domingo, 22 de outubro de 2017

AS BEM-AVENTURANÇAS - PARTE 3


Por Pr. Silas Figueira

7 - BEM-AVENTURADOS OS PACIFICADORES (Mt 5.9).

Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.

Na Bíblia, existem quatrocentas referências à paz. Deus se autodomina o “Deus da paz”, mas não há paz no mundo. E existem duas razões: a oposição de Satanás e a desobediência do homem. A queda de alguns anjos e a queda do homem resultaram em um mundo sem paz [1]. D. Martyn Lloyd-Jones pergunta por que há tantas guerras no mundo? Por que se mantém essa constante tensão internacional? O que há com este mundo? Por que já tivemos duas guerras mundiais só no século XX? E por que essa ameaça perene de novas guerras, além de toda essa infelicidade, turbulência e discórdia entre os homens? De conformidade com essa bem-aventurança, só existe uma resposta para essa indagação – o pecado. Nada mais, é somente o pecado [2]. Por isso que desde a queda até o fim dos tempos o mundo tem enfrentado a falta de paz. 
  
Os pacificadores do mundo têm um terrível registro. A paz que saudamos hoje começa a desmoronar amanhã. Não temos paz política, econômica, social ou familiar. Não temos paz em lugar algum porque não temos paz em nosso coração. Este é o verdadeiro problema. Alguém já disse: “Washington tem inúmeros monumentos à paz. Depois de cada guerra, constroem um” [3]. 

O problema não é externo, mas interno. O problema reside dentro do coração do homem, e somente através da transformação desse coração é que o homem poderá ser um pacificador dentro dos princípios bíblicos. E quais seriam esses princípios? Para essa resposta devemos entender o que vem a ser o pacificador que Jesus fala aqui e essa paz que ele almeja estabelecer.

1º - O que não é paz segundo a Bíblia. Antes de definirmos o que vem a ser esta paz que o pacificador deseja estabelecer, devemos entender o que não é esta paz de acordo com a Palavra de Deus.

1) Não é ausência de conflitos. Por exemplo, quando um judeu diz a outro judeu: “Shalom”, não está querendo dizer: “Que você não tenha guerra”. Ele está querendo dizer: “Que você tenha a justiça e bondade que Deus pode dar” [4]. Que em meio a “guerra” do dia a dia a paz (shalom) de Deus o alcance e esteja em paz para enfrenta-la.

2) Não é fuga do confronto. Não é fugindo dos problemas que teremos paz. Muitas vezes a paz só virá quando enfrentarmos a adversidade de frente. É encarar o problema para tentar resolvê-lo. Sem confronto mantem-se a distância, mas isso não gera paz nos relacionamentos.

3) Não é sacrificar a verdade. Muitos hoje querem a paz e a união de todos, mas enterrando a verdade. Nesse sentido, Jesus veio trazer não a paz, mas a espada (Mt 10.34). Não há unidade fora da verdade. A paz com todos e a santificação precisam andar juntas (Hb 12.14). Por isso que o ecumenismo é uma falácia [5]. Para que haja a verdadeira paz o homem tem que ter um encontro com o Senhor, mas se eu me recuso a pregar a verdade que liberta para evitar conflitos com outras pessoas de outras religiões, então eu estou vivendo uma falsa paz. Eu não posso estar em paz vendo a pessoa indo para o inferno calado diante do caminho errado que estes estão trilhando.

Jesus deixou isso bem claro quando disse: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:6), aí eu vejo a pessoa percorrendo por outro caminho, mas em nome da “paz” eu não lhe aviso que ele está errado para evitar confronto? Isso não é buscar a paz, isso é covardia.

4) Não é paz a qualquer preço. Paz e apaziguamento não são sinônimos; e a paz de Deus não é paz a qualquer preço. A paz que o Senhor nos oferece custou o sangue do Senhor Jesus na cruz. Proclamar “paz, paz”, onde não há paz, é obra do falso profeta, não da testemunha cristã (Jr 8.11) [6].

