sexta-feira, 22 de agosto de 2014

QUERO TRAZER À MEMÓRIA O QUE ME PODE DAR ESPERANÇA


Por Pr. Silas Figueira

Texto base: Lm 3.1-3; 19-21

INTRODUÇÃO

O livro de Lamentações nos retrata a condição caótica que ficou Judá após a invasão do Império Babilônico por Nabucodonosor. Esse livro registra a triste figura de uma nação totalmente destruída pelo inimigo. Tanto que na Septuaginta – o Antigo Testamento em grego – esse livro leva o título de “Cânticos Fúnebres”. O livro de Lamentações consiste em cinco poemas e os primeiros quatro poemas são acrósticos alfabéticos, o que significa que cada grupo de versículos começa com uma letra diferente do alfabeto hebraico, que consistia de vinte e duas letras.

Neste livro, a mágoa do profeta jorra como a de um enlutado no sepultamento de um amigo íntimo que teve morte trágica. As lamentações reconhecem que a tragédia era o juízo divino contra Judá pelos séculos de rebeldia contra Deus. Chegara o dia da prestação de contas, e foi muito terrível.

Jeremias durante seu ministério público tentou levar a nação ao arrependimento, mas tal coisa não aconteceu. Por cerca de quarenta anos esse profeta do Senhor profetizou que o mal estava às portas da nação, mas os reis preferiram dar ouvidos aos falsos profetas que profetizavam o que eles queriam ouvir do que ouvir a verdade que estava na boca de Jeremias. Mas antes de Jeremias, o profeta Isaías, cerca de cento e quinze anos antes, já vinha alertando Judá a cerca do seu pecado e quais seriam as suas consequências. Isso prova a longanimidade de Deus. Pois antes dEle enviar o castigo Ele procurou alertar o seu povo para que houvesse mudança de atitude. No entanto, ninguém deu ouvido a voz de Deus, pelo contrário, iam cada vez mais se envolvendo no pecado.

Como resultado o Senhor enviou o castigo que disse que havia dito que enviaria. O que ocorreu em Jerusalém foi a mão do Senhor sobre ela por terem desprezado a correção e darem ouvidos aos falsos profetas e por não terem abandonado o pecado, quebrando assim a aliança que tinham com Deus.

Com a invasão babilônica, a maioria dos sobreviventes foi deportada para a Babilônia. A primeira deportação ocorreu em 605 a.C. Nessa primeira deportação foram levados os jovens. No ano 600 a.C, foi levado mais uma parte do povo e por fim, no ano 585 a.C. a nação foi totalmente destruída, inclusive o templo e os muros da cidade.

Que lições podemos tirar desse livro que retrata de forma tão vívida a destruição da cidade de Jerusalém?

I – A PRIMEIRA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE O PECADO É ALGO ABOMINÁVEL AOS OLHOS DE DEUS – Lm 1.5,8,9; 4.6,13.

O pecado é abominável aos olhos de Deus e ele sempre trás suas tristes consequências.    As suas consequências nem sempre recairão somente sobre a pessoa que peca, mas também poderá recair sobre a vida dos filhos, ou seja, sobre os seus descendentes – Lm 5.7, e isso, infelizmente, ocorreu; não só porque os pais pecaram, mas porque os filhos também não se arrependeram de seus pecados. A herança deixada pelos pais foi o pecado e a prática dele e não o exemplo de uma vida santa. Qual legado você está deixando para os seus filhos?

Preste atenção como o Senhor através da boca de Isaías já falava a respeito do pecado do Seu povo – Is 1.10-21. Observe que o Senhor não deixou de alertar a cerca do pecado da nação. Veja o que o Senhor por boca do profeta Jeremias disse também: Jr 8.4-12.

Meu querido irmão e minha querida irmã o Senhor não mudou sua maneira de agir, Ele continua chamando a atenção do Seu povo contra o pecado. Ele continua mostrando que o pecado é abominável aos Seus olhos e nos mostra quais são as suas consequências ainda hoje. O apóstolo Paulo em Rm 3.23 nos diz que “todos pecaram e carecem da glória de Deus”, e em Rm 6.23 ele afirma que “o salário do pecado é a morte”.

