenas o desejo de ser a outra pessoa e viver como ela, o obcecado pode desenvolver um machismo exagerado também, e inconsciente, como forma de autodefesa. Daí o seu exagero até contra a cor rosa, por exemplo, como se um homem deixasse de ser homem e de manifestar a sua masculinidade pelo simples uso de uma camisa dessa cor. Em outras palavras, o obcecado busca ocultar a sua patologia por meio da imposição da força, ao mesmo tempo que se esforça ao máximo para viver como o seu “ídolo” vive e fazer o que acha que ele faria. Porém, o problema é que, assim como foi dito no início, a cópia nunca é o produto original. Na verdade, a cópia sempre trará “incongruências” que irão naturalmente distorcer a imagem original.

Portanto, amados irmãos em Cristo, parem de imitar o Pr. Paul Washer! Preguem a mensagem que ele prega, sigam os seus conselhos, vivam em santidade, honrem a Deus e O glorifiquem, mas sejam vocês mesmos. Mas, se ainda assim quiserem imitar o grande pregador americano, comecem com a santidade e temor a Deus, falem sobre a Graça do Senhor, tenham mentores que sejam dignos, busque conselhos e orientações dos mais velhos e parem, pelo amor de Deus ‘parem!’ de pregar legalismo.

Por fim, lembrem que pregadores são formadores de opinião e influenciadores em potencial. Por isso, um pregador desequilibrado desequilibrará seus ouvintes. Um pregador doente adoecerá seus ouvintes. Um pregador legalista aprisionará seus ouvintes. Um pregador sedento por fama e reconhecimento causará mais mal do que bem, por melhor que sejam as suas intenções.

Pensem nisso e tenham cuidado irmãos. Cuidado.

Que Deus lhes abençoe e dê discernimento em Cristo, para que o Senhor seja glorificado de verdade.

Fonte: NAPEC

Nenhum comentário:

Postar um comentário