segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Pessoas não mudam


Todos tendem a permanecer sendo o que sempre foram; é preciso aprender a conviver com os outros como eles são.

Pessoas não mudam. Elas falam em mudar, mas não mudam. Na verdade, mudam apenas quando não têm outra alternativa. Essa é a tese de Po Bronson em seu livro "O que devo fazer da minha vida?" (Editora Nova Fronteira), onde relata quarenta histórias tiradas de 900 entrevistas com gente de tudo que é tipo.

Na verdade, Po Bronson é um otimista. Em novembro de 2004, a megacorporação IBM realizou sua conferência de “Inovação Global”, quando reuniu alguns dos melhores cérebros do planeta para propor avanços científicos e tecnológicos capazes de solucionar os grandes problemas mundiais. No topo da agenda estava o setor da saúde, que custa aos Estados Unidos 1,8 trilhão de dólares anuais (três vezes o PIB do Brasil). A grande conclusão a que chegaram foi que muito desta dinheirama seria economizada se as pessoas estivessem dispostas a mudar seus hábitos alimentares e seu estilo de vida. Mas uma pesquisa realizada para subsidiar a discussão mostrou que, mesmo diante da morte iminente, apenas uma entre 10 pessoas mudam seu jeito de pensar e agir. Em outras palavras, para a pergunta: “Se fosse dada a você a opção de morrer ou mudar, o que escolheria?” De cada 10 pessoas, apenas uma escolheria mudar.

Sou tentado a concordar. Ao longo de mais de 20 anos de atividade pastoral, vi muito pouca gente mudando de verdade. Mudanças cosméticas, apenas comportamentais, vi aos montes – mas estruturais, foram poucas. As pessoas tendem a ser o mesmo que sempre foram: os tímidos continuam tímidos, os eufóricos permanecem eufóricos, as mulheres dominadoras seguem dominando, os maridos passivos continuam no cabresto, os trabalhadores continuam trabalhando, o hipocondríacos continuam lendo bulas e por aí vai. Freud explica. Literalmente.

Outro dia fui interpelado por uma jovem após uma de minhas palestras. Seu semblante demonstrava apreensão e sofrimento. Foi direta ao ponto: tinha um noivo um pouco violento, que já a havia agredido duas vezes, mas que sempre chorava, pedindo perdão e prometendo não repetir as agressões. Depois, fez a pergunta: “Pastor, devo me casar com ele?” Contrariando um procedimento padrão, respondi de maneira direta: “Apenas se estiver disposta a apanhar pelo resto da vida”. É claro que acredito que aquele sujeito pode mudar. Mas como não podemos ter certeza disso, disse à moça que deve se casar somente na hipótese de acreditar que poderá conviver com o marido, mesmo que ele não mude.

Depois daquela conversa, reavaliei minha fé, minha crença no poder transformador do Evangelho e na força da graça. Onde já se viu, um pastor pessimista quanto à mudança das pessoas?! Logo eu, que acredito que a transformação pessoal à imagem de Cristo é essencial à mensagem cristã e que o maior problema do ser humano não é o diabo, nem o mundo mau, nem nada que exista do lado de fora, mas seu inimigo íntimo, que habita suas entranhas. Após tantos anos presenciando conversões extraordinárias, cheguei ao ponto de duvidar que as pessoas mudam; ou pior – acreditar que a verdade maior é que as pessoas não mudam mesmo.

Precisei percorrer todo o caminho novamente. Revisei o que me ensinaram, e cheguei a conclusões preliminares que, pelo menos a mim, me fizeram mais sentido.

Considero que as mudanças de que fala o Evangelho não são necessariamente estruturais, na personalidade ou na índole das pessoas, mas em seus valores, seus amores, e portanto, seus objetos de devoção. A grande mudança do Evangelho não é “eu deixar de ser eu”, mas eu me render à vontade do meu novo Senhor, isto é, não mais o meu eu, mas o Cristo, que vive em mim.