A graça de Deus não nos isenta de uma vida santa em Sua presença, pelo contrário, observe mais uma vez o apóstolo Paulo nos fala em Gl 5.16-21 quando ele nos diz que devemos andar no Espírito para não satisfazermos a vontade da carne. E a relação que ele nos dá das obras da carne é algo que temos visto todos os dias no mundo perdido e porque não dizer dentro da igreja também. E ele diz que quem tais coisas praticam não herdarão o Reino de Deus.

Por isso mais uma vez afirmamos que o pecado é algo abominável aos olhos de Deus.

II – A SEGUNDA LIÇÃO QUE APRENDO AQUI É A TRÁGICA CONSEQUÊNCIA DO PECADO.

Jeremias nos mostra no livro de Lamentações o que ocorreu com o povo que se rebelou contra o Senhor após a invasão dos Caldeus. Vejamos os ocorridos:

Em primeiro lugar ele fala da escravidão do povo – Lm 1.1.

Em segundo lugar ele fala a respeito do exílio ocorrido – Lm 1.3,6, 18.

Em terceiro lugar ele fala que os anciãos e os sacerdotes foram humilhados, enforcamentos e as mulheres violentadas – Lm 4.16; 5.11,12.

Em quarto lugar ele fala que Nabucodonosor levou os utensílios consagrados do Templo 1.10.

Em quinto lugar ele fala que o Templo foi destruído e os muros da cidade derrubados – Lm 2.6-9.

Em sexto lugar ele fala das muitas mortes que ocorreram, tanto velhos quanto moços – Lm 2.21,22.

Em sexto lugar ele fala da fome que se instalou em Judá foi tremenda a ponto das mães matarem seus próprios filhos e comerem – Lm 1.11; 2.11c,12; 4.4,9,10.

Em sétimo lugar ele fala dos profetas mentirosos que enganaram o povo – Lm 2.14.

É mais fácil ouvir a mentira que a verdade, porque a verdade incomoda, trás mal estar aos ouvidos, no entanto a verdade liberta. Mas as pessoas não querem a liberdade, pois liberdade envolve responsabilidade, santidade, vida na presença do Senhor, e isso muitos não querem. Como disse Jesus em Jo 3.19,20:

“O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras”.

O profeta passa descrever a sua dor diante de todo esse ocorrido e a total falta de esperança de livramento – Lm 3.1-8, 14-19.

III – A TERCEIRA LIÇÃO QUE APRENDO AQUI É QUE O PROFETA JEREMIAS NÃO QUER SER CONSUMIDO PELA TRAGÉDIA – Jr 3.21

Eugene Peterson disse que é mais fácil desfalecer em desespero do que viver com base na esperança, pois quando vivemos em desespero não temos de faze nada ou assumir riscos. No entanto, diante desse quadro caótico o profeta Jeremias não quis ser um poço de mágoa; ele não quis morrer envenenado com a amargura de sua alma. Ele quis assumir riscos. Veja como ele descreve a dor que lhe toma o coração: Lm 3.14-20. Mas diante disso ele disse não! Eu não quero ser um poço de amargura, eu não quero morrer consumido pela desesperança e pela dor. Esta é uma das maiores lições que aprendemos com este profeta: “Olhar para vida com esperança, mesmo quando ela nos vem revestida de tragédia e dor”.

Por isso ele nos fala que “quer trazer à memória o que lhe pode dar esperança”. Assim como o apóstolo Paulo também disse: “esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fl 3.113,14).

E quais são essas recordações que ele busca em sua mente?

1ª A primeira coisa que ele traz à memória é que o Senhor é misericordioso – Lm 3.22,23a.

Jeremias em meio ao caos diz para si mesmo: “As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã”. A misericórdia de Deus era em primeiro lugar a força motriz para Jeremias continuar vivendo. Ele sabia muito bem que a causa da calamidade que se abatera sobre Judá e Jerusalém era consequência dos seus pecados. Ele não tinha dúvidas disso e nem fazia vista grossa a isso. Mas ele trás à memória a misericórdia de Deus, pois o Senhor tinha um amor constante e foi por amor ao Seu povo que Ele permitiu e até usou os Caldeus contra eles. Veja o que o Senhor fala ao profeta Habacuque que usaria os Caldeus para realizar uma grande obra em meio ao Seu povo através dessa nação perversa. Observe o que Habacuque fala em sua oração:

 “Não és tu desde a eternidade, ó SENHOR, meu Deus, ó meu Santo? Não morreremos. Ó SENHOR, para executar juízo, puseste aquele povo; tu, ó Rocha, o fundaste para servir de disciplina” Hc 1.12.

