quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Tuas desculpas já acabaram?


John Flavel (1628-1691)

Desde o momento em que Deus interrogou Adão e Eva sobre o primeiro pecado, os homens e mulheres têm apresentado desculpas pelo seu comportamento. Aqui estão algumas dessas desculpas que apresentam quando resmungam.

"Não estou me queixando, apenas estou expondo os fatos". É ótimo que os cristãos olhem para sua situação de forma realística; todavia, eles não deveriam resmungar. Pelo contrário, estar conscientes dos fatos é estar ciente do quanto Deus é grande em Sua misericórdia para com eles. Se pensam mais sobre seus problemas do que sobre as misericórdias de Deus, então eles têm uma visão distorcida dos fatos. Estar ciente dos fatos não impede o cristão de servir a Deus como ele deve servi-Lo, mas o resmungar sim, isso impede. Sejamos realistas, encaremos os fatos, mas isso deveria tornar-nos gratos a Deus, não apenas pelo que Ele nos tem feito, mas também por aquilo que Ele tem feito para outras pessoas. Se nós as invejarmos, isso mostra que estamos pensando demais sobre nossos problemas e não suficientemente sobre a bondade de Deus.

"Eu não estou reclamando: somente estou consciente do pecado". É fácil dizer isso, porém se a causa do pecado for tirada, o suposto senso de transgressão desaparece, e isso simplesmente mostra que não houve nenhuma convicção real de pecado. Cristãos que de fato estão preocupados sobre o pecado não desejarão acrescentar nada à sua culpa por resmungar; pelo contrário, eles se sentirão felizes submetendo-se à disciplina de Deus.

"Sou infeliz porque sinto que Deus não está comigo". Mas só porque estamos sofrendo, não significa que Deus nos abandonou. Um pai não se vira contra o filho porque ele teve de discipliná-lo. Deus prometeu estar com Seu povo, especialmente em tempos de tribulações. "Quando passares pelas águas, estarei contigo; quando passares pelos rios, eles não te submergirão" (Isaías 43:2). Portanto Deus está junto na situação, porém pode ser que às vezes os cristãos não o sintam porque seu espírito de murmuração afastou deles o senso da presença de Deus. Se quiserem senti-10 perto, devem ficar quietos e obedientes e ter o zelo de ser o tipo de pessoa que Ele deseja que Seus filhos sejam.

"Não é o sofrimento, e sim a atitude de outras pessoas que não consigo suportar". Até mesmo a atitude das outras pessoas está sob o controle de Deus; inclusive os perversos podem ser usados para Seus propósitos, embora os cristãos devessem lembrar de que os ímpios estão sob o julgamento de Deus, e deveriam ser motivo de suas orações. Não importa quão severo seja o tratamento recebido de outras pessoas, os cristãos deveriam sempre lembrar que Deus jamais deixa de ser bom para com Seus filhos. Eles deveriam louvá-Lo: não há desculpas para a murmuração.

"Jamais esperava isso". Os cristãos devem esperar problemas nesta vida e precisam estar preparados para os momentos de dificuldades, para que quando vierem eles possam estar prontos para enfrentá-los. E quantas vezes eles são capazes de dizer: "Jamais esperava isso", quando Deus tem sido especialmente bom para com eles!

"Meu problema é pior do que os dos outros". Como você sabe disso, meu amigo? Talvez sua murmuração o tenha levado a exagerar. Mas supondo que seja o caso, isso indica que Deus lhe deu uma oportunidade de glorificá-lO ainda maior do que a que deu aos outros. Quando os incrédulos virem como você enfrenta um grande problema, eles louvarão a Deus e talvez sejam auxiliados com problemas menores.

"Meu problema não me deixa servir a Deus". Às vezes ocorre que os cristãos não conseguem servir a Deus como gostariam devido às circunstâncias que enfrentam. É bom querermos servir a Deus, e é natural ficarmos tristes quando não conseguimos isso. Mas isso não é desculpa para murmuração. Somos membros do corpo de Cristo. É melhor ser um membro inexpressivo do corpo de Cristo do que ser uma pessoa importante, a qual não é membro desse corpo. Todos os cristãos têm um chamado espiritual para cumprir, não importa quão insignificantes eles pensem que sejam. Deus Se alegra mais com os atos mais simples de um cristão humilde do que com todas as obras mais famosas da história. O que Ele exige não é fama ou realizações brilhantes, e sim fidelidade e paciência. Os que demonstram tais qualidades serão recompensados no céu. Quando cristãos humildes vêem isso, percebem que não têm razões para resmungar.

"Não aguento minhas circunstâncias, porque elas sempre são instáveis". Se as nossas circunstâncias são incertas talvez a razão seja para nos ensinar a confiar em Deus em cada passo do caminho. De qualquer forma nosso estado espiritual é seguro, e nossa vida eterna assegurada. Enquanto isso, Cristo nos concede muitas bênçãos, "pois todos nós temos recebido da sua plenitude, e graça sobre graça" (João 1:16).

"Eu era rico mas agora sou pobre". Isso não é desculpa para murmuração. Você não consegue ser grato pelo fato de ter sido rico e ter tido a oportunidade de se preparar para esse tempo de pobreza? Ou que você uma vez desfrutou de boa saúde e teve a oportunidade de se preparar para esse período de enfermidade? Ou que esteve em liberdade e teve a oportunidade de se preparar para esse tempo de perseguição? Um navegador experiente utiliza os dias de calmaria para preparar seu barco para enfrentar a tempestade. Deus não tem obrigação de dar coisa alguma aos cristãos, por isso deveriam ser gratos pelas bênçãos imerecidas que receberam, tanto no passado quanto no presente. Seria justo murmurar por causa de umas peque nas adversidades ocorridas numa jornada que doutra forma, teria sido satisfatória? Mas talvez o que realmente esta desculpa signifique seja: "Suportei terríveis dores para conquistar isso e não é justo que eu o perca". No entanto, antes que os cristãos se preocupem com qualquer coisa, deveriam certificar-se que têm a atitude correta para com ela. Eles devem estar dispostos a abrir mão daquilo que ambicionam se outra coisa que honre mais a Deus for o que realmente seja melhor para eles.

Fonte: Josemar Bessa

Eis o Cordeiro!


Por Clóvis Gonçalves   

Apesar de todos os crentes reconhecerem a centralidade da cruz para a sua fé, poucos tem dedicado algum esforço em compreender a natureza e os benefícios da expiação para suas vidas. Muitos cantam “Sim, eu amo a mensagem da cruz!”, sem se dar conta do conteúdo dessa mensagem. O versículo acima nos ajudará a compreender melhor a finalidade e os resultados da morte de Cristo. Ela também pode lançar luz a respeito de para benefício de quem ela foi designada na eternidade e realizada na história.

“Eis”

Esta é a resposta divina à pergunta do angustiado Isaque: “onde está o cordeiro para o holocausto?” (Gn 22:7). Um cordeiro era necessário, pois o homem havia ofendido o Senhor com seu pecado e a justiça divina requeria uma satisfação. Mas se faltava um cordeiro, então Isaque teria que ser imolado sobre o altar. Se Jesus não viesse, o homem teria que pagar a dívida para com Deus, e sendo essa dívida impagável, ele sofreria eternamente no inferno. Por isso o “eis” de João Batista é a melhor notícia que o homem poderia receber.

“O Cordeiro de Deus”

Para entendermos a profundidade dessa expressão precisamos voltar até aos dias do cativeiro de Israel no Egito, quando Deus lhes ordenou ”Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família. Mas, se a família for pequena para um cordeiro, então, convidará ele o seu vizinho mais próximo, conforme o número das almas; conforme o que cada um puder comer, por aí calculareis quantos bastem para o cordeiro. O cordeiro será sem defeito, macho de um ano; podereis tomar um cordeiro ou um cabrito; e o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o imolará no crepúsculo da tarde. Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem; naquela noite, comerão a carne assada no fogo; com pães asmos e ervas amargas a comerão (…) Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até aos animais; executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o Senhor. O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito”(Ex 12:3-8;12-13). O pai de família deveria escolher o seu cordeiro, cujo sangue daria proteção aos membros de sua família. Jesus não é apenas um cordeiro pascal, mas o “Cordeiro de Deus”, o Seu escolhido, o que morreria para com Seu sangue, livrar da morte os integrantes da família de Deus.

“Que tira o pecado”

Olhemos agora para o efeito da morte do Cordeiro. Ele “tira” o pecado. Tirar é “fazer sair, sacar, arrancar, extrair” (Dicionário Aurélio). No grego, tirar é airõ e traz a idéia de “levar embora, remover, afastar de alguém” (Strong) ou “carregar, levar para fora, levar embora” (Vine). Assim, o “remendo tira parte da veste” (Mt 9:16); “o reino de Deus vos será tirado” (Mt 24:43); Satanás “tira a palavra semeada neles” (Mc 4:15) e “não peço que os tires do mundo” (Jo 17:15); etc. O sangue do cordeiro foi eficaz para livrar da morte o primogênito dos israelitas. Imagine um jovem primogênito observando seu pai colocar o sangue nas ombreiras e na verga da porta. “Será suficiente? Funcionará?”, talvez se perguntasse. Quem sabe à noite não conseguisse pregar os olhos. Mas pela manhã, quando entre os egípcios “não havia casa em que não houvesse morto”(Ex 12:30), o sangue do cordeiro bastou “para que o exterminador não tocasse nos primogênitos dos israelitas” (Hb 11:28).

A expressão “que tira o pecado” aponta para a morte penal e substutiva do Cordeiro de Deus. A mesma palavra tirar é utilizada por Paulo para indicar que a dívida para com Deus foi cancelada na cruz, quando escreve “tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o [airõ] inteiramente, encravando-o na cruz” (Cl 2:14). Portanto, ao tirar o pecado, tornou sem dívida àqueles por quem foi sacrificado, daí a profecia de Isaías de que “Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si” (Is 53:11).

“Do mundo”

Considerando o que foi dito acima, sobre a finalidade e o resultado da morte do cordeiro, cabe perguntar a extensão da palavra mundo. Se mundo aqui significa “toda a humanidade sem exceção”, então o pecado de “toda humanidade sem exceção” foi tirado, vale dizer, toda a humanidade está justificada diante de Deus. Para evitar essa conseqüência, deve-se solapar a eficiência da morte vicária do Cordeiro. Mas é mais provável que mundo se refira àqueles do mundo por quem Cristo morreu e então a doutrina da morte penal e substutiva de Cristo se mantenha em pé. O testemunho bíblico favorece essa última posição.

Começando pela primeira páscoa, vemos que o sangue do cordeiro foi designado para salvar todos e somente os primogênitos dos judeus e não de todos os moradores do Egito. Paulo ensina que “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras” (1Co 15:3) e que “Ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5:21). Que o nós nessa passagem não se refere a todos os homens sem exceção fica claro quando diz também “o qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai” (Gl 1:4), contrapondo os crentes e o mundo. Considere ainda que a Tito referiu-se à obra de Cristo dizendo que Ele “a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras” (Tt 2:14).

Conclusão

Considerando que a morte de Cristo foi substutiva, que ela foi proveitosa no sentido que tirou o pecado daqueles porquem foi realizada e que a Palavra de Deus em inúmeras passagens restringe o efeito da morte de Cristo aos eleitos, devemos crer que Jesus não morreu pelos pecados de toda humanidade. Por outro lado, sendo a morte de Cristo eficaz pois alcança plenamente o resultado almejado, não devemos jamais ter medo de perecer, pois Ele já pagou por nós toda a nossa dívida.

Soli Deo Gloria

Fonte: NAPEC

sábado, 20 de setembro de 2014

ONDE ESTÁ DEUS?


Por Pr. Silas Figueira

Texto base Jo 4.19-30

INTRODUÇÃO



O texto nos conta que Jesus, juntamente com os seus discípulos, estão se retirando da Judéia indo em direção a Galiléia e era necessário atravessar a província de Samaria, pois esta ficava entre a Judéia, ao sul e a Galiléia, ao norte, e nesse percurso chegam a uma cidade samaritana de nome Sicar. Ali havia um poço, que segundo a tradição, havia sido cavado por Jacó, perto das terras que Jacó havia dado a seu filho José (Gn 48.22). 

Jesus, cansado da viagem, se assenta junto à fonte por volta do meio dia. Nesse ínterim chega uma mulher samaritana para tirar água, e, Jesus, lhe pede um pouco d’água. Ela o retruca, pois sendo ele judeu como pede a ela que lhe dê água sendo ela uma mulher samaritana? Pois, como lemos no texto, os judeus e samaritanos não se davam nada bem. E isso era coisa antiga. Mas é através desse pedido que se inicia uma longa conversa e uma das mais lindas revelações que o Senhor faz a uma pessoa. Ele a revela que Ele podia lhe dar a Água da Vida, que o Pai busca adoradores e não adoração e que não há um lugar específico para que isso ocorra e o mais importante, que Ele era o Messias esperado por ela.

E é durante essa conversa que esta mulher faz uma pergunta crucial: “Onde está Deus?”

Onde está Deus? Talvez você já tenha se feito esta pergunta. Talvez você já tenha perguntado isso a alguém num momento de grande crise existencial. Talvez você tenha tido uma resposta muito vaga ao seu questionamento e por isso saiu insatisfeito com a resposta; ou quem sabe, você teve uma resposta muito bem dada a respeito de onde Deus está, mas que não fez diferença em sua vida. Assim como você, há muitas pessoas em todo o mundo fazendo a mesma pergunta. Pois há um vazio na alma que nada preenche. O prazer é passageiro, a alegria é momentânea e o sonho muitas vezes vira um pesadelo. Aí você pergunta: “Onde está Deus?” Porque você sabe que só Ele pode preencher o vazio de sua alma. Talvez você tenha procurado preencher esse vazio em muitas coisas, mas saiu pior que antes, pois depois que o feito do álcool acabou só ficou um grande vazio. Depois da festa ficou uma grande frustração de saber que a pessoa com quem você ficou nem se quer procurou saber o seu nome. E é nessa hora que você pergunta: “Onde está Deus?”, pois você sabe que o prazer deste mundo passa e fica no lugar um grande vazio. Essa mulher também sabia muito bem o que era ter um grande vazio, pois a vida não tinha sido, até aquele momento, muito boa para ela.

O seu questionamento é o mesmo dessa mulher samaritana. Ela também queria saber onde estava Deus. Onde era o lugar correto de adorá-Lo? Se no templo em Jerusalém como diziam os judeus ou no monte Gerizim como ela havia aprendido com os seus antepassados? Onde ele está para que eu possa adorá-lo? Essa foi a pergunta dessa samaritana sem nome dirigida ao Deus encarnado: “Onde está Deus?” Onde Ele está que não se importa comigo? Que não vê as minhas lágrimas? Que não vê o meu sofrimento?

Esse texto me encanta porque o Senhor Jesus não a deixou sem resposta, muito pelo contrário. Na verdade, o Senhor Jesus lhe deu uma das maiores revelações bíblicas. O Senhor lhe abriu os olhos espirituais para entender que o Pai está em todos os lugares, que não existe um lugar geográfico para adorá-lo, pois o Pai não busca adoração, mas adoradores que o adorem em espírito e em verdade independentemente de um lugar específico.

Mas o que me chama a atenção é que de tantos samaritanos naquela cidade o Senhor faz essa revelação a uma mulher – essas naquela época não eram valorizadas, tanto judias e principalmente samaritanas. Os rabinos na época de Jesus ensinavam que um homem não devia manter conversa alguma com uma mulher, na rua, nem mesmo com sua própria esposa; e muito menos, ainda, com qualquer outra mulher, para que os homens não venham a murmurar. E ainda pesava contra ela a questão de ser uma mulher que havia se casado cinco vezes e a pessoa com quem ela vivia nem o nome lhe havia dado. Por causa disso ela era mal vista na cidade, por isso ela ia ao poço ao meio dia para não ter que se encontrar com as outras mulheres do local. No entanto, Jesus mantém um longo diálogo com esta samaritana.

Max Lucado conta que uma vez foi a um cemitério e observou que havia uma lápide onde não trazia nem a data do nascimento e nem a data da morte da pessoa ali sepultada, somente o nome de uma mulher. Na lápide se lia: Grace Llewellen Smith e o nome de seus dois maridos. E estava escrito logo abaixo este epitáfio:

“Dorme, mas não descança.
Amou, mas não foi amada.
Tentou agradar, mas não agradou.
Morreu, como viveu – sozinha”.  
E ele acrescenta dizendo que se existe uma Grace Llewellen Smith no Novo Testamento foi esta mulher samaritana. Este epitáfio bem que podia ser dela. Pois esta mulher conhecia bem o que era abandono – foi casada cinco vezes, cinco camas diferentes, cinco rejeições diferentes. Cinco vezes abandonada. Ela sabia o que era amar e não ser amada. Seu atual companheiro nem o nome lhe deu. Ela conhecia o que era ser rejeitada pelo preconceito racial – era samaritana. Por ser mulher – conhecia a discriminação sexual e por ter sido casada cinco vezes sabia o que era abandono e rejeição da sociedade.
Mas foi exatamente nesta mulher que o Senhor Jesus encontrou a pessoa mais desejosa de encontrar Deus. Essa mulher estava como Davi quando escreveu o Salmo 42.1,2:
“Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?

Por isso que lendo esse texto descubro que o Senhor sempre se revela a quem o busca, e essa mulher o encontrou não por ser perfeita, mas por ser honesta. Ela não ocultou a sua condição matrimonial, assim como não ocultou o seu desejo de encontrar Deus.

Através desse episódio ocorrido no poço de Jacó esta samaritana aprendeu coisas tremendas com Jesus e, da mesma forma, nós também podemos aprender lições preciosas para o nosso crescimento espiritual também hoje. Vejamos:

A PRIMEIRA LIÇÃO: JESUS QUEBRA A BARREIRA DO PRECONCEITO (Jo 4.7-9).

Apesar de essa mulher ser samaritana e ter uma vida duvidosa, o Senhor Jesus passou por cima das tradições judaicas e se dirige aquela pobre mulher. Pois como lemos judeus e samaritanos não se falavam, havia um preconceito entre ambos. Principalmente porque os judeus se achavam superiores aos samaritanos. E como já dissemos um homem não podia se dirigir a uma mulher na rua. O que vemos aqui?

1º - Jesus é quem inicia a conversa (v 7). A salvação é iniciativa de Deus e não nossa. O homem sem Deus está morto em seus delitos e pecados e se o Senhor não o despertar da morte ele não irá buscar a salvação de modo algum (Ef 2.1-6).

2º - Jesus procura se relacionar com o homem da mesma forma hoje. Quantas pessoas pensam que o Senhor não se importa com elas por serem pecadoras, por terem uma vida promíscua. Mas saiba de uma coisa, Deus não mudou. Ele ainda continua a procura do homem perdido assim como o pastor foi em busca da ovelha perdida (Lc 15.3-7).

3º - Jesus mostra para aquela mulher que as pessoas podem ter preconceitos, mas Deus não. Jesus podia ser judeu na carne, mas era o Deus encarnado buscando as ovelhas perdidas do Seu Pai (Jo 10.11-16). A Bíblia nos fala em Apocalipse que João viu diante do trono uma multidão incontável de todas as nações, tribos, línguas e povos (Ap 7.9,10).

“Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação”.

A SEGUNDA LIÇÃO: JESUS MOSTRA PARA AQUELA MULHER QUE A ÁGUA QUE ELE OFERECIA ERA A VERDADEIRA ÁGUA VIVA (Jo 4.10).

Aquela mulher valorizava aquela fonte por duas razões: primeira por ter sido uma fonte ou um poço aberto por Jacó, o grande patriarca e segundo, por ser uma fonte que tinha uma água potável que saciava-lhe a sede. No entanto Jesus mostrou para ela três fatos que ela desconhecia:

1º - Jesus mostrou para ela que aquela fonte não era a única que podia satisfazer a sede Jo.4.10). A sede física qualquer água potável pode satisfazer, mas a sede espiritual só o Senhor Jesus satisfaz.

2º - Jesus mostrou para aquela mulher que as outras fontes são falsas (Jo 4.13). Não há outra fonte que satisfaça a nossa sede espiritual. Muitas pessoas tem procurado satisfazer essa sede nos prazeres, no sexo, nas riquezas, na fama. Mas isso passa, e no final o que sobra? Uma sede insaciável.

3º - Jesus mostrou para aquela mulher que a fonte de Jacó mata a sede de forma momentânea, mas quem beber da água que Ele der nunca mais a pessoa terá sede (Jo.4.12-14). Jesus não era só maior que Jacó, Jesus havia criado Jacó. Há muitas pessoas hoje idolatrando pessoas e se esquecendo de quem é o verdadeiro criador de todas as coias. Quantas pessoas indo a poços que não retêm a água. Como disse o Senhor através da boca do profeta Jeremias:

“Porque dois males cometeu o meu povo: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas” (Jr 2.13).

Onde você tem procurado matar a sua sede? Nos prazeres momentâneos deste mundo ou em Deus criador dos céus e da terra? Naquilo que é passageiro ou naquilo que é eterno?

TERCEIRA LIÇÃO: JESUS DESPERTA NELA O DESEJO DA ÁGUA VIVA (Jo 4.15).

Só que esta mulher não havia entendido o sentido das palavras de Jesus a respeito da água viva. Ela havia interpretado de forma literal e não de forma espiritual. Corremos o mesmo risco hoje também.

1º - Ainda hoje há pessoas que não entendem as palavras de Jesus. Muitas pessoas estão interpretando as palavras de Jesus de forma literal outros de forma figurada. Por exemplo, quando Jesus falou sobre o novo nascimento com Nicodemos ele achou que deveria voltar ao ventre materno e nascer novamente (Jo 3.4). Por isso é necessário estudarmos a Bíblia com a ajuda do Espírito Santo para podermos interpretá-la de forma correta. Mas quantos “achismos” temos visto em muitos púlpitos por aí. Pastores que tem preguiça de estudar a Palavra. Pastores que não dedicam tempo ao aprendizado e ainda usam o chavão que “A letra mata”.

Observe o conselho de Paulo a Timóteo:

“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade (2Tm 2.15).

2º - A má interpretação do texto sagrado tem levado muitas pessoas a terem uma visão totalmente distorcida de Jesus. Muitos o veem como tudo, menos como salvador. O veem como provedor de riquezas, como um curandeiro, como um casamenteiro, como um Salvador universal, como um socialista – tanto que temos a Teologia da Missão Integral em nossos arraias hoje. Quem é Jesus para você meu irmão?

A pergunta que Jesus fez aos seus discípulos ecoa em nossos ouvidos ainda hoje: “Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou?” (Mt 16.15). O que o Senhor Jesus é para você meu irmão? Como você o tem visto?

JESUS SE REVELA A UM CORAÇÃO SEDENTO

Nesse momento da conversa com a samaritana a conversa aparentemente muda de curso, mas na verdade é o ápice da revelação ao coração daquela mulher sedenta de conhecer Deus. E por conhecer o seu desejo o Senhor Jesus se revela a ela. Observando essa conversa entendo que o Senhor Jesus ainda se revela hoje assim como se revelou aquela mulher.

1º - JESUS SE REVELA A QUEM RECONHECE OS SEUS PECADOS (Jo 4.16,17).

Quando Jesus diz para a samaritana chamar o seu marido ela imediatamente admite que não tinha marido. E nisso o Senhor não a recriminou, muito pelo contrário, até a elogiou pela sua sinceridade, não que Ele estivesse apoiando o seu pecado, mas a sua honestidade. Podemos entender com isso duas coisas:

1º - O Senhor não se revela a quem não se vê como pecador. A maior dificuldade que Jesus teve não foi com os pecadores, mas com os fariseus, com os escribas e com os sacerdotes. Tanto que no capítulo 23 de Mateus o Senhor Jesus profere vários “Ais” contra os escribas e fariseus. A pior coisa que pode acontecer com uma pessoa é tentar esconder os seus pecados através de uma religiosidade hipócrita. Gente que se vê santa e não reconhece que pela graça e somente por ela é que somos salvos (Ef 2.8,9).

2º - Jesus se revelou a esta samaritana por sua sinceridade diante da vida que tinha. Cinco casamentos, cinco rejeições, cinco camas diferentes. Era rejeitada por todas as pessoas da cidade, tanto que ia buscar água ao meio dia, hora em que não havia pessoas no poço. Ser rejeitada pelo judeu desconhecido para ela não importava. Ela já esperava sua reprovação. Mas ao invés disso ocorrer o Senhor lhe surpreende com essa palavra:

“Replicou-lhe Jesus: Bem disseste, não tenho marido; porque cinco maridos já tiveste, e esse que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade”.

A verdade na boca dessa mulher fez com que o Senhor a elogiasse. Mas uma vez repito: o Senhor não estava apoiando o seu pecado, mas a sinceridade e honestidade dela diante da vida que tinha. Essa é a diferença que o Senhor quer de cada um de nós. Como disse Davi no Salmo 51.17:

“Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus”.

O Senhor não espera de nós perfeição, mas honestidade para admitir que somos pecadores e que precisamos de perdão e se Sua misericórdia.

Veja o que João nos escreve em sua primeira carta:

“Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro” (1Jo 1.8-10; 2.1,2).

Quem não se vê como pecador rejeita o sacrifício de Cristo na cruz do Calvário. Na verdade quem assim se vê é um idólatra, pois acha que sua justiça é suficiente para levá-lo ao céu. No entanto o profeta Isaías compara a nossa justiça como trapo de imundície:

“Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam” (Is 64.6).

Mas quem “encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28.13).

Pecado confessado é pecado perdoado, lembre-se disso.

2º - JESUS SE REVELA A QUEM QUER ENCONTRÁ-LO (Jo 4.19-24).

A pergunta desta mulher é muito relevante, pois mostra que ela desejava saber onde Deus estava se era no monte Gerizim ou em Jerusalém. Que lugar o Deus de Israel tinha escolhido entre as suas tribos para que ali habitasse o Seu nome? Aonde o Seu povo deveria ir para adorá-lo? Para entender essa pergunta devemos conhecer o contexto histórico. Os samaritanos só reconheciam como texto sagrado os cinco primeiros livros do Antigo Testamento e, segundo eles, o lugar de adoração era no monte Gerizim, ou seja, a religião deles estava alicerçada somente no Pentateuco.

Eles observavam o que Moisés disse em Dt 27.1-4:

“Moisés e os anciãos de Israel deram ordem ao povo, dizendo: Guarda todos estes mandamentos que, hoje, te ordeno. No dia em que passares o Jordão à terra que te der o SENHOR, teu Deus, levantar-te-ás pedras grandes e as caiarás. Havendo-o passado, escreverás, nelas, todas as palavras desta lei, para entrares na terra que te dá o SENHOR, teu Deus, terra que mana leite e mel, como te prometeu o SENHOR, Deus de teus pais. Quando houveres passado o Jordão, levantarás estas pedras, que hoje te ordeno, no monte Ebal, e as caiarás”.

Só que há um detalhe, eles substituíram o Monte Ebal que foi o monte onde Moisés proferiu as maldições (Dt 27.11-26), pelo monte Gerizim onde ele proferiu as bênçãos (Dt 28.1-14). Nesse monte eles haviam construído um templo para evitar que os peregrinos fossem a Jerusalém. Embora no ano 128 a.C ele havia sido destruído o monte Gerizim continuava sendo reverenciado. Além de não crerem nos escritos que os judeus observavam, os samaritanos trocaram um monte pelo outro.

Segundo alguns historiadores eles deixaram de observar os outros escritos da Lei quando foram impedidos de ajudarem na reconstrução do templo em Jerusalém quando os judeus voltaram do cativeiro babilônico. Com isso construíram um templo no monte Gerizim para que os samaritanos não fossem a Jerusalém adorar no templo reconstruído.

No entanto, o Senhor Jesus não deixou esta mulher sem a devida resposta. Pelo contrário, dentro do contexto que ela conhecia Ele lhe tirou todas as dúvidas.

1º - Jesus lhe mostrou que ela estava totalmente enganada (v 22). Essa resposta de Jesus foi bem diferente do que ela poderia esperar. Mas Jesus fala isso porque Jacó havia proferido várias profecias sobre seus filhos e, principalmente, sobre Judá. Veja o que ele disse sobre seu filho Judá:

“Judá, teus irmãos te louvarão; a tua mão estará sobre a cerviz de teus inimigos; os filhos de teu pai se inclinarão a ti. Judá é leãozinho; da presa subiste, filho meu. Encurva-se e deita-se como leão e como leoa; quem o despertará? O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés, até que venha Siló; e a ele obedecerão os povos” (Gn 49.8-10).

Ela e todos os que tinham uma interpretação diferente desta estavam errados, pois de Judá viria o Redentor. Hitler tentou provar que Jesus não era judeu e errou. Até no Alcorão fala a respeito do Messias Jesus e de Sua ressurreição.
Quantas pessoas ainda hoje estão destorcendo o Texto sagrado por falta de conhecimento. A Bíblia é para ser lida e estudada.

Por exemplo, eu conheço pessoas que dizem que só os Salmos são inspirados por Deus. Já ouvi outros dizerem que só as Epístolas Paulinas que são inspiradas. E já vi professor de seminário dizer para os seus alunos se desintoxicarem da Bíblia, mas os aconselhava a lerem o filósofo Nietzsche e o teólogo liberal Rudolf Bultmann. Dorme com um barulho desses!

2º - Jesus lhe mostra que não existe um lugar geográfico para adorar o Pai (v 21). Entenda uma coisa, a adoração é todo dia e toda hora. Algumas pessoas pensam que é no templo (igreja), que se deve adorar a Deus. Esse é ainda um resquício católico na alma do povo brasileiro que pensa que só no templo que o Senhor deve ser adorado. Jesus falou que onde estiverem dois ou três reunidos em Seu Nome Ele estaria ali (Mt 18.20). Tanto que a Igreja Primitiva se reunia nas casas, pois devido às perseguições não havia como construir templos para se reunirem.

3º - Jesus lhe mostra que o Pai não busca adoração, mas adoradores (v 24). O Pai busca adoradores que o adore em espírito. Que o adore com o coração contrito e não uma adoração ritualista. Em verdade, ou seja, que proceda de um coração totalmente rendido no ato da adoração.

Assim como o Pai é Espírito, os seus adoradores também devem adorá-lo em espírito, ou seja, adorá-lo num nível que ultrapassa a lógica humana. Pois como disse Paulo em sua primeira carta aos Coríntios:

Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo (1Co 2.14-16).

Mas também nos disse que o nosso culto deve ser um culto racional (Rm 12.1). O culto racional não é um culto onde a histeria se faz presente. Onde a pessoa faz coisas que fogem da lógica de um culto a Deus, pois alguns cultos que temos visto por aí, em igrejas que se dizem evangélicas parecem mais com cultos afros. Pelo menos a liturgia  e a coreografia são bem parecidas. 
   
3º - JESUS SE REVELA A QUEM CRÊ NAS PRMESSAS DO PAI (Jo 4.25).

Enquanto os judeus esperavam o Messias da linhagem de Davi, os samaritanos esperavam o profeta que Moisés havia dito que viria depois dele ((Dt 18.15). Este profeta semelhante a Moisés teria condições de explicar todas as coisas dentro da área teológica e prática da vida. Esta mulher nos dá alguns exemplos práticos:

1º - Ela esperava o Redentor. Havia no coração dela a esperança da vinda do Messias, aquele que traria novas revelações e renovo espiritual. Ela era uma mulher que cria no que Moisés havia dito, na promessa registrada no Pentateuco. Isso serve de exemplo para todos nós, pois quantos hoje estão desacreditando das promessas que o Senhor nos deixou. Jesus falou que voltaria para buscar a Sua Igreja, mas quantos desacreditam dessa promessa. Aliás, recentemente eu ouvi um pastor dizer que quando Jesus disse isso na verdade Ele estava dizendo que o mundo iria se tornar melhor e que a Sua vinda não era como se ensinavam nas igrejas, ou seja, ele tanto estava negando o céu quanto a volta do Nosso Senhor. Aliás, duas mensagens têm sido negligenciadas em nossos dias: A que fala a respeito do pecado e a que fala da volta de Jesus.

2º - Ela conhecia o que Moisés havia profetizado. Estamos vivendo hoje em dia um grande analfabetismo bíblico. Pessoas que conhecem doutrinas erradas de ouvirem falar, mas não procuram saber se o que ouviram tem base bíblica ou não. Alguns anos atrás minha esposa foi em uma igreja – estávamos de férias em outro estado – e lá se encontrava um “apóstolo” que iria pregar naquela noite. Passaram-lhe a palavra e ele de início vem com essa pérola “bíblica”: “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. Minha esposa saiu da igreja imediatamente dizendo que não sabia que Antoine de Saint-Exupéry era bíblico.

É isto que temos visto nos púlpitos de muitas igrejas por aí, gente citando de tudo um pouco, menos o que a Bíblia fala, e de forma correta. Digo isso porque uma má hermenêutica causa grandes transtornos também.

4º JESUS SE REVELA COMO O MESSIAS PROMETIDO (Jo 4.26).

A espera havia acabado. O Messias havia chegado e estava junta a ela naquele poço. Aquele que Moisés havia profetizado estava conversando com ela sem descriminá-la, sem ofendê-la, sem magoá-la. Muito pelo contrário, a estava tratando como gente, como filha amada, lhe enchendo o coração de esperança de que o novo havia chegado. Que seus medos seriam transformados em esperança.

Naquele momento ela descobre três coisas maravilhosas a respeito de Jesus.
1º - Que Jesus era maior que Jacó. Ela que buscava a água de um poço aberto por Jacó descobre que Jesus tinha Água da Vida que jorra para vida eterna e lhe ofereceu essa Água.

2º - Que Jesus era mais que um profeta. Mais que um profeta que conhecia o seu passado, esta mulher descobre que Jesus era o criador de todas as coisas.

3º - Que Jesus era o Messias prometido nas Escrituras. Esta mulher descobre que o que o Pai havia falado por intermédio de Moisés estava se revelando diante de seus olhos. Ela descobre naquele início de tarde que o Messias estava diante dela e falando com ela. Sem descriminá-la, sem repudiá-la, sem ofendê-la.

Hoje não é diferente. Quando o Senhor se revela a alguém os olhos se abrem para vê-lo não como um simples profeta, ou como operador de milagres, mas como o Deus encarnado que se importa com cada um de nós e nos acolhe mesmo sendo nós ainda pecadores. A quem o Senhor se revela, dos seus ombros o Senhor tira o fardo pesado do pecado e nos ajuda em nossa dura caminhada.

5º - A QUEM JESUS SE REVELA TORNA-SE ANUNCIADOR DAS BOAS NOVAS (Jo 4.28-30; 39-42).

O texto nos diz que a mulher deixou o seu cântaro e foi correndo anunciar o Cristo. Quem teve um encontro real com Jesus não consegue ficar quieto guardando a bênção só para si.

1º - Quem tem um encontro verdadeiro com Jesus descobre que Ele é mais importante que tudo nesta vida. A alegria que Jesus causou no coração dela foi maior que o interesse pela água que ela havia ido buscar, tanto que deixou o seu cântaro e correu até a cidade. Se Jesus não for mais importante que tudo em sua vida, com certeza, você ainda não teve um encontro real com Ele. Veja o que o Senhor nos diz em relação a isso:

“Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim; e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim” (Mt 10.37,38).

Se Jesus não tomar todo o teu coração, certamente, há algo errado com a sua vida espiritual. A história de SADU SUNDAR SINGH, O APÓSTOLO DOS PÉS SANGRENTOS é um grande exemplo de uma pessoa que teve um encontro com Jesus. Isso sem falar de Saulo de Tarso que se tornou o apóstolo Paulo. 

2º - Quem tem um encontro verdadeiro com Jesus não deixa de anunciar Jesus. Quantas pessoas daquela cidade a viam como uma prostituta. Quantas vezes ela foi ridicularizadas pelos homens e pelas mulheres daquela cidade, mas diante do encontro maravilhoso com Jesus ela deixou todas as mágoas de lado e foi correndo falar para todos que havia encontrado o Cristo.

Se o preconceito e as mágoas forem maiores que a alegria que Jesus causa em nós, há algo errado com o nosso encontro com Jesus.

3º - Jesus tem que ser conhecido não só de ouvir falar, mas deve ser experimentado (42). Isso é tremendo. É algo que trás ao nosso coração lembranças do nosso encontro com o Senhor um dia também. Quando Ele deixou de ser uma boa notícia para ser a verdadeira Boa Nova em nossas vidas. Foi isso que ocorreu com os samaritanos. Eles não criam mais de ouvir falar, mas de estarem com Jesus e descobrirem que Ele era o Cristo prometido e o Salvador do mundo.

E pensar que tudo isso começou com uma mulher que queria saber “Onde está Deus?”

CONCLUSÃO

Aquele dia tão comum para aquela mulher samaritana, de repente ele deixou de ser comum, pois o Salvador Jesus marcou um encontro com ela naquele poço, embora ela não soubesse. Da mesma maneira Jesus está sempre nos surpreendendo. Algo novo sempre acontece nas horas que menos esperamos. Quem sabe você está aqui hoje pensando que será mais um dia como qualquer outro, mas quem sabe hoje será Aquele Dia, não dia que você espera, mas o dia que Jesus quer para você.

Para aquela mulher tudo mudou, pois ela encontrou o Senhor da vida. Ela teve a grata satisfação de conversar com o Salvador do mundo. Com o Seu Salvador. Hoje Ele marcou um encontro com você também.

Pense nisso!

terça-feira, 16 de setembro de 2014

QUAL A URGÊNCIA DA SUA MENSAGEM?


Por Fabio Campos

Texto base: “Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. – 1 Pedro 2.9 (NVI)

Uma das grandes conquistas da Reforma Protestante foi o retorno ao sacerdócio de “Todos os crentes”. Antes o sacerdócio era local, centralizado na pessoa do papa. Somente ele detinha a interpretação das Escrituras e podia anunciar, com autoridade outorgada, as “grandezas do Evangelho de Cristo”. Com a reforma, a igreja (não a católica romano que não se deixou reformar), se voltou ao princípio das Escrituras, ensinado por Pedro: o sacerdócio universal, ou seja, qualquer crente em Jesus, regenerado, pode, então, proclamar as boas-novas, tendo acesso direto as Escrituras, interpretando-as pela iluminação do Espírito Santo o seu significado, aplicando assim, ela [Bíblia] a sua própria vida.

Deus sempre conduziu o seu povo através da sua Palavra. Homens deram a vida para que o “conselho de Deus fosse”anunciado. Nossa responsabilidade é grande diante desta vocação: “... povo exclusivo de Deus, para ANUNCIAR AS GRANDEZAS daquele que os chamou das trevas para sua maravilhosa luz”. Tudo se torna periférico diante desta incumbência. Nossa alma grita ainda que sem voz: “... ai de mim se não anunciar o evangelho” (1 Co 9.16).

Deus é mais forte do que nós. Sua mensagem é fogo consumidor que mexe com toda nossa estrutura física. Todo profeta autêntico não conseguirá resistir a Deus e prevalecer, pois o Espírito Santo intranquiliza o espírito do homem. Quando menos se espera, eis que vem a mensagem do Senhor: “Mas, quando penso: ‘Vou esquecer o Senhor e não falarei mais em seu nome’, então a tua mensagem fica presa dentro de mim e queima como fogo no meu coração. Estou cansado de guardá-la e não posso mais aguentar” (Jr 9.9 NTLH).

Quando Deus fala, o profeta quebra o silêncio. Repare as pessoas mais tímidas e introvertidas. As que não são dadas ao público. Muitas temem diante de um auditório; mas quando lhe vem a Palavra de Deus, na autoridade do Espírito do Santo, toda boca se cala e todo ouvido se abre: “Quando o leão ruge, quem não fica com medo? Quando o Senhor Deus fala, quem não anuncia a sua mensagem” (Am 3.8 NTLH).

Nós temos uma mensagem! Não importa onde você mora; sua condição social; o seu salário - você tem uma mensagem. Entenda! A mensagem do evangelho não é entregue somente à homens letrados e intelectuais. Ainda que se tenham tais virtudes, a mensagem não é entregue por persuasão humana, mas sim pelo poder de Deus. Este poder nos impulsiona e nos faz temer diante da urgência. Pedro não era culto e letrado, mas ele conhecia a Jesus: “... pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (At 4.20). O mais importante ele tinha! Conhecia Cristo face a face, e mesmo diante dos doutores da letra, sua sabedoria, excedia, ao ponto da multidão dizer: “Ao verem a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se; e reconheceram que haviam eles estado com Jesus” (At 4.13).