Muita coisa na vida muda, mas continuamos sendo nós mesmos. A conversão não implica na despersonalização. Ela não apaga tudo o que vivemos e nos fez o que somos. Mas após a rendição a Cristo, toda a vida passa por uma revisão, e, necessariamente, deixa-se de fazer muita coisa. E passa-se a fazer outras. Não por obrigação ou culpa, mas por uma nova orientação da vontade: afinal, mudou o objeto de devoção. As figuras “morte e ressurreição”, ou “novo nascimento”, que simbolizam o antes e o depois da experiência mística-espiritual cristã, significam passar a viver orientado para outra direção. Não é que tenhamos mudado – o que mudou foi a maneira como convivemos com o que sempre fomos, e provavelmente vamos continuar sendo. O extraordinário nisso é que já não somos mais obrigados a ser o que sempre fomos. Não estamos mais escravizados a realizar a sina da nossa personalidade nem a cumprir o vaticínio das marcas que a vida deixa. Somos livres: livres para nos reinventarmos, livres para virmos a ser e, inclusive, livres para continuar sendo o que sempre fomos. O que muda é que nos relacionamos de maneira tão diferente conosco mesmos, que as pessoas ao nosso redor dirão que parecemos outra pessoa. Conhecemos a verdade, e a verdade nos libertou. Na verdade, as pessoas mudam, mas em número, profundidade e velocidade inferiores ao que desejamos: pouca gente, mudanças razoavelmente superficiais e lentas.

Portanto, aprenda a conviver com as pessoas do jeito que as pessoas são. Não passe a sua vida tentando mudar os outros: seu cônjuge, seus filhos, seus amigos, seu chefe ou colegas no trabalho. Deixe isso nas mãos de Deus, à mercê da graça. Conviva a partir da gratuidade: paciência nos processos, perdão, mais amor, entrega e serviço do que cobranças, exigências e condições. Aprenda a se relacionar com os outros do jeito que eles são. Não tente fazer novas as pessoas. Faça novos acordos. Você vai ver como sua vida vai mudar. E os outros também.

GRAÇA, GLÓRIA, ESPINHOS… e outros mandacarus


Tem gente que não tem um espinho na carne, pois, de fato, elas são o espinho na carne dos outros.

Há também aqueles que são espinheiros andantes e constantes em sua marcha para abraçarem os que amam de morte.

Há ainda os que são santos, que andam na graça do Evangelho pela fé, e que, justamente por isto, têm espinhos na carne.

A razão é para que continuem saudáveis, pois, em um mundo caído, com gente de natureza caída, todo homem, por mais santo que seja, é pura vaidade.

Os seres que são espinhos para outros, assim como aqueles que se tornam o próprio espinheiro, não conhecem o Evangelho como experiência da fé, pois, quem quer que conheça o Evangelho, tanto mais quanto o conheça, mais santo se tornará em seus caminhos, e, assim, não terá mais espinhos brotando de si contra o próximo.

É por esta razão que o santo que foi e é santificado pela fé na graça de Jesus precisa de espinho em sua carne, pois, nele não há mais espinhos para os outros, como era antes, e, por isto, os espinhos virão de outros para ele.

Entretanto, esse que se santificou pela fé em Jesus, tem espinhos contra si mesmo, apesar de todas as coisas boas que nele haja.

Sim, pois mesmo que esteja de volta do Terceiro Céu, ainda assim continua capaz da vaidade e da soberba da virtude alcançada.

Somente não precisam de espinhos para sempre, aqueles que não mais voltarem de nenhuma viagem aos Céus.

Na Terra, porém, tanto quanto no mundo [que é aqui uma outra categoria], não é possível provar a revelação das grandezas de Deus sem que a cura para a experiência da Glória não seja algum espinho como Graça em nós.

O Santo foi Coroado de Espinhos!

Assim, os seus santos, sempre experimentarão espinhos na carne.

Entretanto, todo aquele que tenha tal espinho, que ore ao Senhor, que peça que Ele o livre desse mensageiro de Satanás; pois, se a Paulo Deus disse “a minha Graça te basta, pois o poder se aperfeiçoa na fraqueza”, pode ser que com relação a você, Ele tenha outros planos, quem sabe um alívio pela mudança de espinhos e de localização do desconforto.