2º - Os pacificadores são os que estão em paz com Deus. A primeira característica de um pacificador, segundo a Bíblia, é que está em paz com o Senhor. É impossível alguém dizer que se enquadra dentro desta bem-aventurança longe de Deus e de Seus princípios.

Como disse Paulo em Romanos 5.1,2:

“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus”.

Vejamos também 2 Coríntios 5.17-18:

“Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. Mas todas as coisas provêm de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação”.

Reconciliar é mudar; é a união de duas ou mais partes pela renovação de bases ou causas de desarmonia. A reconciliação é necessária para pôr um fim à inimizade existente e está relacionada com a restauração da comunhão entre o homem pecador e Deus, através de Jesus Cristo. Por causa do pecado, o homem é declarado inimigo de Deus (Rm 5.8). Porém, Jesus que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós. Ele levou sobre si os nossos pecados; levamos sobre nós agora a sua justiça! Que maravilha! (Is 59.1-2; Ef 2.14-18). Deus fez tudo novo quando justificou (salvou, perdoou) o pecador. Deus não justificou o pecado, mas o pecador.

O pacificador é mais que uma pessoa que evita os conflitos ou que tenta termina-lo. O pacificador é alguém que luta para que a paz de Deus seja estabelecida entre as pessoas. O pacificador provoca conflitos, pois leva o homem a refletir sobre seu estado espiritual, mas faz isso a fim de estabelecer a paz do pecador com o Senhor.

Por ele ter alcançado a paz com Deus, ele agora luta para que muitas outras pessoas a alcancem também. O pacificador luta para que a glória de Deus seja estabelecida entre os homens.

3º - A recompensa por sermos pacificadores. O Senhor Jesus disse que os que são pacificadores serão recompensados. Eles serão chamados filhos de Deus. O diabo veio para matar, roubar e destruir, no entanto, nós, como filhos de Deus, temos que manifestar ao mundo vida, doação e restauração vindas da parte de Deus.

Agindo dessa forma manifestaremos ao mundo que somo filhos de Deus. Esse é o maior título que alguém pode querer ter nesta vida e na vindoura. A língua grega utiliza huios para filhos e não tekna que significa criança. Aqui o texto fala de filhos adultos, como Cristo que iniciou seu ministério na idade adulta, assim nós, como filhos, revestidos da plenitude de Cristo, manifestamos ao mundo a sua paz na condição de filhos Deus. Em outra, filhos responsáveis.

Esse é um título honroso que carregamos conosco.

O diploma de doutor honoris causa concedido a personalidades que se destacaram em determinadas áreas do conhecimento, não tem relação com a vida acadêmica de quem o recebe. Não tem valor profissional nem vale como certificado de produtividade científica. Ainda assim, é um dos mais importantes títulos que uma pessoa pode receber, já que se o ganha é porque atingiu um patamar de amplo reconhecimento profissional e de feitos significativos. Fernando Henrique Cardoso recebeu a honraria pela Universidade de Harvard, e o cirurgião Ivo Pitanguy pela Universidade de Tel Aviv, em Israel. Em todos os casos, um conselho formado por professores de cada área se reúne para decidir a quem é merecido dar o prêmio. E em nenhum deles a titulação tem valor comercial. Ou seja, não se compra. Algumas entidades, porém, aproveitando que não é preciso o aval do Ministério da Educação (MEC) para conceder o diploma, têm vendido a honraria a diretores e pesquisadores brasileiros, que pagam até R$ 3.600 para se tornarem “doutores”. “É contraditório, pois é um título dado para honrar o professor. E a honra não se compra”, afirma Renato Janine Ribeiro, ex-ministro da Educação.

A honra de sermos chamados filhos de Deus, por sermos pacificadores também não se compra, no entanto há muitas pessoas que dizem ser filhos de Deus, mas que, em nada, são pacificadores. E se não são pacificadores não são filhos de Deus.

8 – BEM-AVENTURADOS OS PERSEGUIDOS (Mt 5.10-12).

“Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós”.

