terça-feira, 13 de agosto de 2013

A nova fé: quem precisa dela?




A pequeníssima epístola de Judas nunca foi tão atual e profética (com o perdão dessa expressão desgastada). O versículo 3 encoraja a “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (RC). A expressão “fé que uma vez foi dada aos santos” faz pensar nas novidades teológicas no ambiente cristão (ainda que com cem, duzentos anos ou mais).

A fé dada há dois mil anos já era suficiente para realizar o seu papel e levar-nos a cumprir a carreira proposta. Pensar que essa fé dada uma vez pudesse ou devesse atingir um estágio de evolução ou alcançar posteriormente alguma revelação, por mais privilegiada que fosse, é uma certeza estranha ao Evangelho. A fé dada uma vez aos santos era, por si, pronta e acabada, usando um termo pobre para explicar tamanha riqueza.

Ninguém precisa de uma “nova fé”, porque Cristo não está promovendo ou delegando uma fé nova ou diferente da que entregou aos santos há dois mil anos. Alguém está cansado do Evangelho como ele é, é caso admissível. Há irmãos que vivem de novidade em novidade e precisam de estímulo extra para “fazer funcionar” algum mecanismo ou fazer girar alguma roda, mesmo que da fortuna. Mas não há novidade: a fé foi dada uma vez aos santos. Ponto final.

É inconcebível uma nova revelação que já não tenha ocorrido entre os apóstolos, como é impensável alguma nova associação da fé com um ramo da ciência no intuito de fazer a fé ganhar novo vigor, assumir significado renovado e fazer sentido no contexto pós-moderno. Nada disso existe. É preciso muita fé para crer que o homem de hoje – justo hoje! – está redescobrindo um novo jeito de construir sua espiritualidade ou estabelecer diálogo com “outros saberes”. Nada disso é necessário. A fé é um caso à parte, independente. Ou você crê ou não crê. Mas remodelar a fé ou o seu significado etimológico para que ela desça ao nosso nível é perversão e por isso, no mesmo versículo, Judas diz que queria escrever sobre a “salvação comum”, mas mudou o texto para “encorajar-nos a batalhar pela fé”.

Preservar a fé é crucial para manter a salvação sobre a qual ele queria escrever. E ele usa todo o texto da epístola demonstrando quais são as ameaças à fé: falsos irmãos que se desviaram mas permanecem nas reuniões (v. 4); os incrédulos que estão fora da Igreja (v. 5); os pervertidos (v. 10); os egoístas individualistas que são insubmissos (v. 12); os murmuradores (v.16); os escarnecedores (v. 18); os maliciosos (v. 19).

As novidades que têm sido introduzidas na Igreja nos últimos tempos faz da pequena carta de um dos irmãos de sangue de Jesus um verdadeiro “jornal do dia”. Leia-a, é curta, apenas 25 versículos da mais clara e saudável revelação. Eu creio na Bíblia como Palavra de Deus e sei que ela está ensinando a verdade para todo aquele que crê que a fé foi dada um vez aos santos… e não precisou de amuleto para andar nem de plástica para parecer nova.

Fonte: NAPEC

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