Por Fabio Campos
Texto base: “... pela graça de Deus, sou o que sou”. – 1 Co 15.10a (ARA).
O seu esforço se encontra mais para ser você mesmo ou para ser o que os outros querem que você seja? Pois é, nosso narcisismo adora ser adorado, e por isso, muito das vezes, nos vendemos aos moldes da expectativa qual é posta sobre nós. Certamente, neste estágio nosso esforço e desgaste estão nos tornando alguém que Deus não quer que sejamos. Quem se preocupa demais em agradar a todos nunca poderá ser um servo de Cristo (Gl 1.10).
Paulo, frente às acusações dos coríntios, de ser “um menor apóstolo” comparado com os doze, disse claramente:“pela graça de Deus, sou o que sou!”. Quando Paulo diz “pela graça!”, ele demonstra gratidão a Deus por ser quem é. Paulo estava sendo alfinetado pelos “falsos obreiros”, e seus opositores caluniavam-no com o argumento de que pelo fato dele ter sido chamado depois da ressurreição, sua autoridade apostólica era questionável.
Por conseguinte, Paulo sabia em quem ele cria, e isso fez toda diferença em seu ministério. Sabia também que Deus, por Sua graça, operava através dele. Paulo nunca imitou a ninguém para poder ser apóstolo. Assim aconteceu com ele; assim também será com aquele que guarda a sua convicção. Prevalecerá o homem que conhece a Deus e a si mesmo, pois como disse Calvino: “nisto consiste toda a sabedoria”.
Deus quer que você seja você e não outra pessoa (incluindo os heróis da fé de todos os tempos). O talento dado aos santos homens de Deus não é mesmo que foi entregue a você. Deus cobrará de acordo com o que lhe foi entregue, e não com base naquilo que foi dado a outrem. Paulo é Paulo!; Spurgeon é Spurgeon!; Você é você! Deus só pede de nós aquilo que podemos lhe entregar (2 Co 8.12). Neste ponto, você tem se esforçado para agradar mais a Deus ou aos homens?
Seja você! Não seja Paulo, Pedro, João, Calvino ou Lutero! Seja você! Estes homens são exemplos de vida espiritual com toda certeza, mas Deus jamais quer que você seja eles. Sabe por quê? Porque Deus lhe confiou outros dons. Quando você quer imitar alguém em todas as coisas, desprezando quem você realmente é, a mensagem que chega ao Trono de Deus é: “o Senhor poderia me fazer um pouco melhor do que me fez!”.
Acredite meus irmãos, para um cristão sincero e verdadeiro, é muito mais difícil e pesado ser o que os homens querem que ele seja, do que ser o que Deus de fato requer. O jugo do homem é pesado demais para ser carregado (At 15.10), enquanto que o do Senhor é “leve e suave” (Mt 11.28-30). O jugo do homem é carregado na carne; o de Deus pelo Espírito, pois Ele é quem efetua em nós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade. E esta vontade não acrescenta dores; ela é boa, perfeito e agradável.
Cuidado com as comparações. Nunca se compare com os mais fracos e nem tente ser igual aos mais fortes. Pois o homem vê a aparência, mas Deus vê o coração. Cuidado com as biografias. A única biografia perfeita é a Bíblia, pois ela não romantiza o pecado de quem quer que seja, mas antes denuncia todos os homens dizendo que “não há um justo se quer” e que todos estão perdidos carecendo da glória de Deus.
Que possamos ser gratos por aquilo que Deus pôs em nossas mãos. Que sejamos gratos por aquilo que Ele tem feito por meio de nós, para nós e em nós. Ainda que haja ministérios maiores do que o nosso ou cristãos mais habilidosos do que você, entenda que o fim principal de Deus na vida de TODOS os seus filhos e transforma-los na “imagem e semelhança” do Filho Jesus. Partindo deste ponto, todos estão no mesmo nível e na mesma condição, ou seja, todos estão dependendo da graça.
Portanto, seja você! Deus quer você, e não o artista que talvez você esteja tentando parecer. Agindo deste modo, nossa vida trará mais glória para Deus e, ainda que cesse os elogios dos homens, teremos o louvor de Deus; e Ele que vê no secreto, nos recompensará; por isso nosso trabalho nEle nunca é vão.
Afinal, quem realmente é você? Alguém que se esforço o tempo todo para agradar os outros ou alguém que anseia pela a glória de Deus mais do que sua própria reputação?
Que possamos ser libertos em Cristo para sermos nós mesmos conforme a vontade de Deus e não dos homens, dizendo sem receio algum: “Pela graça de Deus, sou o que sou!” (1 Co 15.10a) e ponto final. Como disse alguém: “o desejo de sentir-se amado é a última ilusão: abra mão dele e você será livre”.
Considere este artigo e arrazoe isto em seu coração,
Soli Deo Gloria!
Fonte: Fabio Campos
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