Até na disciplina o Senhor é misericordioso. Como nos diz a Palavra de Deus em Provérbios 3.11,12:

“Filho meu, não rejeites a disciplina do SENHOR, nem te enfades da sua repreensão. Porque o SENHOR repreende a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem”.

Por isso que o autor de Hebreus nos diz que “se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos” Hb 128.
A causa de não sermos consumidos é grande misericórdia do Senhor por nós.  E a maior prova da Sua misericórdia foi quando Ele enviou Seu Filho Jesus para morrer em nosso lugar na cruz do Calvário. Como disse Paulo em sua carta aos Romanos:

“Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” Rm 5.7,8.
Leia também Jo 3.16. Ali o Senhor Jesus nos fala que o amor de Deus por nós é tal que Ele deu Seu único Filho para morrer por nós. 

ILUSTRAÇÃO

Conta-se uma história que Napoleão Bonaparte mandou enforcar um de seus soldados por ele ter sido pego dormindo quando estava de guarda. A mãe do jovem, no entanto, pedia insistentemente que Napoleão tivesse misericórdia de seu filho. Napoleão disse para aquela pobre mãe que o filho dela merecia morrer, que ele era culpado de um crime muito grave, pois deixou em perigo todo o seu exército. A mãe do jovem concordou com Napoleão que seu filho merecia a morte, por isso que ela estava lhe pedindo que tivesse misericórdia dele. Com tal argumento Napoleão mandou soltar o jovem e não o matou.

Todos nós merecíamos a morte, mas as misericórdias do Senhor não tem fim, se renovam sobre a nossa vida através do sacrifício de Cristo a cada manhã.

Jeremias se lembrou da misericórdia do Senhor e sabia que aquele quadro caótico que estava sobre a sua nação chegaria ao fim um dia.

2ª A segunda coisa que ele traz à memória que é que o Senhor é fiel – Lm 3.23b.

O Senhor não é só misericordioso, mas também fiel a Sua aliança. E Ele havia feito uma aliança com o Seu povo antes mesmo deles existirem como nação através de Abraão. Veja o que o Senhor disse a Abraão quando o chamou de Ur dos Caldeus:

“Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra” Gn 12.1-3.

Em Levítico 26 o Senhor fala por intermédio de Moisés que a obediência geraria bênçãos, mas a desobediência geraria castigo. Observe o que o Senhor fala a respeito do castigo, mas fala também de perdão se houver arrependimento e confissão do pecado:

“Mas, se confessarem a sua iniquidade e a iniquidade de seus pais, na infidelidade que cometeram contra mim, como também confessarem que andaram contrariamente para comigo, pelo que também fui contrário a eles e os fiz entrar na terra dos seus inimigos; se o seu coração incircunciso se humilhar, e tomarem eles por bem o castigo da sua iniquidade, então, me lembrarei da minha aliança com Jacó, e também da minha aliança com Isaque, e também da minha aliança com Abraão, e da terra me lembrarei” Lv 26.40-42.

É nessa fidelidade que Jeremias cria. Ele esperava que no cativeiro babilônico os judeus se lembrassem da aliança que eles haviam quebrado e se voltassem novamente para o Senhor. E através dessa reconciliação o Senhor os traria de volta a terra que o Senhor por juramento lhes havia dado.

Veja o que o Senhor falou com Ezequiel durante o período do cativeiro babilônico:

“Assim diz o SENHOR Deus: Quando eu congregar a casa de Israel dentre os povos entre os quais estão espalhados e eu me santificar entre eles, perante as nações, então, habitarão na terra que dei a meu servo, a Jacó” Ez 28.25.

Assim como o Senhor fez uma aliança com Israel, da mesma forma o Senhor fez uma aliança com cada um de nós também na pessoa do Seu Filho Jesus. Na última ceia antes da crucificação o Senhor tomou o cálice e disse:

“Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós” Lc 22.20.

