sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

TEOLOGIA INCLUSIVA



Pr. Cleber Montes Moreira

“Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.” (Romanos 1:25 – ACF)

Embora se afirme que a Teologia Inclusiva seja “um ramo da teologia tradicional”, ela é, na verdade, um rompimento com os valores cristãos como ensinados na Bíblia. Uma vez que está voltada para a “inclusão, prioritariamente, das categorias socialmente estigmatizadas como os negros, as mulheres e os homossexuais” (e outras) sem, todavia, anunciar-lhes o arrependimento e o novo nascimento como condição para a inclusão no Reino, contraria o ensino do próprio Cristo que iniciou seu ministério terreno com estas palavras: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mateus 4:17 - ACF).1

Ao considerarem a posição cristã conservadora sobre o tema da sexualidade como “imposição de dogmas infundados e opiniões particulares como regras universais”, e “imposição de um pensamento ético puritano e castrador”, em decorrência do que o tema homossexualidade seja supostamente relegado “aos porões do fazer teológico”, e ao acusarem os teólogos e expositores cristãos, em sua maioria, de fundamentarem suas interpretações em duas ou três passagens das Escrituras, os teólogos inclusivos agem de má fé e se arvoram detentores de uma hermenêutica acima de qualquer suspeita.2 Não é novidade que todo herege se considere dono da verdade.

O “amor” como única doutrina:

Frases como “Deus abençoa todas as formas de amor”, “Amor é amor e toda forma de amar é justa”, “Onde estiver o amor, ali Deus está” etc., são apenas algumas das afirmações que vemos circular pelas redes sociais e ambientes onde há propaganda inclusiva.

A Teologia Inclusiva, ainda que negue, proclama o “amor” como única doutrina. Foi exatamente o que ensinou um de seus exponentes num sermão em que chega a afirmar que se alguém é capaz de amar, mesmo que não tenha um relacionamento com Cristo, mesmo que não creia em Deus, está salvo: “Quem ama vive a realidade da fé, ainda que não confesse a fé.” Perceba que não é o arrependimento, não é a conversão, não é a santidade, mas o “amor” a doutrina elementar do “evangelho inclusivo”. A base bíblica para isso é “Deus é amor” (1 João 4:8b) – como sempre, o texto é pretexto! Daí pegam uma frase de Agostinho, descolam de seu contexto, e com ela propagam seu pilar: “Ama e faz o que quiseres.”3

O “amor” que ensina a Teologia Inclusiva não vem de Deus, não é o amor ensinado nas Escrituras, mas é um amor hedonista, que procura conciliar vida religiosa com prazeres, interesses e pecados. Para suprir esta demanda é que surgem as chamadas “Igrejas Inclusivas” onde todos são aceitos como são e estão, sem convite ao arrependimento, onde se ensina que “pecado é não amar”.

A ressignificação das Escrituras:

Para se impor como verdadeira, a Teologia Inclusiva trata de ressignificar textos bíblicos que contrariam seus (des)valores, principalmente os que condenam práticas homoafetivas. É por isso que defende que as condenações encontradas no Velho Testamento referem-se às relações sexuais ligadas aos cultos pagãos, e que por se encontrarem ao lado de outras proibições como comer sangue ou carne de porco, já perderam a validade e não necessitam ser guardadas pelos cristãos.4

Pecado é pecado, a Verdade não pode ser relativizada:

John Stott afirmou: “A tolerância em relação ao mal não é uma virtude. Deus continua dizendo a seu povo para se santificar.” Sim, Deus continua dizendo ao seu povo que pecado é pecado, e que todo salvo deve afastar-se do pecado e buscar crescer em santidade. Deus não muda, sua Palavra também não, por isso que os valores de seu reino são eternos.

Quando os teólogos da Teologia Inclusiva relativizam a Bíblia e negam o ensino tradicional sobre o pecado, eles desafiam o Eterno e Imutável Deus e, por suas heresias, mudam a verdade em mentira, e criam um “evangelho” centrado na criatura e não no Criador, que contempla a carne e seus prazeres ao invés do “andar no espírito” (Gálatas 5:16). Os textos que seguem são bem explicativos, e ressignificá-los ou relativizá-los é no mínimo desonesto: “Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus” (1 Coríntios 6:10); “Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é” (Levítico 18:22); “Fujam da imoralidade sexual. Todos os outros pecados que alguém comete, fora do corpo os comete; mas quem peca sexualmente, peca contra o seu próprio corpo” (1 Coríntios 6:18); “A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual. Cada um saiba controlar o próprio corpo de maneira santa e honrosa, não com a paixão de desejo desenfreado, como os pagãos que desconhecem a Deus” (1 Tessalonicenses 4:3-5); “Fora ficam os cães, os que praticam feitiçaria, os que cometem imoralidades sexuais, os assassinos, os idólatras e todos os que amam e praticam a mentira” (Apocalipse 22:15). OBS.: Bíblia NVI, grifos do autor. Não apenas a homossexualidade, não apenas os pecados sexuais, mas a pratica de todo e qualquer pecado, se não houver arrependimento verdadeiro, leva à condenação eterna: “Pois o salário do pecado é a morte...” (Romanos 6:23) – ocultar este ensino é artimanha maligna para encher o inferno. Cuidado, os operários do engano trabalham sem descanso!

Reflita:

Deus não inclui em seu reino pecadores sem arrependimento, sem novo nascimento e, portanto, sem natureza transformada, seja ele branco, negro, índio, pardo, judeu, não judeu, hétero ou homossexual. O quesito para a salvação ainda é o mesmo, “necessário vos é nascer de novo” (João 3:7), e todo aquele que passa pela experiência da salvação deve abster-se das práticas pecaminosas e buscar a santificação: “Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?” (Romanos 6:2 – ACF). Não há mensagem mais inclusiva que a do verdadeiro evangelho, que anuncia a todos os homens, em todos os lugares, que se arrependam.

O discurso de amor da “Teologia Inclusiva” tem feito surgir muitos “bons samaritanos”, porém não tem colaborado no desenvolvimento de um caráter verdadeiramente cristão naqueles que dizem crer. Esta teologia falha tentando imprimir nas pessoas a imagem de um cristo preocupado com as demandas sociais, porém frouxo quanto aos valores eternos da Palavra e do Reino; um cristo universalista, incapaz de julgar o mundo por sua Palavra. Se este fosse o Cristo da Bíblia, ele teria falhado naquilo que ele mesmo ensinou. Mas, o Cristo jamais falha. Então, quem tem falhado? Aqueles que criaram uma bíblia, uma teologia, um cristo e uma igreja ao gosto do freguês.

Alguém poderá perguntar: “A Igreja do Senhor não é inclusiva?” Uma igreja verdadeiramente inclusiva é aquela que sai ao mundo em busca de pecadores, sem qualquer distinção, independente de quem e como estão, levando-lhes a mensagem do arrependimento, e não aquela que crê que eles podem vir a Cristo e continuar como estão.

Notas:

2http://teologiainclusiva.blogspot.com (acessado em 04 de julho de 2018)
3https://www.youtube.com/watch?v=7e-Rm3Kq2C4 (acessado em 04 de julho de 2018)

Nenhum comentário:

Postar um comentário