Chegamos a última bem-aventurança, e ela termina de uma forma de alerta aos que fazem parte do reino dos céus. Pode parecer estranho que Jesus passasse dos pacificadores para a perseguição, da obra de reconciliação à experiência de hostilidade. Mas, por mais que nos esforcemos em fazer a paz com determinadas pessoas, elas se recusam a viver em paz conosco. Tudo isso, por causa da justiça [7]. Como disse Paulo a Timóteo:

“Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2Tm 3.12).

Para nós, é quase incompreensível associar perseguição com felicidade. Perseguição e felicidade parecem-nos coisas mutuamente exclusivas. Este é o grande paradoxo do cristianismo. Jesus, no entanto, termina as bem-aventuranças, dizendo-nos que o mais elevado grau de felicidade está ligado à perseguição. Obviamente, não são felizes todos os perseguidos, mas os perseguidos por causa da justiça [8]. Veja o que Pedro nos fala sobre isso:

“Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando. Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus. Não sofra, porém, nenhum de vós como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se intromete em negócios de outrem mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus com esse nome” (1Pe 4.12-16).

Observe que a promessa vinculada a essa bem-aventurança é a mesma promessa ligada à primeira das bem-aventuranças, “porque deles é o reino dos céus”. Então isso serve de prova adicional do fato que esta é a derradeira bem-aventurança. Começamos pelo reino dos céus e também terminamos pelo reino dos céus. Naturalmente, não é que as várias bênçãos vinculadas às outras bem-aventuranças também não pertençam àqueles que são herdeiros do reino dos céus, ou que os tais não receberão essas várias bênçãos. Todos os herdeiros da pátria celeste serão abençoados; mas nosso Senhor começou e terminou a sua descrição com essa promessa particular, com o intuito de impressionar os Seus ouvintes de que o fator mais importante é o indivíduo ser membro do reino dos céus [9].

Ninguém quer sofrer perseguição, isso é um fato. Mas se queremos ser crentes fiéis, nós seremos perseguidos (At 14.22). Eu estou falando de fidelidade à Palavra, de crentes compromissado com o Reino dos Céus. De gente com vida no altar. Não crente “meia boca” como temos visto por aí. Principalmente certos líderes que dizem que estão sendo perseguidos por causa do “reino”, só se for por causa do reino das trevas. Líderes fraudulentos que estão compromissados somente com seus umbigos. Enganando os incautos com suas falsas promessas de riqueza e saúde para os fiéis que contribuem para o “seu reino”.

A causa da perseguição:

1º - Somos perseguidos porque vivemos em um mundo hostil a Deus. Nós nos daremos muito bem se ninguém descobrir que somos cristãos, mas à medida que começamos a viver a vida de Cristo, à medida que começamos a manifestar as bem-aventuranças, à medida que compartilharmos as injúrias de Jesus Cristo, à medida que comungarmos nos seus sofrimentos e à medida que vivermos retamente no mundo, descobriremos que os filhos da carne sempre perseguirão os nascidos do espírito [10].

Por isso que as bem-aventuranças são uma contracultura cristã. Vivemos em um mundo onde os humildes não tem vez nem voz, pois o que prevalece é o orgulhoso; pessoas que vivem para satisfazer sempre o seu ego. O mundo não chora pelos seus pecados, ao contrário, faz de conta que o pecado é algo natural; o antinatural é um viver santo. Observe que quando um casal diz que irá se guardar para o casamento vira manchete de jornal. Viraliza tal notícia na internet. O mundo não tolera os mansos e nem sabe o que é misericórdia. Essas coisas são contrárias ao sistema. O mundo é nosso inimigo e não podemos ser amigos do mundo (Tg 4.4; 1Jo 2.15). Por isso a perseguição. E sinto lhe informar, mas a perseguição não vem somente do mundo hostil a Deus, mas, infelizmente, vem também de pessoas que se dizem ser cristãs. De gente de dentro da igreja. O cristianismo formal geralmente é o pior adversário da pura fé cristã [11].

2º - Somos perseguidos por causa da justiça (Mt 5.10). Como falamos, a perseguição é simplesmente o conflito entre dois sistemas de valores irreconciliáveis, em outras palavras, os crentes são perseguidos porque são diferentes de outras pessoas.

Aqueles que são perseguidos sofrem simplesmente por sustentarem os padrões divinos de verdade, justiça e pureza, recusando-se a ajustar-se ao paganismo ou a curvar-se perante ídolos que os homens erguem como substitutos de Deus [12]. Mas podemos passar pela vida sem sofrer perseguições. Primeiro, aprove os padrões do mundo. Enquadre-se. Aceite a ética e conduta do mundo. Viva como vive o mundo. Ria das suas piadas, divirta-se com as suas brincadeiras, sorria quando o mundo ridiculariza Deus. Deixe que o mundo use o nome de Deus em vão. Não diga que estão perdidas sem Jesus Cristo. Não diga que estão condenadas à morte e, seja o que for que você faça, não mencione a palavra inferno. Eu lhe asseguro que você nunca será perseguido [13]. No entanto, diante de Deus você será um covarde. Veja o que o Senhor falou a respeito disso:

“Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus; mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus” (Mt 10.32,33).

3º - Somos perseguidos por nosso relacionamento com Cristo (Mt 5.11). O mundo não odeia o cristão, mas odeia a justiça, odeia Cristo em nós. O mundo odeia a verdade que representamos. Por nos relacionarmos com Cristo o mundo se levantará contra nós. Os cristãos do primeiro século foram perseguidos, afugentados e atormentados, e o resultado disto para alguns foi a prisão e a morte. Veja como Saulo perseguiu a igreja:

“Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e lhe pediu cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém” (At 9.1,2).

O que os perseguidores usarão contra os crentes fiéis?

a) Injúria – Injustiça, aquilo que é injusto; tudo o que é contrário ao direito. No grego essa palavra é oneididzo, que significa jogar na cara. Significa maltratar com palavras vis, cruéis e escarnecedoras. Foi o que fizeram com Jesus quando estava preso na cruz (Mt 27.39-44).

b) Perseguição – Essa palavra vem do grego dioko, que tem a ideia de atormentar ou tratar mal. Uma vida com Deus desperta ódio nos ímpios. É a inimizada da serpente contra a semente sagrada (Mt 10.34-39).

c) Mentira – A mentira é a arma do diabo, pois ele é o pai da mentira. Não se surpreendam, se por vocês serem fiéis a Deus, todo tipo de mentira for levantada contra vocês. 

4º - Como deve ser nossa reação diante da perseguição? (Mt 5.12). O Senhor encerra dizendo: “Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós”.

Como devemos enfrentar a perseguição:

a) Com profunda alegria – Saltai e continuai saltando, porque essa perseguição prova que a vossa religião é verdadeira, que estais realmente prestes a participar do reino. Não temos alegria por causa da perseguição em si, mas porque é sinal dos tempos – isto é, o reino chegou, e também é sinal pessoal – isto é, a vossa religião não é falsa, mas autêntica. Isto nos serve de motivo de alegria [14]. A palavra “exultai” no grego é agalliasthe, que significa saltar, pular, gritar de alegria [15].

Veja o que Pedro nos diz:

“Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando” (1Pe 4.13).

Apesar de tudo isso, o Senhor disse que nós somos bem-aventurados, felizes. Não que haja alegria com a perseguição, mas o porquê de ela ocorrer. Veja como reagiram os apóstolos depois que foram açoitados por causa de Cristo:

“Chamando os apóstolos, açoitaram-nos e, ordenando-lhes que não falassem em o nome de Jesus, os soltaram. E eles se retiraram do Sinédrio regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome” (At 5.40,41).

b) Com discernimento espiritual. “Porque é grande o vosso galardão nos céus”. O nosso verdadeiro galardão – recompensa por serviços valiosos – não nos é entregue aqui na terra, mas no céu. Veja o que o apóstolo Paulo nos fala em 2Tm 4.7,8:

“Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda”.

c) Com paciência dos profetas. O Senhor está nos dizendo que fazemos parte da elite dos profetas. Olhe a história de Jeremias, de Daniel, de Isaías; dos profetas pós-exílio. Há uma gana de fé e de esperança que ultrapassa a lógica humana. Mas isso ocorre porque eles estão firmados em Deus e em Sua Palavra. Eles estão firmados nas promessas do Senhor!

Os profetas foram perseguidos e, muitos, foram mortos pelo seu próprio povo. O próprio Senhor Jesus falou de como os judeus agiram com os profetas (Mt 23.29-37).

Passaremos por provações por causa de Cristo, mas a recompensa divina virá. Veja o que nos fala Tiago, irmão do Senhor:

“Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes” (Tg 1.2-4).

Há outra coisa que muitas vezes nós não nos lembramos no momento da provação, é que o nosso testemunho edificará outras pessoas, pois a nossa lealdade é esperança e renovo de fé para muitos que enfrentarão futuras provações. E devemos entender que por mais que soframos, todo sofrimento é leve e momentâneo quando visto à luz da recompensa eterna. Nada nem ninguém poderá nos separar do amor eterno do Pai (Rm 8.35-39).

CONCLUSÃO

Se há algo que o homem mais anseia é a felicidade, e ela nos foi apresentada aqui no Sermão do Monte através das Bem-aventuranças. Sabemos que o mundo não entende como isso é possível, mas para nós, que temos a mente de Cristo, isso deveria ser perfeitamente compreensível.

As Bem-aventuranças só podem ocorrer na vida do cristão que não se embaraça com os negócios desta vida, como disse Paulo a Timóteo: “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra” (2 Tm 2.4). Em outras palavras, as Bem-aventuranças só pode ser realidade na vida daqueles que se empenham em viver o Evangelho sem hipocrisia e sem máscaras. Um hipócrita não consegue navegar em mares tempestuosos. Ele seguirá Cristo ao Monte das Oliveiras, mas não ao Monte Calvário. O verdadeiro crente carrega a Cristo no coração e cruz nos ombros [16]. Para estes “As Bem-aventuranças” é uma realidade.

Pense nisso! 

Fonte:

1 – MacArthur Jr, John. O Caminho da Felicidade. Ed. Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2001: p. 149.
2 – Loyd-Jones, David Martyn. Estudo no Sermão do Monte. Ed. Fiel, São Paulo, SP, 1984: p. 111.
3 – MacArthur Jr, John. O Caminho da Felicidade. Ed. Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2001: p. 150.
4 – Ibid; p. 151.
5 – Lopes, Hernandes Dias. A Felicidade ao Seu Alcance, uma exposição das bem-aventuranças. Ed. Hagnos, São Paulo, SP, 2008: p. 113.
6 – Stott, John R. W. A Mensagem do Sermão do Monte. ABU, São Paulo, SP, 1986: p. 41.
7 – Ibid; p. 42. 
8 – Lopes, Hernandes Dias. A Felicidade ao Seu Alcance, uma exposição das bem-aventuranças. Ed. Hagnos, São Paulo, SP, 2008: p. 121.
9 – Loyd-Jones, David Martyn. Estudo no Sermão do Monte. Ed. Fiel, São Paulo, SP, 1984: p. 119.
10 – MacArthur Jr, John. O Caminho da Felicidade. Ed. Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2001: p. 169.
11 – Loyd-Jones, David Martyn. Estudo no Sermão do Monte. Ed. Fiel, São Paulo, SP, 1984: p. 125.
12 – Tasker, R. V. G. Mateus, Introdução e Comentário. Ed. Mundo Cristão e Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1985: p. 50.
13 – MacArthur Jr, John. O Caminho da Felicidade. Ed. Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2001: p. 172.
14 – Champlin, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, Vol. 1. Ed. Candeia, São Paulo, SP, 10ª Reimpressão, 1998: p. 307.
15 – Lopes, Hernandes Dias. A Felicidade ao Seu Alcance, uma exposição das bem-aventuranças. Ed. Hagnos, São Paulo, SP, 2008: p. 129.
16 – Lopes, Hernandes Dias. A Felicidade ao Seu Alcance, uma exposição das bem-aventuranças. Ed. Hagnos, São Paulo, SP, 2008: p. 129.

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