Jesus disse que estaria conosco todos os dias até a consumação do século (Mt 28.20c). Jesus falou que enviaria o Consolador para estar conosco todos os dias e que em nós faria morada (Jo 14.16-18,23). Mas também disse que se confessarmos os nossos pecarmos Ele nos perdoaria os pecados, pois Ele é fiel e justo (1Jo 1.9) e disse que voltaria para estarmos com Ele para todo o sempre (1Co 15.50-58).

Deus é fiel. E Ele não pode ser diferente disso, faz parte do Seu caráter a fidelidade. Veja o que o apóstolo Paulo nos fala a respeito disso: “se formos infiéis, Ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo” (2Tm 2.13).

Deus é fiel. Aleluia!

3ª A terceira coisa que ele traz à memória é que o Senhor era a sua verdadeira herança e a sua única esperança na terra dos viventes – Lm 3.24.

Em outras palavras o profeta está dizendo que o Senhor é o que lhe resta, por isso tinha esperança. O Senhor era a sua herança. Era a única coisa que era real em sua vida. E isso era o que importava. Os bens materiais podem se perder, a família pode morrer, os sonhos podem deixar de existir, mas o Senhor nunca ira deixar de ser o nosso bem maior.  

Como disse Lutero em seu hino Castelo Forte na última estrofe:

Se temos de perder,
Os filhos, bens, mulher,
Embora a vida vá,
Por nós Jesus está,
E dar-nos-á seu Reino.