Todo arauto de Deus sente na sua alma uma necessidade, e principalmente, uma urgência que o esmaga, ou seja, anunciar todo o conselho de Deus. Gastamos muito tempo com coisas que não são urgentes. Muitos estão a tentar “converter” os irmãos já crentes a aceitarem sua posição teológica - de continualista para cessacionista; arminiano para calvinista; pentecostal para tradicional. Não vejo problema em arrazoar o assunto de uma forma equilibrada e saudável. A questão é que isso é secundário. Enquanto estamos nos empreendendo em questões secundários (pessoas que só falam disso), familiares e amigos estão morrendo sem conhecer “o conselho de Deus”. Lamentável! Brigam como um leão no facebook, mas não têm um pingo de ousadia para proclamar o Evangelho de modo simples e objetivo ao perdido. São pescadores de aquário; medíocres porque não se lançam ao mar, pois sabem que lá o desafio é grande.

Esqueceram-se da mensagem da cruz; e este sem equilíbrio e discernimento, do que é ou não urgente, se entregaram totalmente a vaidade do saber. Não proclamam o Evangelho; apenas falam dele e do modo como o interpreta. E o povo que está com fome de pão, recebe, então, migalhas de pessoas que amam mais a sua causa do que a Causa de Deus; a saber, que “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores”. Usando as palavras de Leonard Ravenhill: “Se tivéssemos mais noites sem dormir, em oração, haveria muito menos almas que teriam que passar noites sem dormir eternamente no inferno”.[1]

A palavra não é nossa, mas de Deus, pois assim diz a Escritura: “Pois recebi do Senhor o que também lhes entreguei” (1 Co 11.23). O grande pregador e avivalista, Leonard Ravenhill, certa vez disse: “Eu fico profundamente perturbado quando moços me escrevem, dizendo: ‘Eu sou um profeta do Senhor’. Profetas não são autoproclamados. Eles não se gabam. Eles não buscam um lugar em público onde possam fazer brilhar suas auréolas. Nenhum homem toma essa tremenda honra para si mesmo. E a oposição jamais intimida o verdadeiro profeta. Ele chora diante de Deus e, todavia, ele não precisa de um ombro para chorar. Todos os profetas têm uma mesma segurança: ‘Veio a mim a Palavra do Senhor’”. [2]

O Senhor é conosco! Ele é consolo para todo aquele que se entrega verdadeiramente a Ele, lhe dando não somente a sua palavra, mas a sua própria presença.

Deus nos deu uma mensagem, amados. Ele quer nos usar para o louvor da sua glória. Busque o seu poder. Ele não está interessando (ainda que seja importante) na sua articulação teológica, no seu conhecimento e nem na sua erudição, pois assim mesmo Ele diz: "Não se glorie o sábio em sua sabedoria nem o forte em sua força nem o rico em sua riqueza, mas quem se gloriar, glorie-se nisto: em compreender-me e conhecer-me, pois eu sou o Senhor” (Jr 9.23-24 NVI).

Não se deixe enganar, o diabo sabe que nada pode te separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus. Todavia, sua tentativa é neutralizar o ministério que Deus lhe deu. Ele sabe que não poderá converter você ao ateísmo, mas ele bem sabe que pode distorcer, na sua mente, os atributos de Deus, te convencendo pela mentira que Deus é um tirano, legalista, e que está interessado somente no seu desempenho, ou seja, e que Ele se agrada somente das suas boas-obras para justificação. Em busca do perdão de Deus, ao invés de colocarmos nossa confiança em Cristo, apoiamos-nos em nossa própria força; o esgotamento físico e espiritual só tende a aumentar. Ficamos paralisados, e como disse Leonard Ravenhill: “O fato doloroso é que o sal perdeu o seu sabor. Recentemente eu aprendi que o sal pode perder seu sabor, todavia ele não perde a sua potencia. Quando ele deixa de curar, então ele começa a corromper. Portanto, a igreja morna é um obstáculo maior do que a igreja fria”. [3]

Peça ao Senhor que te renove no Espírito Santo; clame pelas almas. Seja uma bênção no “ministério da reconciliação”. Este é o principal anseio de um homem e de uma mulher de Deus (Rm 10.1). Por estes dias pedi a Deus o seguinte: “Se o Senhor não me der da tua graça e da tua unção, peço, então, que eu não seja mais convidado a pregar em nenhum lugar, pois o que eu entregaria seria apenas conhecimento, fruto de uma “habilidade adquirida”. Certamente, isso seria nocivo a igreja do Senhor Jesus.

Derrame o seu coração a Deus; não importa o que você fez até agora e o quanto você já falhou; busque ao Senhor de “todo o seu coração”. Como disse Leonard Ravenhill: “Oração, em sua forma mais sublime, é suor de alma agonizante”.

Pense nisso, você é um arauto de Deus para “ANUNCIAR AS GRANDEZAS daquele que os chamou das trevas para sua maravilhosa luz”. Assim, você será:

“Aqueles que são sábios reluzirão como o brilho do céu, e aqueles que conduzem muitos à justiça serão como as estrelas, para todo o sempre”. – Daniel 12.3 NVI
Você tem uma mensagem urgente!, ou seja, Jesus está voltando!

Soli Deo Gloria!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] RAVENHILL, Leonard. Avivamento à maneira de Deus. São Paulo-SP: The Way Books, p. 63
[2] RAVENHILL, Leonard. Avivamento à maneira de Deus. São Paulo-SP: The Way Books, p. 93 – 94
[3] RAVENHILL, Leonard. Avivamento à maneira de Deus. São Paulo-SP: The Way Books, p. 37.

Fonte: Fabio Campos

domingo, 14 de setembro de 2014

A ESSÊNCIA DO CULTO A DEUS


Por Pr. Silas Figueira


Sl 50.1-23

INTRODUÇÃO

O salmo 50 é em primeiro lugar um salmo didático, ou seja, um salmo que tem a finalidade de ensinar. Ele mostra que o Senhor examinará o Seu povo com base nos princípios espirituais verdadeiros, e não meramente em um espetáculo religioso. Portanto, Asafe é mais que um poeta e cantor, ele é um profeta que o Senhor usa através da música para corrigir o seu povo.

Tanto que o ponto central deste salmo fala que a verdadeira religião ou o verdadeiro culto a Deus consiste em invocar a Deus em tempos de aflição, prestar ações de graças não simplesmente através de sacrifícios, mas através de um coração contrito; de um espírito quebrantado na presença do Senhor.

Através desse salmo podemos destacar algumas lições para nossas vidas.

1ª A PRIMEIRA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE O SENHOR CONDENA O FORMALISMO HIPÓCRITA (Vs 7,8; 16-19)

Podemos observar três coisas que os formalistas hipócritas pensam a respeito de Deus:

1º Algumas pessoas pensam que Deus é um ser carente de culto (7,8). Algumas pessoas têm a ideia de que o Senhor lá nos altos céus necessita de culto e se nós não o cultuarmos Ele irá se entristecer e, quem sabe, até morrer como se o nosso culto alimentasse ao Senhor (v 12,13). Deus não é um ser carente, nós é que necessitamos da Sua misericórdia todos os dias para nos sustentar em todas as áreas da vida - física, emocional e espiritual.

2º O formalismo sem um coração contrito o Senhor não aceita (16,17). Quantas pessoas hoje estão com seus corações totalmente longe de Deus, mas com uma frequência ímpar aos cultos? Ou muitos, ainda que não frequentem tanto assim aos cultos, não deixam de enviar os seus dízimos achando que isso é o que agrada a Deus, ou pelo menos ao pastor. Você, certamente, conhece pessoas que pensam assim!

Quem pensa assim desconhece a Deus e o que na verdade Lhe interessa. Tem gente que pensa que pode comprar as bênçãos do Senhor por causa de uma teologia satânica que se tem pregado em muitos púlpitos. Muitas pessoas pensam que basta entregar uma “boa oferta” ou seus dízimos que o Senhor ficará obrigado a lhe abençoar. Preste atenção ao que o Senhor Jesus ensinou sobre a entrega da oferta a Deus:

“Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta” (Mt 5.23,24).

Saiba de uma coisa: Dinheiro não paga a desobediência e, muito menos, a falta de comunhão com os irmãos. Jesus deixou isso bem claro no Sermão do Monte.   
3º Quem pensa assim são os ímpios (v 16a; 18-19). Quem age assim, segundo o próprio Senhor, é o ímpio. É aquela pessoa que não tem fé, que é incrédula, herege. E essas pessoas estão em todas as igrejas. Umas nós até conseguimos identificar bem outras são mais sutis; mas estão em nosso meio, infelizmente.

Mas como devemos agir com pessoas assim? O apóstolo Paulo nos da um excelente conselho:

“Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros; refiro-me, com isto, não propriamente aos impuros deste mundo, ou aos avarentos, ou roubadores, ou idólatras; pois, neste caso, teríeis de sair do mundo. Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais” (1Co 5.9-11).

O salmista nos diz que tais pessoas não obedecem a Deus e se aborrecem com a disciplina e rejeita a Palavra do Senhor, apesar de tê-las nos lábios; tem prazer na companhia de ladrões e adúlteros; e gostam de maledicência e fofoca, e não deixam de difamar os próprios familiares.

E porque não devemos andar e nem ao menos ter comunhão com essas pessoas? Simples, porque “as más conversações corrompem os bons costumes” (1Co 15.33). Quem anda e conversa com gente assim acaba agindo assim também. Por isso, afastem-se de tais companhias.

2ª A SEGUNDA LIÇÃO QUE APRENDO AQUI É QUE A VISÃO QUE A PESSOA TEM DE DEUS DETERMINA AS SUAS ATITUDES (v 21).

Transliterando as palavras do Senhor podemos dizer assim: “Eu não sou farinha do mesmo saco que você”. Existem muitas pessoas que têm uma visão distorcida de Deus. Tem gente que vê Deus como se Ele não se importasse com as nossas atitudes, quem pensa assim não se preocupa com as consequências do pecado, alias, costumam dizer: “Acaso, há conhecimento no Altíssimo?” (Sl 73.11). Para tais pessoas o Senhor não se importa com o que elas fazem de errado. Saiba de três coisas:

1º O silêncio de Deus não quer dizer que Ele esteja aprovando as atitudes erradas das pessoas. Por isso é necessário rever o que temos realizado. Não confunda longanimidade de Deus com aprovação as atitudes erradas que a pessoa comete. Não é porque Deus não se manifestou de forma contrária ao erro que Ele esteja aprovando-o.

2º Há pessoas que pensam que Deus é igual a eles. Quem pensa assim trás Deus a um nível muito baixo. Na verdade está comparando Deus a Satanás, pois quem tem prazer no pecado e em ver os homens longe de Deus é o diabo.

3º No tempo certo Deus há de se manifestar (v 21c). O que o homem planta ele colhe. Veja o que nos diz o profeta Oseias:

“Porque semeiam ventos e segarão tormentas; não haverá seara; a erva não dará farinha; e, se a der, comê-la-ão os estrangeiros” (Os 8.7).

O que plantamos, nós colhemos. Por isso que o apóstolo Paulo nos diz em Gl 6.7,8:

“Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna”.

O que você está plantando meu irmão?

3ª A TERCEIRA LIÇÃO QUE APRENDO AQUI É O QUE É O CULTO A DEUS.

Primeiramente eu tenho que entender que culto não é entretenimento. Não é porque eu não tinha algo mais importante que fazer que eu venho a igreja. Culto não é passa tempo e muito menos igreja não é lugar para diversão. Culto é se prostrar diante de Deus em agradecimento por tudo que Ele é em nossas vidas. É ser grato a Ele por tudo o que alcançamos em cristo Jesus, nosso Salvador.

Segundo o texto que lemos podemos dizer que culto é:

1 – Culto é lugar onde Deus fala (vs 1,7). Não o que eu quero ouvir, mas o que eu necessito ouvir (vs 7,8).

2 – Culto é reconhecer a soberania de Deus (vs 3,4; 10,11).

3 – Culto é a confirmação da Aliança que o Senhor fez com a Igreja (v 5).

4 – Culto é reconhecer a justiça divina (v 6).

5 – Culto é render graças ao Senhor por tudo que Ele tem feito (vs 14,23).

6 – Culto é lugar de recebermos respostas às nossas orações (v 15).

7 – Culto é lugar de julgamento (v 22).

Esta é a essência do culto a Deus. Você quando se reúne para cultuar Deus, por acaso você tem visto isso acontecer no culto? Se tais coisas não estão acontecendo é bom você rever que culto você e a igreja que estão oferecendo a Deus. 

CONCLUSÃO

Hoje em dia, em muitas igrejas o que temos visto não é culto. Podemos chamar de show gospel, mas em hipótese alguma de culto. Pelo menos não a Deus, pois muitos pastores viraram verdadeiros artistas atrás do púlpito. Falam do homem para Deus, mas não falam de Deus para os homens. Falam de autoajuda, mas não da ajuda do alto.

Muitos têm pregado um evangelho sem cruz, sem santificação, sem vida irrepreensível. Mas pregam um evangelho de troca, de barganha, de toma lá da cá. De troca de favores. Este evangelho é o que faz sucesso, ainda que não traga resultados espirituais.

A palavra salvação também sumiu das bocas de muitos líderes, pois para tais indivíduos Jesus morreu na cruz foi para que as pessoas ganhassem carro zero e terem casa na praia. Muitos pregam um evangelho que as pessoas querem ouvir e não o que necessitam ouvir, por isso o que eles chamam de culto, na verdade não é culto a Deus, mas culto a si mesmo e ao homem.

Que o Senhor tenha misericórdia de nós e que possamos ouvir a voz de Deus nos chamando ao arrependimento para não sermos condenados com o mundo.

Pense nisso! Que o Senhor possa sempre receber o nosso culto a Ele prestado.