sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Deus dirige os caminhos de todos os homens


Por Heber Carlos de Campos

Esta matéria da direção de Deus é, teoricamente fácil de se crer, mas na prática ela tem sido difícil de aceitar, porque tem havido muitas pessoas que lutam contra a idéia da soberania divina. Ela é tremendamente controvertida nos círculos sinergistas, isto é, nos lugares onde vigora uma idéia de que o homem é quem determina os seus caminhos.

Análise de Texto

Jr 10.23 – “Eu sei, ó Senhor, que não cabe ao homem determinar o seu caminho, nem ao que caminha o dirigir os seus passos”.

O contexto deste verso é muito importante para que o entendamos. Era o tempo da invasão de Nabucodonozor. Judá era uma terra de desolação por causa da maldade do rei de Babilônia que tomou Jerusalém e a sitiou. Todos os acontecimentos narrados pelo profeta mostram o juízo de Deus através do monarca dos caldeus. O castigo era por causa da justiça divina em razão dos pecados de Judá. Todavia, o modo como Deus usa as pessoas na consecução dos seus planos é produto da sua soberania. O destino das pessoas sempre foi determinado pela soberania de Deus. Essa era a ótica de Jeremias quando escreveu estas palavras do verso em questão.

Na verdade. Jeremias, que era um crente, reconheceu duas coisas (e só os crentes as reconhecem!) com respeito aos seres humanos: o destino dos seres humanos e os seus caminhos estão no controle de Deus:

Que não cabe ao homem determinar o seu caminho

O profeta Jeremias reconheceu que a determinação do destino dos homens não é tarefa deles. Este aspecto tem a ver com o decreto divino. Nem sequer o homem sabe o seu dia de amanhã. Toda a vida dos seres humanos está nas mãos de Deus. O destino deles é designado inteiramente por Deus. As mãos de Deus é dirigem o nosso destino. Cremos que não existe acaso na teologia cristã. Todas as cousas que acontecem na vida dos seres humanos é produto do decisões divinas. Isso não é fatalismo! O nosso destino é inteligentemente estabelecido pelo sábio conselho de Deus.

Os caminhos que os homens seguem são, em última análise, o traçado feito de antemão pelo soberano Deus. Os decretos divinos sobre a nossa vida é que ficam claros quando a nossa vida é dirigida pelas mãos de Deus.

O profeta Jeremias teve uma visão muitíssimo clara da providência soberana de Deus na vida dos seres humanos. Ele entendeu que os afazeres das nações e dos indivíduos estão sob o governo do Eterno. Como foi para Jeremiais, este é um artigo de fé que todos os crentes de origem reformada possuem e dele não podem abrir mão. Todavia, os incrédulos e mesmo alguns chamados “evangélicos” não conseguem reconhecer esta verdade. Para estes, o destino deles está nas suas próprias mãos. O destino deles é selado por atos que eles próprios praticam como expressão das suas próprias decisões.

Que não cabe ao homem dirigir o seu caminho

É verdade que os seres humanos tomam decisões, mas eles não são suficientemente capazes de executar todas as suas decisões porque lhes falta o poder para fazê-lo. É verdade que os seres humanos fazem escolhas, mas nem sempre o que eles escolhem fazer conseguem fazer. A execução dos planos dos homens estão condicionadas ao plano divino.

Os passos dos homens são governados pela obra concorrente de Deus que guia os passos deles. Isto quer dizer que não podemos fazer absolutamente nada para aliviar os nossos problemas ou para aumentar os nossos prazeres, a menos que Deus opere conjuntamente conosco e ordene libertação deles para nós ou aumente o gozo de nossa vida.

Não somos donos e senhores de nossos próprios caminhos. Não temos o poder de controlar todos os nossos desejos nem de realizá-los como pretendemos.

Esta também foi a crença do Pregador, provavelmente Salomão. Ele creu na direção providencial de Deus:

Pv 20.24 – “Os passos do homem são dirigidos pelo Senhor; como, pois, poderá o homem entender o seu caminho?”

Neste verso o autor sacro está tratando do fato de que Deus está envolvido com todos os nossos afazeres e os dirige a todos. Todos os nossos passos estão na dependência direção de nosso Deus. Tudo o que fazemos, fazemos exatamente porque queremos, mas isto não significa que somos independentes do decreto nem da ação divina em nossa vida guiando os nossos passos. Todas as nossas atividades estão debaixo da providência e, quando falamos dos cristãos, eles estão debaixo da sua providência graciosa, de forma que, quer andemos por caminhos maus ou bons, estamos sob o controle gracioso de Deus que nos ensina com manifestações deliciosas do seu amor ou com as manifestações disciplinares desse mesmo amor. De qualquer forma, todos os nossos passos acabam sendo dirigidos por Deus.

As nossas empreitadas não são realizadas porque sozinhos as desejamos e as fazemos, mas porque Deus está por detrás de tudo quanto planejamos e realizamos. Não temos poder nem para vislumbrar o que irá nos acontecer amanhã. Por isso o Pregador diz que “o homem não pode entender o seu caminho”. Os homens não podem saber nada sobre suas vidas até que os caminhos deles sejam revelados. Os homens não entendem os seus caminhos porque eles estão escondidos. Os caminhos dos homens são segredos escondidos em Deus e, por essa razão, eles não podem entender o que está acontecendo nem o que vai acontecer com eles. Porque o Senhor dirige os passos dos homens é que eles nem sempre entendem o procedimento deles. As decisões de fazer as coisas eles tomam, mas eles não compreendem porque tomaram aquelas decisões.

Somente os cristãos entendem que os seus passos são dirigidos pelo Senhor e, seja o que for que possa acontecer, eles crêem que, em última análise, o Senhor está por detrás dos próprios atos deles. Eles também não entendem as razões últimas de Deus ao dirigir os passos deles, mas entendem que é Deus quem os dirige.

Análise de Texto

Pv 16.1,2, 9 – “O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor. Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o Senhor pesa o espírito... O coração do homem traça o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos.”

Estes dois versos de Salomão mostram diretamente os planos dos homens e indiretamente os de Deus. Estes versos ensinam que os seres humanos não são suficientes em si mesmos para planejar devidamente. Os seres humanos não são capazes de pensar e de falar de modo devido, isto é, de tratar das coisas que são sábias e boas, porque tudo o que fazem corretamente é porque foram capacitados por Deus, pois aprendem da Escritura que “a nossa suficiência vem de Deus” (2 Co 3.5).

No mais secreto do nosso ser, o coração, arquitetamos planos, mas não somos sequer capazes de saber se os nossos planos são certos e bons. O nosso coração é enganoso e não é sábio. A preparação de todos os nossos atos está no coração dos homens, mas a resposta dos lábios vem do Senhor.

O texto de Provérbios 16.1 mostra duas verdades incontestáveis sobre a direção providencial de Deus:

O homem propõe caminhos

Os seres humanos em geral possuem a capacidade de agir livremente. Por isso eles são chamados de livres-agentes. Eles planejam as coisas e as fazem de acordo com as disposições dominantes dos seus corações. Eles fazem tudo o que combina com a natureza interior deles. Eles possuem a liberdade de pensar conforme lhes agrada, formam os seus projetos, estabelecem as suas idéias, fazendo o melhor que eles podem.

Contudo, todas as propostas dos homens esbarram em algo muito mais profundo e mais sério que é a disposição de Deus em fazer as coisas que os homens propõem.

Deus dispõe dos caminhos

Os homens podem fazer todos os planos possíveis, mas eles não podem dar continuidade a eles sem a anuência do Senhor, ou sem que receba a sua assistência bondosa. Os projetos dos homens somente se concretizam se eles estão de acordo com a resposta certa do Senhor que procede dos seus lábios. Deus é que fez a boca dos homens e lhes dirige sobre o que falar.

Os planos dos homens não dão certo freqüentemente porque eles não possuem mente e olhos para ver as coisas que elas não realidade são. O verso 2 diz que “todos os caminhos são puros aos homens dos homens”. Eles não têm olhos para ver corretamente o mundo, a história e o futuro. Eles não sabem prever porque isto não lhes foi dado. Eles pensam que os caminhos deles são puros, mas freqüentemente eles estão enganados. Porém o Senhor pondera e pesa o espírito. Isto quer dizer que o julgamento do Senhor é correto, certo, de acordo com a verdade. Deus pesa o que está em nós e estabelece juízo sobre os nossos caminhos e não erra em seus juízos. Ele não somente vê os caminhos dos homens, mas ele prova o espírito deles, colocando a resposta certa nos lábios dos homens, mesmo depois deles fazerem os seus próprios planos.

O verso 9 diz mais ou menos a mesma coisa do verso primeiro: “O coração do homem traça o seu próprio caminho”. Em virtude das suas propriedades racionais e de ser um ser pessoal, o homem possui a faculdade de planejar e idear coisas. Isso é próprio da sua natureza. Todavia, além de sua natureza, ele possui uma natureza pecaminosa que não o deixa idear corretamente. Ele, portanto, tenta traçar os seus próprios caminhos, numa tentativa de mostrar a si mesmos que possui a capacidade da independência. Freqüentemente ele não realiza os seus planos porque lhe faltam as cousas próprias do ser divino: faltam-lhe a onisciência e a onipotência. São estas coisa que tornam Deus capaz de guiar todos os caminhos dos homens. Ele conhece todas as coisas e pode todas as coisas. Por isso é dito que “o Senhor lhes dirige os passos”.

Esta prerrogativa divina é relacionada com todos os seres humanos e diz respeito à consecução dos seus planos eternos. Por isso, não podemos separar a doutrina dos decretos da doutrina da providência em Deus.

Fonte: O Ser de Deus e as Suas Obras: A Providência e a sua realização histórica, da editora Cultura Cristã, p.157-161.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Jesus nunca idealizou uma igreja perfeita


Por Mauricio Zágari

Igrejas são como zoológicos. Nelas há todo tipo de “animal”: ovelhas, bodes, serpentes, burros de carga, gorilas preguiçosos, muitos pavões e outros espécimens interessantes da fauna humana. Em meio a essa confusa Arca de Noé, é possível encontrar também uma alva e ativa pomba branca, que sobrevoa constantemente todos os outros animais. Ela remove com seu bico carinhoso todo tipo de parasita, pulga, espinho, farpa, carrapato e outras cracas daqueles bichos que lhe pedem auxílio, arrependidos por terem rolado na grama ou na lama e ali adquirido o que não deveriam. Como em todo zoológico, nas igrejas há de tudo, inclusive coisas ruins, como cheiro de estrume, fossos mal-cuidados, jaulas enferrujadas, animais que tentam comer o alimento uns dos outros e uma série de outros problemas. Não deveria ser assim, mas é.