Quem tem sido a sua herança meu irmão? Os bens dessa terra ou o Deus Eterno?
4ª A quarta coisa que ele traz à memória é que o Senhor era bom para os que esperam nEle  – Lm 3.25.
É bom ter esperança em Deus porque ele é bom para todos o que nEle esperam. Jeremias não tinha em quem esperar. Os reis de Judá esperaram ajuda de outras nações contra o exército babilônico, mas estes não vieram. Mas Deus não falha. Ainda que seja na quarta vigília da noite Ele vem nos socorrer.
Em Jo 6.17 nos diz: “E, tomando um barco, passaram para o outro lado, rumo a Cafarnaum. Já se fazia escuro, e Jesus ainda não viera ter com eles”.
O texto nos diz que Jesus ainda não havia chegado. Essa palavra “ainda” está cheia de esperança. Observe que o texto não diz que Jesus não viera, mas diz que ainda não viera ter com eles. Meu querido irmão, ainda não chegou o momento de o Senhor agir em sua vida, mas vai chegar o momento. Faça como Jeremias traga à memória a fé e a esperança, lembre-se que o Senhor é bom e irá vir ao seu encontro para socorrê-lo. 
5ª A quinta coisa que ele traz à memória é que o Senhor era o seu Salvador – Lm 3.26.
Jeremias não perdeu a esperança porque o Senhor era o seu salvador. A salvação vem do Senhor e somente dEle. Mas a salvação não se resume a sermos livres das calamidades dessa vida e nem do tormento eterno. Entenda uma coisa, a salvação não se resume em ir para o céu, mas em estar livre do pecado e ter prazer em Deus. É ser livre dos desejos da carne e ter no Senhor o nosso real prazer. É adorá-lo pelo o que Ele é e não pelo o que Ele dá e faz.
Como disse Rabia 800 d.C: “Se eu te adorar por medo do inferno, queima-me no inferno. Se eu te adorar pelo paraíso, exclua-me do paraíso. Mas se eu te adorar pelo que Tu és, não esconda de mim a Tua face”.
Se você está servindo ao Senhor por medo das consequências ruins que podem lhe acontecer então você não entendeu ainda o que é servir ao Senhor.
Mas é também reconhecer que do Senhor vem o socorro no momento de tribulação. Como nos diz Davi no Salmo 20.7-9:
“Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus. Eles se encurvam e caem; nós, porém, nos levantamos e nos mantemos de pé. Ó SENHOR, dá vitória ao rei; responde-nos, quando clamarmos”.
O Senhor não mudou, Ele continua agindo com poder e graça em nossas vidas.
6ª A sexta coisa que ele traz à memória é que o Senhor atende aos humildes – Lm 3.29.
Por a boca no pó significa ter uma vida de humildade. É se humilhar debaixo da potente mão do Senhor. É reconhecer a nossa pequinesa e não nos vermos como melhores que os outros. Como disse o apóstolo Paulo em Fl 2.3:
“Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo”.
Esse é o sentimento que deve reger o nosso coração. Mas há pessoas que mesmo diante da calamidade ainda se sentem os “donos da cocada preta”. Nem diante da calamidade se tornam mais humildes. A soberba “os cinge como um colar” (Sl 73.6). No entanto a Bíblia é muito clara quando diz: “Pois todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado” (Lc 14.11). E próprio Senhor Jesus nos diz que devemos aprende com Ele o que é humildade: “aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração” (Mt 11.29).
Ser humilde não é ser fraco, mas é reconhecer que sozinhos não chegaremos a lugar algum e que por intermédio do Senhor que alcançamos grandes coisas.
Meu irmão ponha a boca no pó, reconheça seus pecados e os confesse, pois um coração contrito o Senhor não rejeita.
7ª A sétima coisa que ele traz à memória é que o Senhor não se prolonga em Sua ira – Lm 3.31,32.
Embora fosse severo o cativeiro babilônico imposto pelo Senhor a Judá, este tinha por finalidade corrigir o Seu povo e trazer-lhes ao arrependimento. Após setenta anos (Jr 25.11,12), o remanescente voltaria para Jerusalém e reconstruiria o templo, os muros e a cidade. Mas mesmo no cativeiro babilônico o Senhor não os abandonou muito pelo contrário, através de Jeremias lhes mandou dizer que tinha o melhor para eles. Veja o que o Senhor lhes disse:
“Assim diz o SENHOR: Logo que se cumprirem para a Babilônia setenta anos, atentarei para vós outros e cumprirei para convosco a minha boa palavra, tornando a trazer-vos para este lugar. Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais. Então, me invocareis, passareis a orar a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração. Serei achado de vós, diz o SENHOR, e farei mudar a vossa sorte; congregar-vos-ei de todas as nações e de todos os lugares para onde vos lancei, diz o SENHOR, e tornarei a trazer-vos ao lugar donde vos mandei para o exílio” Jr 29.10-14.
O castigo divino dura por algum tempo; Sua misericórdia é para sempre. O Senhor não se esquece do seu povo. O Senhor não se esqueceu de você, no momento de aflição Ele sempre envia o Consolador para nos renovar a fé e a esperança. O apóstolo Paulo em Rm 8.26,27 diz que Espírito Santo intercede por nós:
“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos”.
Essa é uma das maiores alegrias que o cristão pode ter, saber que mesmo que a tragédia nos assole a misericórdia do Senhor estará sobre nós todos os dias. Lutas virão mas precisamos trazer à memória o que realmente importa: Que a misericórdia do Senhor é sobre nós todos os dias.

CONCLUSÃO

Quando a angústia vier saiba que o Senhor está ao seu lado todos os dias para lhe consolar. Não quero com isso dizer que não teremos sequelas em nossa vida, seria muita presunção e ingenuidade de minha parte falar tal coisa, mas que essas sequelas não sejam maiores que a nossa superação com a ajuda do nosso Deus. Somos humanos e não robôs. Até Jesus chorou no túmulo de Lázaro, quem somos nós para não chorarmos diante das adversidades da vida também. Uma coisa é sofremos diante das perdas e lutas que a vida nos proporciona, outra coisa é afundarmos num poço de angústia e depressão podendo sair dele com a ajuda do nosso Deus.

A vida não é colônia de férias, como nos fala o Rev. Hernandes Dias Lopes, mas também não um eterno sofrimento. Por isso que o salmista nos fala com muita propriedade: “Este é o dia que o SENHOR fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele” (Sl 118.24).

E como nos diz a Palavra de Deus em Fl 4.8:

“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento”.

Que o Senhor nos ajude a superarmos as crises que vem sobre nós, em todo o louvando e trazendo à memória a Sua Palavra.

Pense nisso!

Que o Senhor lhe abençoe!

Um comentário: