segunda-feira, 7 de novembro de 2011

HOMOSSEXUALISMO E A IGREJA EMERGENTE


Por Roger Oakland

Pode até parecer fora de propósito incluir uma seção sobre a sexualidade neste capítulo (deste livro
) sobre a reforma pós-moderna. Contudo, este é um aspecto do tópico que não pode ser ignorado, pois tem sido uma marca registrada na Igreja Emergente, este relacionado ao homossexualismo.

Nesta seção, estou simplesmente apresentando certas declarações feitas por aqueles da Igreja Emergente, visando mostrar esta mudança de paradigma no que se refere à sexualidade. Deixo com vocês a maneira de interpretar estas declarações, mas a minha oração é que vocês olhem para as mesmas através da visão da Escritura. Uma coisa é certa: após ter lido esta seção, acho que vocês hão de concordar que a espiritualidade emergente está tentando redefinir o pensamento e a visão dos cristãos sobre a sexualidade. Vou iniciar citando a Palavra de Deus, conforme Romanos 12:1-2:

Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.

Um exemplo desta mentalidade da nova reforma sobre a sexualidade pode ser encontrado no livro de Dan Kimball - They Like Jesus But Not the Church (Eles Gostam de Jesus, Mas Não da Igreja). Kimball dedica um capítulo inteiro, intitulado “The Church is Homophobic” (A Igreja é Homofóbica), à homossexualidade, afirmando que os cristãos devem reinterpretar o que achamos que a Bíblia diz sobre o homossexualismo. Ele declara:

Porque este é um assunto tão enorme em nossa cultura, e porque toda a tensão e discussão sobre ele tem a ver com o que a Bíblia ensina sobre o mesmo, não podemos mais regurgitar sobre o que temos sido ensinados sobre o homossexualismo... Não se pode mais fazer isso... Devemos nos aproximar da Bíblia com humildade, oração e sensibilidade, levando em consideração o significado original das palavras gregas e hebraicas, observando os contextos históricos em que as passagens foram escritas... Não mais podemos, com integridade, citar alguns versículos isolados e dizer: "assunto encerrado!” (1)

Kimball elabora:

Muito honestamente, e alguma pessoas podem ficar furiosas comigo porque estou dizendo isto, mas às vezes eu desejaria que isto (o homossexualismo) não fosse um item pecaminoso, porque tenho conhecido pessoas gays, as quais são as mais gentis, amáveis, sólidas e apoiadoras que já encontrei. À medida que falo com elas, escuto suas histórias e fico conhecendo-as, começo a entender que a sua orientação sexual não é algo de que possam "desligar". A atração homossexual não é uma coisa que as pessoas simplesmente escolhem, conforme, geralmente, é erroneamente ensinado de muitos púlpitos. (2)

Kimball não é o único entre os da igreja emergente com sua visão permissiva e aceitável do homossexualismo. Outro, neste campo, é Jay Bakker, filho de Jim Bakker, do antigo Clube PTL. Numa entrevista com a Radarmagazine, Bakker diz: “Senti como se Deus tivesse falado ao meu coração e dito que (o homossexualismo) não é pecado”. (3) No website de Bakker, ele apoia esta visão. (4) Numa entrevista com Larry King, em dezembro 2006, aconteceu a seguinte conversa:

Larry King - Você diria que faz parte da ala liberal do cristianismo?
Jay Bakker - Bem, eu diria definitivamente que sou um pouquinho mais liberal do que, provavelmente, a maioria é, sim.
King - Por exemplo, você casaria gays na sua igreja?
Bakker - Se a lei fosse aprovada, sim.
King - Então, você concorda que venha uma lei?
Bakker - Sim, eu concordo. (5)

Brian McLaren expressou sua visão (ou falta desta) sobre o assunto e declarou:

A maioria dos líderes emergentes que eu conheço compartilha a minha agonia sobre esta questão (sobre o homossexualismo)... Francamente, muitos de nós não sabemos o que pensar sobre o homossexualismo. Já ouvimos todos os lados, mas nenhuma posição mereceu, até agora, a nossa confiança, de modo que possamos dizer: "parece bem ao Espírito Santo e a nós..." Talvez careçamos de uma moratória de cinco anos para fazer pronunciamentos. (6)

Um pastor, que dirige um ministério que ajuda que os homossexuais deixem seu estilo de vida (homosexual), pode ajudar-nos a ver a extensão dessa mudança de attitude em direção ao homossexualismo. Ele explica:

Eles se autodenominam neo-evangélicos. Philip Yancey dedicou um capítulo inteiro do seu livro What’s So Amazing About Grace (Maravilhosa Graça)? Ele acha que devemos estender a graça às pessoas que não conseguem mudar o seu homossexualismo... Tony Campolo acha que as pessoas que não conseguem mudar o seu homossexualismo deveriam viver em parcerias homossexuais celibatas. Sua esposa acha que os gays deveriam se casar entre eles. Lewis Smedes concorda com Richard Foster. Todos eles parecem concordar que existem algumas pessoas que não conseguem mudar o seu homossexualismo, não sendo capazes de viver em celibato e, portanto, deveriam ser feitas exceções. (7)

O pastor, um ex-homossexual, desafia os da igreja que abraçam publicamente o homossexualismo, acreditando que existe uma reposta para todas essas visões pós-modernas. Ele declara:

Desde quando Richard Foster, Philip Yancey, Tony Campolo e Lewis Smedes são peritos na mutabilidade do homossexualismo?... Eu mesmo vivi este caso, durante a maior parte dos meus 42 anos. Durante 17 anos, eu tenho ajudado centenas, ou talvez milhares, a abandonar o homossexualismo. Jamais vi duas curas idênticas. E jamais vi alguém que, pela graça de Deus, não pudesse ser curado. Ora, isto é o que há de maravilhoso na graça! Ela nos capacita a viver uma vida moral e transformada em Cristo. (8)

Em 2004, Philip Yancey (autor e editor da Christianity Today), aceitou uma entrevista com Candace Chellew-Hodge para a Whosoever, uma "revista online" para "cristãos" (aspas do blogger) gay, lésbica, bissexual e transgênero. Quando Chellew-Hodge perguntou para Yancey sobre sua visão de gays e lésbicas na igreja, Yancey respondeu:

Quando se chega ao assunto particular da política de ordenação de ministros gays e lésbicas, eu fico confuso, como tanta gente. Existem algumas (não muitas) passagens na Escritura que me deixam sem ação. Francamente, não conheço a resposta para tais assuntos. (9)

Minha pergunta para Yancey e outros auto-denominados líderes cristãos é por que vocês não conhecem a resposta? A Bíblia é clara sobre este assunto. Talvez não possamos sempre entender; mas, uma parte de como ser cristão é aceitar a Palavra de Deus, confiando que ela é verdadeiramente a Palavra de Deus. Yancey pode não ser um líder emergente, porém suas crenças certamente se enquadram na espiritualidade emergente. A declaração seguinte, feita por ele, mostra que Yancey compartilha uma idêntica desconsideração pela doutrina bíblica:

Talvez o nosso tempo esteja pedindo um novo tipo de movimento ecumênico, não de doutrina, nem mesmo de unidade religiosa, mas de um (movimento) que avança o que os judeus, cristãos e muçulmanos têm em comum... De fato, os judeus, cristãos e muçulmanos têm muito em comum. (10)

Excerto do capítulo 12 do livro Faith Undone, de Roger Oakland.
Traduzido por Mary Schultze, em 16/06/2011.

Notas:
1. Dan Kimball, They Like Jesus but Not the Church, op. cit., p. 137.
2. Ibid., p. 138.
3. Entrevista com Jay Bakker, “Empire of the Son” (Radar, http://radaronline.com/features/2006/12/empire_of_the _son _par t_ iii.php).
4. Bakker’s website: http://www.revolutionnyc.com/links.htm Jay Bakker; veja a transcrição em inglês: http://transcripts.cnn.com/TRANSCRIPTS/0612/15/lkl.01.html.
6. Brian McLaren, “Leader’s Insight: No Cowardly Flip-Flop: How should pastors respond to “the Homosexual Question”? (Christianity Today, January 23, 2006, http://www.christianitytoday.com/leadersnewsletter/2006/cln60123.html).
7. Mario Bergner, “Conversations with Jason about Homosexuality” (Redeemed Lives News, Spring/Summer 2001, http://www.redeemedlives.org).
8. Ibid.
9. Entrevista por Candace Chellew-Hodge com Philip Yancey, “Amazed by Grace” (Whosoever online magazine, http://www.whosoever.org/v8i6/yancey.shtml).
10. Philip Yancey, “Hope for Abraham’s Sons” (Christianity Today, November 1, 2004).

4 comentários:

  1. O que dizer meu irmão? tempos trabalhosos são estes que temos vivido.A perda de referencia de muitos líderes que são formadores de opinião tem me deixado de "boca aberta".
    A mensagem bíblica ganha cada vez mais contornos relativistas na pregação desses líderes e escritores.Philip Yancey talvez seja apenas mais uma de muitas outras decepções que ainda teremos.
    Paz!

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  2. Graça e paz Anselmo.
    E a quantidade de líderes se afastando da verdade e tentando minar a verdade bíblica é algo fora do comum. Eu tenho me decepcionado muito com muitos líderes por aí.
    Que o Senhor nos ajude a não cairmos no mesmo erro.
    Fique na Paz!
    Pr. Silas Figueira

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  3. Muito bom o artigo.Vou replicá-lo lá no blog.Paz!

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  4. Graça e paz Pr. Anselmo.
    Fique a vontade, a casa é nossa (rs).
    Fique na Paz!
    Pr. Silas Figueira

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