Convidando visitantes

A grande questão aqui é que aqueles que fazem parte da congregação adotaram o hábito de, na maior parte das vezes em que convidam um visitante, promover o zoológico e não a pomba que ajuda a remover todos os carrapatos dos que entram pelas suas portas. Aliás, perdoe-me, a culpa é minha por não ter falado isso ainda: a pomba é a principal atração do zoológico. Os outros animais estão ali apenas para serem limpos por ela e para a amarem.

O resultado de convidarmos um visitante para conhecer o zoológico em vez de conhecer a pombinha é obvio. Se você chama alguém prometendo a ele que o zoológico será um lugar de animais educadinhos, sem sujeiras, onde os bichinhos não se estapeiam se são postos na mesma jaula… O que aquele visitante terá é uma enorme decepção ao ver como a coisa é de verdade. Seu passo seguinte será fazer o que qualquer um de nós faria: sair correndo daquele zoológico cheio de jardins mal-cuidados, macacos que atiram fezes nos visitantes e onde cada animal acha que sua jaula deveria ter mais destaque que a dos demais.

O mais triste disso é que cada visitante que chegou porque lhe dissemos que “o meu zoológico é abençoado” ou “o zelador do zoológico é muito legal” foi até lá cheio de pulgas, carrapatos, farpas e outras cracas e acabou indo embora sem ter a chance de ser limpo pela pombinha branca.

Por isso temos que acabar com essa mania de evangelizar as pessoas oferecendo igrejas em vez de Cristo. “Venha ao culto, minha igreja tem um astral superlegal”; “Venha ao culto, meu pastor prega muito”; “Venha à igreja, os irmãos são abençoados”; “Venha à igreja, o clima lá é ótimo”; “Venha ao culto, você tem algo melhor o que fazer domingo à noite?”. E por aí vai. Só que qualquer um desses discursos é errado.

Quer convidar alguém para a sua igreja? Seja honesto. Diga-lhe isto: “Venha à igreja, é uma instituição imperfeita, formada por pessoas imperfeitas, mas ali você ouvirá a pregação do Evangelho e, mediante isso, Jesus pode resgatar você da sua vida de pecados e salvá-lo para passar consigo a eternidade. Você verá que o pastor e os irmãos cometem muitos erros, mas de qualquer maneira é ali que você poderá ouvir a pregação das verdades divinas, é ali que vão orar por você, é ali em que poderá celebrar a cerimônia máxima da nossa fé – a Ceia do Senhor – junto com os irmãos, é ali que, depois que você amadurecer no Evangelho, poderá ajudar aqueles que chegarem em busca desse mesmo Cristo que nos redime e nos dá a vida eterna“.

O Espírito Santo não precisa que você venda ao pecador aquilo que é imperfeito para que ele corra aos braços dAquele que é perfeito. Você só tem que proclamar. Só. Mais nada. Quem convence é Ele. Quem dá o dom da fé é Ele. Quem tem graça a oferecer é Ele. Pare com essa mania de tentar convencer o pecador a se converter. Pare de encher a paciência das pessoas para que elas conheçam a sua igreja. E, principalmente – pelo amor de Deus! – se na sua igreja fazem apelo ao final de cada pregação, não fique insistindo inconvenientemente ao convidado para que ele vá à frente e levante a mão diante da congregação. Se Cristo o salvar mediante a fé, o perdido será desperto pela pregação da Palavra: seu visitante receberá o toque do Espirito ali no banco mesmo, sem que você tenha de fazer nada. E das duas uma: ou ele vai à frente sozinho ou ele cai de joelhos, às lagrimas, sob o peso da consciência do seu pecado. Aborrecer as pessoas que não foram tocadas pela graça é perda de tempo e é antibiblico. Lance a semente. O resto é com Deus. É ou não é Ele quem dá o crescimento?

Jesus nunca idealizou uma igreja perfeita

Entenda uma coisa que em geral todos pensam o contrário: a proposta de Deus sempre foi uma igreja imperfeita. Jesus falou que o joio cresceria com o trigo até a época da colheita. Então por que a surpresa? Por isso os desigrejados me entristecem, porque não tiveram a capacidade de compreender a realidade da congregação dos santos, acharam que o zoológico fedorento seria um parque cheio de animaizinhos saltitantes e felizes. Então no primeiro coice que a zebra leva do camelo ela já quer pular fora.

Sim, somos um zoológico. Mas enquanto a pomba sem mácula sobrevoar a imundície dos animais que se aglutinam ali embaixo e cuidar para que todos os dias eles fiquem limpinhos… Não existe nenhum outro lugar do mundo em que eu prefira estar.

Eu preciso muito. Meus carrapatos, minhas farpas e minhas pulgas são feios e doem, machucam demais. E os seus? É por isso que, por mais que o zoológico seja muitas vezes um aglomerado de animais estranhos e com cheiros não muito agradáveis, é ali que eu estarei. Para que a pomba sem mácula pouse sobre mim diariamente e me livre das minhas sujeiras. Enquanto ela faz isso eu a acaricio e lhe agradeço eternamente, pois vejo na pontinha de suas asas e de suas patinhas furos provocados por cravos que dois mil anos atrás foram postos ali. E quando ela termina a limpeza do dia eu saio pelos portões do zoológico e vou anunciar ao mundo que só aquele lindo exemplar da fauna divina é capaz de resgatar todos aqueles que se entregarem a seus cuidados. Ela limpará todos esses de toda impureza, sujeira, parasitas e a dor que eles causam.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Fonte: Apenas

Aquela Velha Serpente


Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais do campo, que o Senhor Deus tinha feito. (Gn 3:1).

Por C.H.Spurgeon

“Aquela velha serpente", chamada de diabo, Satanás, enganador e mentiroso, é aquela de quem o Senhor Jesus falou aos judeus: "Quando ele profere a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira" (João 8:44).

Deus se alegrou ao criar as feras e dar-lhes certa sutileza para algumas, esperteza combinada com força e, para outras, instintos muito aguçados - para a auto-preservação e a busca de alimento. Mas todos os sábios instintos e sutilezas das feras do campo são, em muito, suplantados pela sutileza de Satanás. Mesmo o homem, muito mais astuto que qualquer outra criatura, não é páreo para a astúcia de Satanás.

Ele é o mestre do engano e pode nos superar por diversas razões. Uma das razões pelas quais ele é chamado de astuto é o fato de ser malicioso, pois malícia é o resultado mais aparente da astúcia. É interessante ver quão astuto é um homem vingativo quando procura encontrar uma oportunidade de revidar.

Quando a inimizade possui totalmente sua alma e derrama veneno em seu sangue, ele rapidamente se transforma num instrumento que o inimigo usa para provocar e injuriar seu adversário. Não, não há ninguém mais cheio de malícia contra o homem do que Satanás, fato este provado cada dia, à medida que a malícia aguça a sabedoria, de forma que Satanás se torna cada vez mais sutil.

Satanás continua astuto hoje - e, com certeza, muito mais do que era nos dias de Adão -, pois já vivenciou muitas experiências com a raça humana. A tentação lançada sobre Eva foi a primeira oportunidade que teve de lidar com a humanidade e, desde então, tem exercitado todo seu grande poder e pensamento diabólico para perturbar e arruinar o homem. Não há um santo sequer que ele não tenha atacado, assim como nenhum pecador que não tenha desencaminhado. Juntamente com suas tropas de espíritos do mal, ele exerce um controle contínuo sobre os filhos dos homens; é, portanto, hábil na arte da tentação.

Suponho que não haja nenhum aspecto da natureza humana que seja desconhecido de Satanás. Contudo, sem dúvida, ele é o maior insensato de todos os tempos, sendo que posso adicionar que ele é o mais astuto dos tolos, o que de modo algum é um paradoxo, pois a artimanha é sempre insensata e os artifícios usados nada mais são que outra forma de nos afastar da sabedoria.

Primeiramente, vou definir as artimanhas e a sutileza de Satanás, bem como os métodos pelos quais ele ataca nossa alma. Depois, trarei algumas palavras de admoestação com respeito à sabedoria que devemos aplicar contra Satanás, e o único meio eficiente que podemos usar para evitar que a sutileza dele se transforme no instrumento de nossa destruição.

A artimanha e a sutileza de Satanás

Satanás revela sua artimanha e sutileza através dos métodos de seu ataque. Ele não ataca com descrença e desconfiança o homem calmo e tranqüilo. Satanás o ataca num ponto mais vulnerável. Amor próprio, autoconfiança, mundanismo - estas são as armas que Satanás usará contra ele.

Creio que Satanás raramente ataca um homem em seu ponto forte, procurando, ao contrário, o ponto mais fraco, o pecado habitual. Ele diz: "É ali onde vou atirar minha flecha". Que Deus nos ajude na hora da batalha! De fato, não fosse o Senhor a nos ajudar, este astuto inimigo acharia facilmente as junções de nossa armadura e de pronto lançaria seus dardos em nossa alma, de modo que caíssemos feridos diante dele.

Estejam atentos: "Revesti-vos de toda a armadura de Deus" (Efésios 6:11) e "Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge, pro curando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé" (1 Pedro 5:8,9). Que Deus o ajude a prevalecer contra ele!

Uma segunda coisa através da qual revela sua astúcia são as armas que ele freqüentemente usará contra nos. Em algumas situações ele atacará o filho de Deus com lembranças do passa do e dos dias de seu estado carnal. Em outras ocasiões, Satanás usará a arma de nossa própria experiência. Dirá: "Ah, no dia tal de tal ano, você pecou de tal maneira. Como é que você pode ser um filho de Deus?". Em ainda outro momento, ele dirá: "Você é um fariseu. Portanto, não pode ser herdeiro dos céus". Então, ele começará a trazer à tona todas as lembranças, das quais não tínhamos nenhuma recordação, relaciona das com nossa falta de fé, nosso passado sem Deus e assim por diante, jogando-as em nossa face e dizendo: "O que, você é cristão? Mas que tipo de cristão você deve ser!".

Ainda é possível que ele comece a tentá-lo através do exemplo de outros. "Fulano é crente e ainda assim fez; por que você não pode fazer o mesmo? Sicrano fez, já faz um tempo, e continua tão respeitado quanto você". Tenha cuida do, pois Satanás sabe escolher suas armas! Se você for um gi gante, ele não vai aparecer diante de você com um estilingue e uma pedra. Virá armado até os dentes para derrubá-lo.

A artimanha de Satanás é revelada em outro detalhe: nos agentes que o diabo usa. O diabo não faz todo o serviço sujo sozinho: para ele é comum empregar outros para trabalhar por ele. Quando Sansão precisava ser derrotado, Satanás tinha Dalila pronta para tentá-lo e levá-lo ao chão. Satanás conhecia o coração de Sansão, qual era seu ponto mais fraco e, assim, tentou-o através da mulher que Sansão amava.

Um ditado diz que "há muitos homens que tiveram a cabeça quebradas por sua própria costela" e isto certamente é verdade. Em muitas ocasiões, Satanás usa a própria esposa para lançar o marido à destruição, ou usa alguns amigos próximos como instrumentos em favor de sua ruína.

Satanás demonstra sua astúcia pelo número de vezes que nos ataca. Quando estive doente, pensei que, se pudesse apenas levantar de minha cama novamente e ser fortalecido outra vez, daria a mais terrível surra no diabo por causa da for ma como me atacou enquanto eu estava doente. Covarde! Por que ele não esperou até que eu estivesse são? Mas sempre acho que, se meu espírito afunda e meu coração não está em boas condições, Satanás escolhe estes momentos para me atacar com descrença.

Ele que tente vir até nós quando as promessas de Deus estão frescas em nossa memória ou quando estamos gozando um tempo de doce derramamento do coração em oração perante Deus para ver como lutamos contra ele. Mas não; ele sabe que, quando temos forças para resistir-lhe e prevalecer ao lado de Deus, temos também forças para também prevalecer contra ele. Portanto, ele vem até nós quando percebe que há uma nuvem entre nós e Deus. Ele nos tenta quando o corpo está debilitado e o espírito fraco, tentando tirar nossa confiança em Deus.

O que faremos com este inimigo ?

Nosso desejo é entrar no reino dos céus, mas não o faremos enquanto estivermos aqui. A Cidade da Destruição está diante de nós e a Morte nos persegue. Devemos ansiar ir ao céu logo, mas, diante de nós, está este "leão que ruge, procurando alguém para devorar". O que faremos? Ele tem grande sutileza; como poderemos vencê-lo? Devemos procurar ser tão astutos quanto ele? Isto seria uma insensatez; na verdade, seria um pecado. Procurar ser malicioso como o diabo, seria tanto vil quanto fútil. Então, o que vamos fazer? Vamos atacar Satanás com sabedoria? Ora, nossa sabedoria é estupidez! "Mas o homem estúpido se tornará sábio" (Jó 11:12), mas, na melhor das hipóteses, o homem é como "a cria de um asno montes". Então, o que nos resta fazer?

A única forma de repelirmos as sutilezas de Satanás é obter verdadeira sabedoria. Digo novamente o que já falei: o homem não a tem dentro de si. Nisto está a verdadeira sabedoria. Se você pretende lutar contra Satanás para o vencer, faça das Santas Escrituras sua comida diária. Forje sua armadura e sua munição a partir destas palavras santas. Apegue-se às gloriosas doutrinas da Palavra de Deus. Faça dela sua comida e sua bebida. Assim você estará sendo fortalecido para resistir ao diabo e vai se alegrar ao ver que ele se afastará de você.

Acima de tudo, se realmente queremos resistir a Satanás, devemos olhar não apenas para a sabedoria revelada, mas para a Sabedoria Encarnada. Este deve ser o principal lugar de refúgio para toda alma que sofre tentação! Devemos correr para ele, "o qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção" (1 Coríntios 1:30). É ele quem deve nos ensinar, nos guiar e ser tudo em todos. Deve mos nos aproximar dele em comunhão.

O lugar mais seguro para a ovelha é ao lado do pastor. Não haverá no mundo um lugar mais seguro do que aquele onde estivermos com nossa cabeça recostada sobre o peito de nosso Mestre. Cristão, ande de acordo com o exemplo de nosso Salvador, viva diariamente em sua companhia, confie sempre em seu sangue e, desta maneira, você será mais do que um vencedor diante das sutilezas e artimanhas de Satanás.

É uma grande alegria para o cristão saber que, durante nossa longa caminhada, todos os dardos de Satanás não terão efeito e que todas as suas artimanhas serão derrotadas. Você não anseia pelo dia em que todas as tentações cessarão e você chegará ao céu? E então você olhará para este arquiinimigo com um sorriso e um menosprezo santos? Enquanto Satanás tentava destruir a árvore, arrancando suas raízes, ele era apenas um jardineiro cavando com sua pá e abrindo espaço para que as raízes crescessem mais e mais fortes. Quando ele tentava derrubar ou destruir a beleza das árvores do Senhor com seu machado, o que ele foi, afinal, se não uma tesoura de aparar nas mãos de Deus, cortando os galhos secos que não produziam frutos e limpando os outros para que dessem mais frutos?

Em um certo ponto de sua história, a Igreja nada mais era do que um pequeno riacho, fluindo pelo fundo de um vale estreito. Apenas alguns santos se reuniam em Jerusalém e, então, Satanás pensou: " Vou colocar uma pedra no vale e impedir o fluxo da água". Então, lá foi ele, colocando a grande pedra diante do riacho, pensando que, com isto, interrompe ria o fluir da água. Em vez disso, ele espalhou gotas por todo o mundo e cada gota se tornou uma nascente de água fresca. Você sabe o que foi a pedra: a perseguição, que fez com que os santos se espalhassem. Contudo, "os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra" (Atos 8:4) e, assim, a Igreja se multiplicou, e o diabo foi derrotado.

Satanás, eu lhe digo que você é o maior tolo de todos os tempos e vou provar isso no dia em que eu e você nos virmos frente a frente como inimigos - inimigos jurados de morte, como seremos naquele dia -junto ao grande trono de Deus. É assim que você deve tratá-lo nos momentos em que for ata cado. Não o tema, mas resista firmemente na fé, e assim você prevalecerá.
Extraído de Spiritual Warfare in a Believer’s Life

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Pastor queima a história da igreja


Por Hélio

Maria queria se aposentar e, como ainda não tinha tempo suficiente para cumprir seu desejo, lembrou-se dos anos que trabalhou numa igreja batista de uma cidade do interior. Afinal, a lei previdenciária lhe autoriza a computar este período. Animada, foi até a cidade onde passou anos tão felizes de sua vida e lá estava a pequena igreja, construída com o suor e o amor de tantos irmãos, inclusive o dela. Agora havia um novo pastor, que Maria já sabia que não seguia mais os princípios batistas e implantara na igreja alguns modismos estranhos e novidadeiros. Contudo, Maria não estava ali em missão teológica, mas burocrática. Precisava apenas tirar cópias autenticadas dos documentos amarelados da igreja que comprovavam o seu vínculo empregatício. Conseguiu localizar o pastor e qual não foi a sua surpresa ao ouvir dele que todos os velhos livros da igreja haviam sido reunidos e queimados por ele próprio. Diante da inquisição documental consumada, Maria ficou muda e parou um pouquinho para pensar qual dor lhe apertava mais o coração. Não precisou de mais que alguns segundos para se convencer que não estava entristecida por não poder se aposentar mais cedo (o céu pode esperar!), mas estupefata por constatar que a história da igreja que tanto amava tinha sido deliberada e maldosamente incendiada por quem devia dela cuidar. Décadas de vidas consagradas à obra de Deus, de tanta gente querida e desinteressada, amigos e familiares que se dedicaram à igreja e ao Senhor por amor, devidamente registradas, haviam sido reduzidas a cinzas pelo decreto vaidoso de um só homem que se julgou no direito de eliminá-las sumariamente. Só restou a Maria dizer adeus.

O nome Maria é fictício, mas o fato relatado acima – infelizmente – é verdadeiro. Reflete o momento atual de muitas igrejas antigas, não só batistas, que caíram nas garras de homens inescrupulosos, que chegaram dissimulados e, sutil e sub-repticiamente, tomaram de assalto igrejas que foram constituídas há muitas décadas, e lhe imprimiram o seu “toque” pessoal. Já que não era mais possível criá-las ou fundá-las, esses pequenos deuses as transformaram à sua imagem e semelhança, para agradar o seu coração inchado de orgulho e peçonha. Predadores de almas, se julgam a causa e a origem de cada igreja, não mais Cristo, nem os irmãos que vieram antes deles, lutando e trabalhando nas circunstâncias mais adversas para edificar um templo material e – principalmente – espiritual para louvor do Senhor. Entretanto, eles próprios se consideram – ainda que inconscientemente muitas vezes – os destinatários e beneficiários do louvor daquela igreja. Para que este autoengano egocêntrico funcione, precisam mostrar ao mundo que – sem eles – a igreja não existiria. Nada mais justo para essas mentes mitomaníacas, portanto, que eles acendam uma fogueira e queimem o passado de serviço desinteressado e humilde que – nas prateleiras e nos arquivos empoeirados - testemunha contra eles. Afinal, a história da humanidade mostra que a primeira medida que os regimes ditatoriais e totalitários sempre tomaram foi justamente queimar os livros e a memória daqueles a quem combatiam. Bibliotecas inteiras foram incineradas para legitimar o novo líder, que se crê e quer se mostrar como o inaugurador de uma nova era. Inutilmente, por sinal, já que a verdade nunca se apaga e sempre prevalece, ainda que demore séculos para se revelar.

Muitas igrejas têm hoje pequenos ditadores que, na ânsia de se autoafirmarem, incendeiam e solapam os pilares sobre os quais elas foram construídas. Precisam romper o vínculo com a história e a ortodoxia que alimentaram o rebanho que eles querem usurpar. Nas suas fogueiras profanas, queimam livros e vidas que, mais cedo ou mais tarde, inexoravelmente, testemunharão contra eles porque a sua cegueira espiritual não lhes permite ver que, ao contrário da fumaça dos sacrifícios do Velho Testamento, o cheiro que sobe a Deus de suas vãs pirotecnias é fétido e enganador. Para eles também chegará a hora da aposentadoria, só que em vez de um lugar paradisíaco para a desfrutarem, terão uma desagradável surpresa também fumegante. O inferno não pode esperar; ele começa aqui mesmo.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Não se brinca com Quem é sério!


Por

O terceiro mandamento ensina que não podemos tratar com leviandade tudo que se refere ao nosso Deus. Quando Ele advertiu o Seu povo ordenando “não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:) recebemos a ordem de não blasfemar, ou não brincar com o que procede de Deus. O Catecismo Maior de Westminster comentando as suas implicações declara que esta ordem “exige que o nome de Deus, os Seus títulos, os atributos, as ordenanças, a Palavra, os sacramentos, as orações, os juramentos, os votos, as sortes, as Suas obras e tudo pelo qual Ele se dá a conhecer, sejam santa e reverentemente usados ao se pensar, meditar, falar e escrever; mediante uma santa profissão de fé e um viver digno, para a glória de Deus e o bem de nós mesmos e dos outros.”[1] Este mandamento se aplica de modo direto a algumas situações como 1.O uso desvalorizado dos nomes de Deus, de modo fútil, desautorizado, irrefletido e desnecessário; 2. A invocação do Seu nome numa falsa ou corrompida forma de adoração; 3. Recorrer ao Seu nome para apoiar uma mentira; 4. Frontalmente zombar de Deus.

Toda irreverência em relação a Deus é pecado! É algo muito perigoso brincar, fazer piadas e mencionar de forma irreverente e irresponsável o nome ou as obras de Deus. Às vezes, ouço crentes fazendo piadas que ridicularizam ao SENHOR ou, mais especificamente de Jesus, fazem para entreter pecadores com o santo nome do Todo-Poderoso. Como é comum que pecadores corram inconseqüentemente, onde os anjos até mesmo temem pisar! Paulo nos adverte afirmando que “não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6:7).

Quando pais contam piadas desta espécie diante dos seus filhos, eles estão ensinados a serem blasfemadores. Conseqüentemente, com dificuldades estas crianças, adolescentes, ou jovens se comportarão nos cultos, que é o ajuntamento solene do povo de Deus, com reverência necessária. Brian H. Edwards observa que “a nossa adoração também mostra o que pensamos do nosso Deus e, sendo que a adoração sincera a Deus é a culminação da existência humana, a adoração blasfema é o ponto mais baixo que um homem ou uma mulher pode chegar.”[2] Mas, aquilo que fazem nas reuniões nada mais é do que reflexo do culto a Deus prestado no seu dia a dia. Assim, podemos imaginar com tristeza no coração como é o relacionamento diário, e qual a seriedade com que vivem o evangelho de Cristo em cada momento de suas vidas.

Não poucas pessoas, sem peso de consciência, fazem seus votos e juramentos sem calcular as conseqüências, simplesmente apelando para o nome de Deus. A Escritura diz que devemos ser conhecidos pela nossa seriedade e firmeza de convicção, de modo que a nossa palavra seja confiável. O nosso “sim” deve significar “sim”, e o nosso “não” realmente deve ter o absoluto sentido de “não” (Mt 5:37). Não é pecado jurar ou fazer votos quando somos exigidos pelas autoridades instituídas por Deus, mas não podemos recorrer aos juramentos de modo tão irresponsável, ou em situações em que são desnecessários. O nome de Deus somente deve ser invocado para ser testemunha do que dizemos ou fazemos, quando o nosso testemunho é insuficiente e a glória de Deus é ameaçada de escândalo (1 Ts 2:5 e 10).

É possível blasfemar duas vezes numa mesma relação. Se já não bastasse o uso indevido, ou imoral de um dos nomes de Deus, há uma situação relativamente nova na desobediência deste mandamento, me refiro ao vício de linguagem no uso de alguns dos nomes de Deus, que em geral, cristãos e ateus mencionam o Seu nome sem realmente pensar nEle. J. Douma denuncia que “as pessoas mencionam a Deus, todavia, sem pensar realmente nEle. Na Bíblia maldizer tinha um significado religioso, mas na atualidade maldizer está tão secularizado que as pessoas utilizam a palavra ‘deus’ sem pretender nada dizer com ela. Para a maioria das pessoas que assim fazem, Deus está morto, alguém contra quem não se pode insultar.”[3]

Ninguém pode por descuido desrespeitar Àquele que é fonte de toda autoridade, ignorando momentaneamente que ofender a Deus com zombarias provoca a Sua santa ira. A sentença sobre este pecado está declarada “o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão”. Estas coisas foram escritas para que não pequemos, entretanto, se loucamente ofendermos a reputação de Deus, devemos urgentemente recorrer com sincero arrependimento e confessar o nosso pecado, pela intercessão dAquele que tem o nome sobre todos os nomes (Fp 2:9-11). Assim, diante do mau uso do nome do Senhor, devemos recorrer ao seu nome, para que sejamos perdoados com misericórdia, “porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm 10:13).

A nossa língua deve se mover com santo temor. Ao orarmos a Ele, ou ao falarmos dEle diante ou para as pessoas, seja o nosso coração cheio de reverência e do prazer desta íntima comunhão, por meio de Cristo, de modo que, “não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para a edificação, conforme a necessidade e, assim, transmita graça aos que ouvem” (Ef 4:29).

NOTAS:
[1] Catecismo Maior de Westminster, perg/resp. 112
[2] Brian H. Edwards, Los Diez Mandamientos para hoy (Ciudad Real, Editorial Peregrino, 2000), pág. 146
[3] J. Douma, Los Diez Mandamientos – manual para la vida Cristiana (Grand Rapids, Libros Desafío, 2000), pág. 105

Fonte: E a Bíblia com isso?

Hippies, porcos e a Igreja institucional


Por Mauricio Zágari

O escritor George Orwell é muito conhecido por seu livro 1984. Nele, apresenta a famosa figura do Big Brother: a personificação de um Estado totalitário que, graças a um recurso tecnológico, consegue investigar a vida privada de cada cidadão. Mas o melhor e mais fascinante livro de Orwell não é esse: chama-se A revolução dos bichos. É um texto extremamente interessante e que nos nossos dias tornou-se altamente aplicável a uma parcela da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, como abordarei mais à frente.

Numa fazenda dominada por homens, os animais se revoltam, expulsam os humanos e tomam conta dos negócios, numa tentativa de romper com o modelo institucional que havia até então. Cada animal passa a, em teoria, ter um papel igualitário ao dos outros, embora com funções diferentes. Numa parede escrevem o estatuto da nova comunidade:

“Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo.
O que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo.
Nenhum animal usará roupa.
Nenhum animal dormirá em cama.
Nenhum animal beberá álcool.
Nenhum animal matará outro animal.
Todos os animais são iguais.”

Me perdoem, mas vou contar o final da história. O tempo vai passando. Aos poucos, o inevitável acontece: um segmento da comunidade de animais, no caso, os porcos, começa a dominar a fazenda, impondo fardos pesados aos companheiros (patos, cavalos e outros). Dia após dia, eles se aproximam mais do que os humanos opressores eram tempos antes. Os porcos passam a se portar exatamente como os antigos proprietários da instituição: vestem-se com roupas de gente, fumam charutos, bebem álcool e ao fim acabam andando sobre duas pernas (patas). O desfecho do livro reserva a grande lição: na parede onde se leem os mandamentos dessa instituição que era para ser anti-institucionalizada, alguém faz um remendo na última norma: “Todos os animais são iguais – mas alguns são mais iguais do que os outros”.

A fábula, escrita com brilhantismo por Orwell, simplesmente reflete um fenômeno natural ao gênero humano: por mais que as pessoas busquem romper com as hierarquias e viver fora de instituições, as hierarquias sempre encontrarão um caminho para se reestabelecer e qualquer agrupamento social virará uma instituição. Isso é um fato da vida e um fenômeno tão natural como gelo derreter ao sol. Por isso, quando vejo a enxurrada de irmãos em Cristo que se lançam numa cruzada contra a Igreja institucional, inevitavelmente me lembro de A revolução dos bichos. Pois o que acontece nessas comunidades é exatamente o que ocorre na história do livro.

Na igreja

Para que esta reflexão faça sentido, temos que abrir um parêntese aqui e esclarecer o básico: o que é uma instituição? Vamos ao dicionário: “instituição” é “organização, estrutura”. Opa, isso já nos dá uma pista. Por essa definição, a Igreja institucional seria um agrupamento de cristãos em que a manifestação de seu relacionamento e culto a Deus se dá numa estrutura organizada. Eis o que caracterizaria uma igreja institucional: uma comunidade de pessoas que compartilham da mesma fé e que montam uma estrutura (com hierarquias, estatutos, liturgias etc) para que possam manifestar sua fé em Jesus Cristo de modo organizado.

A caminhada do indivíduo para fora de um modelo tradicional de igreja geralmente começa quando cristãos sinceros se chateiam com algo que está presente na congregação. São razões as mais variadas (umas legítimas, outras não), como discordâncias do pastor, ofensas ou frieza da parte de outros membros, cultos que não agradam ou coisa que o valha. Então esses irmãos abandonam sua antiga igreja e decidem que vão viver a fé cristã de modo supostamente desinstitucionalizado, seja em casa ou, como é mais comum, em comunidades alternativas – uma igreja doméstica, um pequeno grupo ou uma comunidade mais “livre”.

Em princípio é só alegria: uau, um modo de viver a fé sem a opressão ou os grilhões da instituição! Acreditam até alguns que estão vivendo de modo mais parecido com a Igreja primitiva. Mas aquele que tem uma visão mais sagaz já percebe que os porcos não tardarão a andar sobre duas patas.

Inevitavelmente, toda comunidade supostamente não-institucional acaba tendo líderes, o que é um traço de uma igreja institucional. Também acaba estabelecendo datas e horários de reuniões, o que é um traço de uma igreja institucional. Há ainda a especificação de formas de ação, o que é um traço de uma igreja institucional. Sem falar que as reuniões seguem sequências de eventos (lamento informar, mas isso é uma liturgia), o que é um traço de uma igreja institucional. E não podemos esquecer que muitas dessas igrejas que não se dizem igrejas têm CNPJ e, se você quiser abrir uma filial dessa “comunidade”, terá de pedir autorização formal e legal ao seu dono (não, Jesus não detém os direitos legais do CNPJ). Ou seja: qualquer tentativa de se fazer uma igreja não-institucional mais cedo ou mais tarde descambará para a institucionalização desse organismo. Fato: a desinstitucionalização da Igreja é uma utopia.

Esses irmãos – sinceros em suas intenções, faço questão de ressaltar – acabam, então, vivendo sua fé numa nova forma de instituição. Um pouco diferente da antiga igreja de onde vieram. Mas igualmente litúrgica, hierárquica, organizada e, desculpem ofender, institucionalizada. O fato de não pertencer formalmente a uma denominação, não ter um templo próprio ou ter uma liturgia em suas práticas diferentes do modelo mais comum não quer dizer em absoluto que aquilo não é uma instituição. Um bife pode virar estrogonofe no dia seguinte, mas não deixará de ser carne. É o que acontece.

Começa então um trabalho de autoconvencimento por meio da semântica. Para se sentirem melhor, dizem que não congregam mais em “igrejas”, mas sim em “comunidades”. Que não vão mais a “cultos”, mas a “encontros” ou “reuniões”. Que não têm mais “pastores” ou “líderes”, mas “irmãos mais experientes na fé”… Mas na essência é absolutamente igual! Assim, esses irmãos, felizes, passam a se convencer de que agora vivem numa comunidade mais apostólica, mais próxima da Igreja primitiva, esquecendo-se de que a Igreja primitiva era tão problemática como a de hoje. Basta ler as epístolas do NT. Basta ler as sete cartas às igrejas de Apocalipse. Quem ignora todos os descalabros e problemas que havia na Igreja primitiva deveria ler com mais atenção o NT e estudar as razões que levaram Paulo, Pedro, João e os outros autores canônicos a escrever suas cartas. E o que havia lá há cá: pe-ca-do!

Lembro-me de um movimento que tinha uma proposta muito similar à dos cristãos que querem acabar com a Igreja institucional: os hippies. Eles queriam soltar-se das amarras da sociedade institucionalizada, viver em liberdade, paz e amor e tal. Mas o movimento hippie acabou, os ex-hippies amadureceram, viraram homens de negócios e pais de famílias bem caretas e deixaram como legado uma sociedade mais depravada, libertina e pecaminosa. Ou seja: o legado do movimento hippie para os nossos dias (nem mesmo acabar com a guerra do Vietnã eles conseguiram) é ruim, uma má influência. E, lamentavelmente, a igreja anti-igreja corre um enorme risco de ir pelo mesmo caminho. E não percebe isso.

Muitos líderes mais visíveis das igrejas anti-igreja têm websites, possuem “comunidades” com CNPJ, vendem seus livros, pedem doações, têm horário para suas pregações, estabelecem liturgias sim (repare que suas transmissões via web ou coisa parecida sempre seguem o mesmo modelo) e fazem tudo de forma institucionalizada. Mas seu discurso é anti-Igreja institucional. Com isso, o grande problema é que não contribuem com absolutamente nada para a causa de Cristo – apenas satisfazem seus seguidores ao dizer o que eles gostariam de ouvir. São como os “porcos” (no sentido orwelliano, ressalto. Não tenho nenhuma intenção aqui de ofender ninguém, por favor, que isso fique claro) que já andam sobre duas patas, fumam charutos e vestem roupa de gente.

Conclusão

A cruzada anti-igreja institucionalizada é o caminho? Não, não é. Simplesmente porque todas essas comunidades são também instituições, apenas com formas de agir novas. Com dialetos e sotaques diferentes, mas apenas mais do mesmo. E em todas elas habita o verdadeiro problema, o grande vilão da história: pecado. Esse sim é o bicho-papão. Onde há pecado, os porcos vão sempre andar sobre duas patas e pessoas continuarão a ser magoadas, feridas e ficar chateadas com outros irmãos. Isso é inevitável. E acreditar que mudar os nomes das coisas e começar a se reunir em quintais e salas de estar em vez de santuários “institucionais” vai mudar isso é de uma ingenuidade atroz.

É óbvio que uma igreja institucional que se preocupa mais com a estrutura do que com as pessoas é uma instituição falida. Uma igreja institucional que funciona como uma empresa para sustentar a família do pastor ou que em vez de conduzir as ovelhas ao aprisco as conduz ao abatedouro tem sérios problemas de saúde. Uma igreja institucional que perdeu a espiritualidade, a simplicidade e o senso de discipulado é uma casca oca. Mas, por favor, entenda, isso não tem nada a ver com o fato de ela ser institucional. Tem a ver com o distanciamento de seus integrantes de Deus, com a perda de intimidade com o Senhor, com o esfriamento da fé. E isso pode acontecer em qualquer modelo de igreja. Seja ela “organizada” ou “desorganizada”.

Cristãos que perdem seu tempo precioso combatendo a Igreja institucional em vez de proclamar Cristo e pregar contra o pecado estão sendo tão úteis para o Reino de Deus como os hippies que fazem miçangas para vender na beira da praia são para a revolução social. E enquanto esse tempo é perdido, almas estão indo para o inferno, porque os que se chamam pelo nome do Senhor estão se perdendo em vãs discussões.

George Orwell estava certo. Expulsamos os homens da fazenda. Mas em seu lugar pomos apenas modelos novos da mesma coisa – só que com uma maquiagem diferente.

Paz a todos vocês que estão em Cristo (seja na Igreja institucional, na igreja dos anti-igreja ou em qualquer outro modelo em que o Corpo de Cristo se reúna para adorá-lO em espírito e em verdade).

Fonte:Apenas

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O labirinto do eterno cativeiro


Por Jorge Fernandes Isah


Cristo me converteu em 12 de Outubro de 2004 [1]. Na verdade fui convertido eternamente, pois ele me escolheu antes da fundação do mundo, quando nem mesmo ainda surgira a criação, a qual trouxe à existência pelo seu exclusivo poder, do nada, ainda que o nada não existisse formalmente, pois Deus sempre é e subsiste; o Deus pessoal ainda que espiritual, o Deus vivo ainda que intocado, o Deus presente ainda que imperceptível; o Deus sem o qual o impossível jamais seria possível. Por isso, para que as riquezas da sua glória fossem conhecidas e a sua ira manifestada, ele criou o homem, preparando de antemão uns para a glória, os quais são os eleitos, e preparando outros para a perdição, os quais são os réprobos, dignos de morte [Rm 9.22-24]. Mas tudo isso se tornou notório no tempo, de forma que as suas criaturas imperfeitas e limitadas conhecessem o que sua mente planejou e determinou, e assim viessem a reconhecer todo o seu poder [2].

Para nós, o seu povo, todo o seu amor foi evidenciado no novo-nascimento, quando ainda éramos seus inimigos [mesmo que ele não fosse nosso inimigo], e nos chamou e capacitou ao arrependimento de nossas obras más, de nossa natureza má, de nossa mente má, dos frutos podres que produzíamos na forma dos pecados e dos delitos em que andávamos conforme o curso deste mundo, cumprindo a vontade da carne e do pensamento, nos quais vivíamos como filhos da desobediência [Ef 2.1-3]. O que equivale dizer que todos os salvos, como propósito pelo qual o Senhor laborou desde sempre de forma que não pudesse não acontecer, conhecerão a Deus ainda em vida, reconhecerão o seu poder em vida, provarão da sua misericórdia e graça em vida, e saberão a quem pertencem, e o alto preço com que foram comprados pelo Senhor das suas almas.

Enquanto isso, os réprobos, ainda que reconheçam o poder de Deus, não o glorificaram como a Deus, nem deram graças; antes, se enfatuaram nas suas especulações, e ficou em trevas o seu coração insensato. Dizendo-se sábios, tornaram-se estultos, e abandonaram a glória do Deus incorruptível por uma semelhança de figuras incorruptíveis [Rm 1.18-23].

De forma terrível, o homem afastou-se da verdade para viver uma aparente doce ilusão, uma mentira que o impelia cada vez mais para longe da realidade, de forma que ele se contentava em se entregar à adoração de qualquer coisa, seja outro homem ou a si mesmo, animais, seres imaginários e míticos, forças e fenômenos da natureza, como se pudesse com eles se comunicar, transferindo-lhes a glória que não lhes pertenciam e lhes era dado receber ou almejar. Como um embusteiro, um fraudador, acreditavam ter e poder distribuir aquilo que não tinham nem podiam entregar. Criou-se um mundo paralelo, irreal, em que o homem acreditava existir sem existência; viver sem vida; disposto a perpetuar o seu estado de morte, de tal forma que recebessem em si mesmos a devida recompensa pelo seu desvio [Rm 1.27]. Como parte daquilo que produziam, o homem criou um ser imaginário que é a personificação daquilo que se tornou, um zumbi, o reflexo daquilo que ele não pode reconhecer mas que inconscientemente foi-lhe dado representar-se: o corpo completamente dominado pela ideia fixa, dolorosa e perversa de se conservar morto enquanto se morre sucessivas e consecutivas vezes, num estado de findar-se perpetuamente.

Em todo esse processo de alucinação e desconstrução da realidade, o homem produziu apenas uma coisa verdadeira: a própria morte, como consequência de todos os seus intentos em permanecer distante e desejar ardentemente sofrer a antecipação da condenação iminente, experimentar em doses diárias o malograr extraordinário que desde o início não se materializou num futuro repentino, mas no presente anunciado de que esse homem sem Deus é muito menos que nada, e de que somente é possível no desterro eterno, o inferno, do qual não teme, mas zomba; o qual rejeita mas caminha célere; que diz desconhecer mas o reconhecerá como se ali estivesse nascido e fosse criado; o qual odeia mas o cultiva diligentemente como um jardineiro a tratar enciumado os canteiros de ervas daninhas crescerem desordenados. Ainda que o pecado nasça em nós espontaneamente, ainda que seja algumas vezes indesejado, há uma atração natural em sua negatividade, de forma que não vemos os seus danos, não os reconhecemos como possíveis, apropriamo-nos de todo os seu mal considerando-o um bem, sorvemos todo o seu amargor como se fosse mel; e reputamos alegria ao que não serve nem mesmo como tristeza; e em honra o que é ultrajante e ofensivo.

Esse homem não conhece limites; anda à beira do precipício, caminha entre minas terrestres, não tem gosto pela vida, desconhece-a completamente, porque seu estado habitual é reservar-se na companhia dos restos putrefatos e decompostos; suas partes nunca estiveram no todo, são como páginas em branco e soltas na ventania que nunca formaram nem formarão um livro.

Esse homem é autodestrutivo em sua capacidade de pecar; de se mutilar; de perder de vista toda a esperança e viver numa constante guerra consigo mesmo, ainda que cogite haver paz entre uma profusão de agressões, entre muito sangue derramado, entre tiros e explosões, entre corpos inertes e o cheiro mórbido de peste.

Esse homem tenciona roubar o que não pode sequer alcançar; ele vislumbra o que não pode ver; espera matar a sede insaciável sem água; e a dor insuportável sem analgésicos. Como a história do ratinho que queria comer a lua por acreditá-la um grande queijo, o homem espera em vão alimentar-se do pecado de forma que seja possível estar com Deus, como se o veneno trouxesse saúde e força eternas. Mas sabemos, porque a Bíblia o afirma, que tal coisa é impossível. Que homem algum pode achegar-se a Deus por si mesmo, ainda mais porque está contaminado, tal qual um cadáver radioativo.

Esse homem é fracionado, algo inacabado, pronto a permanecer inconcluído, na persuasão incrédula de suas próprias palavras; surdo a ouvir o silêncio da sua voz interior; cego a vislumbrar a escuridão de sua alma; louco em busca da razão na insanidade: "Pois o coração deste povo se fez pesado, e os seus ouvidos se fizeram tardos, eles fecharam os olhos, para não suceder que, vendo com os olhos e ouvindo com os ouvidos, entendam no coração e se convertam, e eu os sare" [At 28.27].

Esse homem é impossível na fé, sendo possível apenas na descrença. A paz tomada como guerra, e a guerra como paz. O sofrimento como alívio, o alívio como dor lancinante. A buscar incessante à inutilidade, assim como o velho busca a jovialidade e frescor dos tempos remotos, enquanto se aproxima cada vez mais da senilidade.

Esse homem vive aquém ou além da realidade. Como Adão e Eva, no Éden, quis o impossível, desejou o que não lhe era lícito, buscou alcançar o inatingível e, mesmo caindo, chafurdando na lama, continuou lutando contra tudo, intentando contra si mesmo, ao não reconhecer humildemente a derrota, nem o fracasso: a impossibilidade de ser por si mesmo aquilo que jamais poderia não ser; pois somente Cristo pode fazer-nos novos, e tornar-nos no que não somos pelo poder de nos fazer como ele é, aquilo que seremos. Assim o homem se rebelou contra tudo, contra a verdade, contra a realidade, como se ele fosse supra-verdadeiro ou supra-real. Mas o que pode constatar é que toda a sua vida se transformara na miséria que não imaginou, pois era-lhe impossível cogitar, no paraíso, que houvesse uma realidade diminuta, pobre e vergonhosa como resultado daquilo que desejou mas não conseguiu, porque não percebeu que a verdade não pode ser recriada a não ser por aquele que a criou. E a verdade estava lá, diante dele, que não a quis reconhecer, antes se contentou em desprezá-la, em ignorá-la, como se houvesse a chance de tudo ser diferente apenas porque queria, e a sentença pudesse ser modificada sem que fosse reprovada: "De toda a árvore do jardim comerás livremente. Mas da árvores do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás... a alma que pecar, essa morrerá" [Gn 2.16-17, Ez 18.4].

É possível ver como o homem fugiu da ordem para o caos, da realidade para o ilusório, sem ter onde nem como se esconder de seu desarranjo mental, onde a cobiça e o orgulho afetaram-no profundamente, ainda que ele não se desse conta do que estava acontecendo, e tentasse criar uma outra maneira de escapar e se refugiar fora da realidade [Gn 3.12]. Na verdade, o homem vive em constante fuga, tentando se livrar de tudo o que é para refugiar-se no que não é. Há um claro desajuste entre a imagem, aquilo que o homem é, e a ideia que o homem tem de si mesmo; o que Deus é, e aquilo que o homem considera que ele seja. De forma que, para aquele homem, assim como para qualquer homem, a realidade não pode ser recriada, nem a verdade modificada; não dá para substituí-las pela ilusão e a mentira, pois não há espaço para elas. Apenas a mente doentia do homem pode inutilmente tentar criá-las num mundo de "faz-de-contas", ao alimentá-las com a estúpida rebeldia, a perpetuá-las como o fedor a espalhar-se em todas as direções. Como uma força a estrangulá-lo, de cujas garras não pode escapar, ele se tornou e é o algoz de si mesmo, ao rejeitar a verdade, ao cogitar a possibilidade de haver vida fora da vida, quando está latente que apenas a morte pode existir fora dela; e ao buscá-la, acalentá-la, e laborar ferrenhamente para possuí-la, o homem, ainda que não reconheça investir nesse propósito, se silencia antes mesmo de dar um último suspiro. E nesse círculo claustrofóbico não há como escapar, pois não há saída, apenas o labirinto angustiante do eterno cativeiro [3].

Nota: [1] Leia o relato da minha conversão em "O dia em que Cristo me fez"
[2] Ainda que eu seja supralapsariano, não estou a discutir a questão da ordem do decreto, pois o foco desta postagem não é este, mas outro.
[3] Mas o que isto tem a ver com a minha conversão em 2004? Tudo. E se Deus quiser, voltarei a este assunto em breve.

Fonte:KÁLAMOS

sábado, 24 de setembro de 2011

A IGREJA DE SIMÃO – O MÁGICO


Em Atos 8.9-24 temos a história de Simão, o mágico. O texto bíblico narra o episódio em que Simão tenta comprar dos apóstolos o poder de operar milagres. Tal ato, considerado pecaminoso pela teologia cristã, foi denominado de simonia (ato de Simão), termo que define especificamente o comércio ou tráfico de coisas sagradas e espirituais, tais como sacramentos, dignidades, indulgências e benefícios eclesiásticos, e que estaria no centro das críticas e discussão que conduziriam à Reforma protestante no século XVI.

No decorrer dos séculos surgiram inúmeras biografias apócrifas sobre este personagem, fundamentadas em especulações diversas, dentre as quais:

1. Que ele pode ter sido fundador do Gnosticismo cristão.

2. Que para provar a validade de sua doutrina fazia demonstrações públicas de levitação.

3. Existe um texto apócrifo que diz que o Apóstolo Pedro travou um embate contra o mago da Samaria que questionava suas habilidades "voadoras". Assim, no alto de uma torre, o mago dá o seu derradeiro vôo.

4. Ainda conforme especulações, Simão Mago seria talvez o gnóstico Simão, discípulo de Dositeu - um sábio cripto-judeu que havia se tornado herói messiânico dos samaritanos.

5. Simão como tendo sido discípulo do profeta João Batista

6. O que se pode afirmar de concreto é que Simão tornou-se figura controversa da literatura antiga e medieval e da propaganda cristã.

Simbolicamente, Simão, ressurge na atual Igreja Evangélica Brasileira, no comércio, no tráfico das coisas sagradas e espirituais.

Simão foi repreendido por querer mercandejar “o dom de Deus” (At 8.19-20). Tudo que ele queria era comprar e depois revender. Ele já tinha um banco de clientes iludidos, e clientes fidelizados “por muito tempo” (At 8.12). A faixa etária ia desde “o menor até o maior” (v. 12).

Imagina o que Simão faria com mais este poder em suas mãos? Toda finalidade de Simão se resumia num único objetivo – MANIPULAR A MASSA.

Os Simãos que hoje fazem parte da Igreja Evangélica Brasileira, não querem outra coisa se não “encantar”, “iludir”, colocar o povo no “cabresto” do medo, em nome de uma falsa autoridade espiritual, em nome de uma nova revelação, em nome de uma nova unção, em nome de si mesmo, que outra coisa não quer, senão ser o centro dos holofotes.

A simonia praticada pelos novos evangélicos repugna. O tráfico do sagrado é tão flagranteado, e tão escancarado, que tais discípulos de Simão, usam vastamente a mídia para enganar uma massa de 35 milhões de pessoas, dando a eles a oportunidade de passear por um shopping de ofertas dos últimos lançamentos dos objetos e adereços da fé. Aceitando na prática mercadológica de Simão, desde o cartão de crédito até o vale refeição do iludido fiel.

Se você, leitor, discordar de mim, apresente-me sua defesa, ou melhor, a defesa da IGREJA DE SIMÃO, respondendo se propagar, oferecer e vender, (ainda que simbolicamente, conforme dizem), tais produtos “sagrados”, conforme encontramos nas gôndolas das igrejas é ou não simonia. Se não te recordas de tais produtos, eis uma “listinha de compra”, para lhe ajudar encher o carrinho neste fim de semana:

Produtos para Alimentação: Sal grosso, oléo ungido de Israel, água do Rio Jordão, pão das primícias, vinho novo da nova aliança;

Produtos para Banho e Perfume: sabonete da purificação, água do Rio Jordão (não pode faltar), toalha do Apóstolo Valdemiro (para enxugar), bálsamo de Gileade, unguento de Maria (pra se perfumar);

Produtos de Limpeza Pesada: Vassoura da Libertação, Rosa da quebra de maldição, Sal grosso, Fita do compromisso com Deus, ervas “medicinais” (guiné, arruda), para o banho do descarrego, cetro da justiça, cajado de Moisés;

Produtos para Causas Judiciais: Martelo da Justiça Divina, camiseta da Revolta; Cetro da Justiça;

Produtos Para Adquirir a Casa e o Carro: Chave de Davi, martelinho e tijolinho do Valdemiro;

Títulos da Prosperidade: A Bíblia da Prosperidade (do Silas Malafaia), o Carnê do Investimento no Reino, Título dos Nobres (do Renê Terranova), Carnê dos Associados (do R.R. Soares).

Meu amigo, se isto não for o Evangelho de Simão, Pedro estava errado e Simão é o cara que apenas vislumbrou uma grande oprtunidade de negócios!

E depois me criticam e ainda me perguntam porque deixei de ser “evangélico”, porque sai da Igreja. Amigo eu só não quero fazer parte, nem do Evangelho nem da Igreja de Simão. Eu não quero ser iludido nem me deixar iludir pelos encantos de seus pastores, bispos e apóstolos. Eu não quero seus produtos sagrados pirateado numa teologia de fundo de quintal, que não passa pelo controle de qualidade bíblica. E se queres um conselho – saia deste engodo. O embate com o os filhos do mago de Samaria já começou. Eles já estão no alto da torre e estão prestes a descobrir, como seu pai, que suas habilidades ‘voadoras’, simplesmente não existem.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Tem muito pão com ovo se achando Big Mac


Por Maurício Zágari

Algumas reflexões aqui no APENAS nascem de episódios da minha vida. Outras são mero fruto de pensamentos que cismam em pulular dentro da minha mente. Muitas são resultado da observação do mundo ao meu redor. Mas a de hoje tirei de um lugar inusitado: uma frase que minha maninha @JuliaHelena_ postou no twitter. Confesso que quando li “Tem muito pão com ovo se achando Big Mac” achei criativo e bem-humorado. Mas não tem jeito: quando você respira a fé 24 horas por dia (e, que fique claro, isso não falo como uma qualidade que pode soar soberba, mas sim como uma mera constatação), até pequenas coisas como essas me levam a refletir sobre a Igreja, Cristo e o nosso universo cristão. A verdade é que Julia está certa, talvez não mediante a intenção que a fez postar essa frase, mas em um âmbito muito mais profundo dentro desse mesmo universo.

Esta é uma reflexão sobre celebridades, fama e sua relação com a fé.

O ser humano sempre foi atraído por celebridades. Veja o star system americano, uma estratégia criada décadas atrás pelos estúdios de cinema que procura criar celebridades em Hollywood apenas para que filmes deem mais lucro. Em resumo, o star system busca tornar atores e atrizes famosos para levar você, do público, a se apaixonar por eles e querer sempre ver seus filmes. Afinal, confesse, você vai ao cinema em 99% das vezes pelo título do filme ou porque seus astros prediletos atuam nele?

E funciona! Você não vai ver Diamantes de sangue, você vai é assistir ao “último filme do Leonardo DiCaprio”. É assim que age a dinâmica das celebridades: a máquina de marketing de Hollywood, da TV Globo ou o que seja leva você a se afeiçoar pelos atores A, B ou C para que a cada novo filme, novela ou seriado você esteja ali, sentadinho, pagando seu ingresso, aumentando o ibope e, claro, enriquecendo estúdios de cinema ou redes de TV. É simplesmente por isso que existem celebridades nos nossos dias: pois elas geram poder e dinheiro. Muuuuuito dinheiro!

E entre os cristãos?

Isso tudo apenas comprova que o ser humano sempre foi atraído por celebridades. E você acha que entre os cristãos é diferente? Também somos seres humanos. Então não, não é. Basta olhar em volta. Nós, cristãos, criamos e amamos celebridades pelas exatas mesmas razões que o mundo. Repare que desde a época de Cristo era assim. Jesus mesmo virou uma celebridade – não por vontade própria, claro. Mas perceba: quando ele multiplica pães e peixes e alimenta milhares de pessoas, muitos passam a segui-lo não por suas palavras de vida eterna, mas pelos benefícios materiais que perceberam que ele poderia lhes proporcionar. Cara, um homem que pega cinco pães e dois peixes e alimenta de graça milhares de pessoas! Quem não quer seguir uma celebridade dessas?! Mas aí o tempo passa e quando Jesus é pregado numa Cruz restam apenas 120 no cenáculo. Pois naquele momento o ibope de Jesus estava em baixa e ele não tinha, aos olhos humanos, mais nada a oferecer, já que morto não gera poder, prestígio, dinheiro ou outros bens materiais. Só permanece quem realmente busca o Reino de Deus e não pessoas que lhes proporcionem benefícios materiais ou arrepios de emoção.

Passaram os séculos e chegamos aos nossos dias. Então o meio cristão começa a inventar celebridades, pelos mesmos motivos mundanos de sempre: atrair gente. E com isso gerar dinheiro – usando as boas e velhas estratégias: encher igrejas, vender CDs e DVDs, eleger políticos e outras práticas similares. O problema é que uma enormidade dessas celebridades é puro pão com ovo: entopem mas não têm substância. O resultado é que temos pastores-celebridades ensinando absurdos bíblicos nos púlpitos e multidões que devoram aquele pão com ovo achando que é Big Mac quando na verdade as palavras proferidas não carregam em si nada além de algo que engorda e aumenta o colesterol espiritual. E, óbvio, podem causar uma tremenda infecção e até uma septicemia espiritual – que pode levar à morte.

É assim com pregadores-celebridades que ensinam prosperidade. É assim com pregadores-celebridades que atraem os jovens com discursos e estéticas bonitinhas mas começam a pregar que o cristão não precisa ter uma mudanca radical de vida para seguir Cristo (a mais nova heresia do mercado gospel, ensinada por pastores que dizem que você não precisa ter uma mudança de vida radical após receber o chamado de Cristo. Aliás, cabe aqui um parêntese: se você ouvir falar de ética transacional ascendente, FUJA!). É assim com pregadores-celebridades que falam sobre graça mas vivem atacando os outros e chamando pastores sérios de “bundões”. É assim com pregadores-celebridades que usam sua pregação eloquente para se eleger ou eleger seus irmãos e parentes para cargos políticos no governo. É assim com pregadores-celebridades que usam a linguagem, a estética e ate a música dos jovens para atrai-los e torná-los seus dizimistas.

É muito pão com ovo se achando Big Mac. Mas no Reino de Deus? Comida espiritual irrelevante.

Pão com ovo na música

No mundo da música cristã, então, é pão com ovo pra tudo que é lado. Em nome de um “ministério de louvor”, muitos cantores tentam emplacar suas carreiras com músicas francamente horripilantes, com letras muitas vezes antibíblicas e propostas teológicas de vitória que fariam a galinha ter vergonha de ter posto aquele ovo. Harmonias paupérrimas, melodias assustadoras, letras clichês e, o que é pior, músicas que só têm por objetivo movimentar o mercado fonográfico gospel, mas cuja finalidade enquanto real louvor a Deus é só… pão com ovo.

Querido irmão, querida irmã, cuidado com o que você ingere em se tratando de teologia, doutrina ou artes gospel. Eu já passei três dias no CTI de um hospital por ter tragado comida estragada. E acredite: é bem doloroso. Não deixe sua alma ser infeccionada por pães com ovo que parecem comidas suculentas mas não passam de pão mofado e ovo galado. Se você ouvir um pregador da moda ensinando coisas que até soam interessantes, poéticas, modernosas e simpatiquinhas mas que você nunca ouviu antes, procure conversar com seus pastores ou irmãos mais experientes em quem você confie antes de abraçar esses pensamentos apócrifos. Afirmações como “Deus não está no controle das tragédias”, “doe dinheiro para o meu ministério e a unção financeira será derramada sobre sua vida”, “se você é um empresário pode se converter mas não precisa parar de dar propina a fiscal do dia para a noite, isso ocorre progressivamente”, “basta você tomar posse da vitória pela fé e será teu” simplesmente não são bíblicas E, logo, são demoníacas. Não coma o manjar oferecido aos demônios achando que é maná dos céus só porque um pastor ou um cantor famoso te oferece aquilo.

Se você me permite ser muito objetivo, serei: há muitas celebridades evangélicas vendendo comida oferecida aos ídolos por aí. E como são famosos, há multidões engolindo. E, é triste admitir, vão sofrer muito por isso. Não seja uma dos tais. Atenha-se ao cristianismo ortodoxo, corra com todas suas forças de novidadezinhas.

Se você ouvir novidades que você nunca ouviu antes sendo pregadas em púlpitos, no twitter, no facebook, em blogs, no Youtube ou seja lá onde for…querido, querida: não dê ouvidos. Não importa se foram ditas por pastores famosos, por pregadores que estão na TV ou têm blogs e videos bonitinhos e comentados no Youtube. FUJA! Pelo amor que você tem a sua alma, entenda que o simples fato de um pastor ter milhares de seguidores no twitter não faz dele um homem de Deus. Pode parecer Big Mac, mas muitas vezes é pão com ovo da pior espécie. Ou o fato de um pastor pregar de jeans e levar bandas de rock para tocar em suas igrejas não o faz mais cristão do que um que prega de terno e gravata e canta hinos antigos. E vice-versa. Importa se aquilo que ele prega é bíblico ou não. Estética é só estética. Fama é só fama.

Do mesmo modo, é absolutamente irrelevante se um cantor, uma cantora ou um grupo gospel da moda sejam famosos. Fama nunca levou nem vai levar ninguém pro Céu. Fama não faz de um músico que canta canções cristãs mais ou menos ungido ou usado por Deus. Ele é apenas famoso. Apenas. Nada mais. Fama não lhe atribui absolutamente nenhuma qualidade espiritual que o não famoso não tenha. Examine a letra das músicas que cantam. Veja se a filosofia que transmitem entre uma música e outra é canônica ou não. Muitas vezes o artista pão com ovo deixa transparecer como é seu compromisso com Deus quando, ao “ministrar” entre as canções, diz barabaridades hediondas como, por exemplo, “Senhor, quero ter um romance contigo”. FUJA desses – mesmo que suas músicas sejam lindas de morrer. Lembre-se que Dalila e Bate-Seba eram lindas e Sansão e Davi pagaram um preço muito alto por terem se deixado levar mais pela beleza do que pela Palavra de Deus.

Indo aos finalmentes

Geralmente o simples fato de um pão com ovo já querer ser Big Mac, ou seja, o fato de alguém querer muito ser famoso, já denuncia sua condição espiritual. Jesus falou sobre João Batista: “Eu lhes digo que entre os que nasceram de mulher não há ninguém maior do que João” (Lc 7.28a). E no entanto João era tão espiritual que disse “É necessário que ele [Jesus] cresça e que eu diminua.” (Jo 3.30). Esse é o espírito que deve estar em nossos corações. A busca da fama não é bíblica nem cristã. O cristão de verdade aponta para Cristo em tudo o que faz. O desejo pela fama é carnal e, francamente, diabólico.

Quem dá ao povo o que o povo deseja só para ser seguido vilipendia a essência da nossa fé. Tem pastores distribuindo pães e peixes à vontade, para que no dia seguinte suas igrejas estejam cheias ou para que sejam convidados para a conferência X, Y ou Z. Ou músicos cujos corações estão no espelho e não na cruz – só para que seus shows lotem, seus CDs se esgotem, sua conta bancária engorde e seus egos sejam inflados ao máximo só mercem uma coisa: que você FUJA deles.

Querido, querida, busque os anônimos. Busque aqueles que não querem aparecer. Se você olhar em volta vai perceber que os pregadores mais bíblicos e de coração mais puro fogem da fama a todo custo. Dê unfollow nos pregadores da moda do twitter ou do facebook só porque estão na moda ou falam frasezinhas bonitinhas e busque aqueles que de fato transmitem a essência do Evangelho. Esqueça os videos de pastores charmosinhos do Youtube e leia os clássicos, procure livros em vez de programas de TV gospel. Ignore os músicos que lotam igrejas – procure os que, sem mega estruturas, louvam ao Senhor em lágrimas com um banquinho e um violão. Pare. Pense. Mude os padrões que te levam a eleger esse ou aquele como o Big Mac da hora.

E quer saber de uma coisa? Você não vai encontrar as palavras de vida eterna em pães com ovo. Muito menos em Big Macs. Vai encontrar é num bom prato de feijão com arroz, bife e salada. Então FUJA do que é só celebridade e fama e procure o que realmente alimenta. E, repare: propaganda de Big Mac você vê em todo lugar. Mas de feijão com arroz, bife e salada… ninguém faz. Só que é ali que está o alimento de verdade pra tua alma.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Fonte: apenas

A importância do ativismo gay na sociedade

Por Alex Belmonte

Nunca se falou tanto em democracia e liberdade como em nossos dias. Nem mesmo as vozes que ecoaram no período da ditadura foram tão expressivas como as manifestações vigorantes no atual momento. É claro que na época da ditadura as vozes foram abafadas, apagadas, mas historicamente o clamor foi ouvido e alcançado.

Duas importantes manifestações que buscam refletir o direito da Liberdade de Expressão têm ocupado o cenário da mídia nacional: O movimento do Ativismo Gay com seu grito opaco e as várias Representações da Sociedade que, andando na contramão do citado anterior, apresentam suas argumentações, reprovações e rejeição às propostas consideradas uma afronta a própria liberdade.

O que proponho aqui é uma séria reflexão acerca da importância do Ativismo Gay em nossa sociedade. Os gays, lésbicas, transexuais, bisexuais e simpatizantes buscam o seu direito da liberdade de “amar”, desejar, ampliar suas intenções, enfim, serem felizes à luz do matizado arco-íris.

Mas certo pensador escreveu que “Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade. A liberdade não é um fim, mas uma conseqüência.” Pois é essa verdade que desejo expor e compartilhar de forma límpida no presente espaço democrático.

Pouco se percebe a importância do Movimento Gay e sua manifestação em nossos dias. Tamanha é essa importância que posso destacá-la nos três principais campos de constância evidência popular: A Religião, A Família e a Educação.

A importância do Movimento Gay para a Religião se dá principalmente à Igreja Cristã (e suas ramificações) que pode, por esses atos manifestos, ver o cumprimento da Palavra de Deus num registro datado do ano 57 d.C, onde o magnífico e autêntico apóstolo Paulo, em sua carta aos Romanos, falando de um comportamento “contrário à natureza” em sua época, escreve: “E proclamando-se a si mesmos como sábios, perderam completamente o bom senso… por isso Deus os entregou à impureza sexual, pois homens e mulheres abandonaram as relações sexuais naturais por outras contrárias à natureza… E mesmo conhecendo a justa Lei de Deus continuam fazendo e defendem os que assim procedem.” (Rm. 1.22-32/KJV).

É importante saber que esse tipo de manifestação e desvio moral na sociedade defendido pelo ativismo gay é uma prova de que existe algo uma superioridade profética no Livro usado pelos cristãos em todo o mundo. A Bíblia realmente é a Palavra de Deus, verdadeiramente um Livro de regra condutiva, prática e fé. Essa é a grande importância do ativismo gay para a classe ora cristã, ora religiosa: O burbúrio gay que tenta espoliar a sociedade revela o cumprimento bíblico de uma decadência espiritual na história da Humanidade. O termo homofobia que propõe a PL 122 tratar o homossexualismo como racismo é totalmente “analfabetista” pois homossexualidade não é raça e sim um problema comportamental. Ninguém nasce homossexual.

A importância do Movimento Gay para a Família é outro fator marcante na sociedade.Toda essa inquietação fez-nos entender os dois tipos de mídia que acompanham e noticiam essa movimentação. Destaco aqui a mídia subvertida que leva para o seio do lar o tema de forma apelativa por meio das novelas, filmes e programas em geral, derramando uma avalanche de podridão sonora e visual, capaz de promover uma verdadeira inversão de valores. Devo lembrá-lo que nessa onda estrategista e exibicionista as novelas misturam temas importantes com assuntos imorais para que aja uma suposta apologia do seu papel social. Nossas Famílias são as mais atingidas quando a proposta do movimento gay esbarra nos princípios exemplares da mais ilustre instituição divina do mundo. Essa é a grande importância do movimento gay para a Família: Um alerta acerca do perigo por parte dos meios de comunicação. Na busca de agradar a todas as classes acaba banalizando o lar e promovendo falsos conceitos. Não esquecendo que o apelo sexual continua sendo o marketing do veneno oculto. O movimento gay se favorece com a mídia “depravada” que busca partido da proliferação do pecado e da imoralidade, causando na sociedade ojeriza e nojo.

Por fim, a importância do Movimento Gay para a Educação. Importante agora para os pais que devem lembrar-se de seus filhos na escola e monitorar a qualidade do ensino no que diz respeito às interferências aos bons costumes. Que tipo de educação estão propondo para nossos filhos? A vergonha do Kit Gay foi o alerta de que a educação de nosso país está procurando um outro caminho, visto que não me lembro do kit negro (Anti-racismo), nem do kit respeito, o kit boas maneiras ou mesmo qualquer outro tipo de kit que oferecesse uma séria orientação. A educação não pode deixar de lado seu principal dever: Formar jovens que vençam os desafios da vida por meio do puro conhecimento. Crianças que na fase da formação de caráter se tornam alvos de mentes atrofiadas que querem invadir os corações e pensamentos férteis dos pequeninos. A proposta na educação (nesse caso) visto do ângulo crítico em que estamos tenta impor o errado conceito de homofobia como discriminação. Mas homofóbico de acordo com a psiquiatria é uma pessoa doente que quer matar o homossexual. Ora, não interessa se alguém matou um homossexual ou heterossexual, mas sim que um ser humano foi morto, independente do seu comportamento!

Mas nunca nos esqueçamos que somos os verdadeiros culpados por tudo isso que está acontecendo e temos até dificuldades para corrigir nossos erros. Lembre-se que para cada erro existe uma conseqüência. O principal dos erros é oferecer carta branca (por meio do voto) a legisladores que mais parecem escarnecedores do povo, zombando da moral e dos bons costumes.

No demais disse Abraham Lincoln: “A democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo”. Que possamos saber interpretar o conceito de Liberdade excluindo a falsa roupagem da Libertinagem. Que possamos alcançar a Democracia não permitindo o vagido sínico da mente anarquista que rodeia nossa sã consciência, mas valorizando os princípios morais estabelecidos por Deus desde a criação do homem.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Para mim o viver é Cristo!!


E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. Ezequiel 36:26

Por Josemar Bessa

Um novo coração é sempre acompanhado daquilo que sem exceção brota de uma nova natureza como...

Uma grande medida de afeições espirituais;

Uma luta diária por santidade universal;

Um desejo intenso e esforço no Espírito por pureza no coração;

Um gosto predominante sobre todas as outras coisas para coisas divinas e celestiais;

Um andar diário com Deus;

Uma viver diário pela fé e não pelo que se vê;

Nossos pensamentos estarem no alto – onde Jesus está;

Estar morto para o mundo;

Uma mortificação do pecado no coração que um dia amou as trevas;

Uma inclinação para meditação devotada diante de Deus;

Um deleite e desejo de manter comunhão com Deus odiando tudo que a quebre;

Um amor desmedido pelas Escrituras;

Um grande amor fraternal que faz sermos membros ativos e em comunhão com o Corpo de Cristo;

Uma integridade inflexível e não moldável ao mundo a nossa volta.

Um coração liberal para a causa de Cristo;

Uma amor ardente a todos os preceitos bíblicos, dizendo como João: “Seus mandamentos não são penosos para nós”;

Um gozo e uma paz que excede a todo o entendimento humano;

Uma contínua experiência de alegria espiritual em Deus;

Uma consciência extremamente sensível e uma mente que treme diante de qualquer pecado;

Um andar em constante arrependimento e contrição por nossas imperfeições;

Uma constante vigilância contra todo pecado da vida, imaginação, língua e do coração!

Me desculpem quaisquer proponentes de estratégias de crescimento... Os “Neo” alguma coisa... Nada que o ser humano faça pode produzir um coração assim em absolutamente ninguém. A piedade e amor a Deus não é um sistema abstrato de doutrina ou ética. Ninguém que não tenha nascido de novo e tenha um coração assim em nada (nem em suas boas obras) pode agradar a Deus.

A verdadeira piedade, antes de ser algo que eu faço, é um movimento do constante do coração movido pelo esplendor e atração da cruz de Cristo! Só o Espírito pode levar o homem até aí.

A fonte de todo viver cristão verdadeiro é o amor a Cristo como a Bíblia diz ser o amor. Só neste ponto o homem pode começar a entender as palavras do Apóstolo: “para mim o viver é Cristo!”