Quem, no entanto, não anda no caminho do santo santificado pela fé em Jesus, esse não terá espinhos a lhe perturbar, pois, esse é em si mesmo espinho para outros, ou, pior ainda: ele mesmo é um espinheiro com volúpia de abraçar.

Portanto, espinho na carne é para o santo em elevação.

Carne no espinho, no entanto, é o modo de ser dos seres que existem para ferir e ferirem-se.

Nele, que foi coroado com espinhos, nesta Terra de cardos e abrolhos,

Caio

Fonte: Site caio fabio

Evangélicos e católicos devem se unir?


Por Ciro Sanches Zibordi

Há exatos dois anos, o Vaticano divulgou um documento pelo qual afirmou que a Igreja Católica Romana é a única a reunir todos os requisitos da comunidade fundada originalmente por Jesus e seus apóstolos. O texto, que retoma um polêmico documento do ano 2000 — denominado Dominus Iesus, cujo autor é Joseph Ratzinger, atual papa —, é obra da Congregação para a Doutrina da Fé, a antiga casa de Ratzinger, no Vaticano. Trata-se do órgão responsável pela pureza teológica do catolicismo.

Bento XVI sempre se posicionou contra o relativismo. Mas a divulgação desse documento revelou uma estratégia para transformar o romanismo num referencial religioso e moral único, além de guardião da herança cristã. O papa defende a ideia de que não se pode igualar todas as religiões cristãs, colocando-as num mesmo “saco”. Além disso, reafirma, modéstia à parte, que o catolicismo é o único meio pelo qual se pode alcançar a salvação espiritual com a ajuda da fé em Jesus Cristo!

Segundo o padre Augustine di Noia, subsecretário da Congregação para a Doutrina da Fé, o tal documento não visa a alterar o compromisso com o diálogo ecumênico, mas a afirmar a identidade católica.

Mas pergunto: É mesmo o romanismo o único a reunir todos os requisitos da comunidade fundada por Cristo e seus apóstolos? Ora, quem conhece um pouquinho da História sabe que o cristianismo não teve início com a igreja católica romana. Antes, um pseudocristianismo surgiu em 312, quando o imperador Constantino, após derrotar Magêncio, fez uma aliança entre Estado e Igreja. Desde então, começou a emergir essa igreja cheia de desvios em relação à Palavra de Deus. Haja vista a mariolatria, a “infalibilidade” papal, a veneração de “santos”, etc.

O papa pretende manter a pureza teológica do catolicismo, que se arvora como o guardião da herança cristã... Meu Deus! Que pureza teológica é essa? Ah, sim, a “pureza” da teologia romanista, pois, como se sabe, a igreja da maioria vem, através dos séculos, “dando de ombros” para a teologia biblicocêntrica, não preservando a verdadeiramente pura e sã doutrina (cf. Tt 2.1; 2 Tm 3.16,17; Is 8.20; 1 Co 4.6).

Sabemos que o catolicismo romano não é o único meio pelo qual se pode alcançar a salvação (com a ajuda da fé em Jesus Cristo). Segundo o tal documento, Jesus seria um mero coadjuvante na obra salvífica, haja vista a mediação ser realizada de fato pelo romanismo! Isso é o que podemos chamar de “santa” prepotência! Por que o papa e seus cardeais não se curvam ante a verdade irrefutável de 1 Timóteo 2.5? Jesus é o único Mediador entre Deus e os homens! Não é necessária a comediação do romanismo, que na verdade é uma “comédia em ação”, com todo o respeito...

Apesar do “coerente” e “imparcial” documento em apreço, a igreja da maioria pretende manter inalterado o seu ideal ecumênico... Ora, é óbvio que o romanismo continuará se aproximando das outras religiões, principalmente das consideradas “seitas evangélicas”, a fim de conquistar pela “simpatia” o maior número de fiéis. Aliás, certos cantores evangélicos têm cedido canções para padres pop star e dito que há católicos mais convertidos do que os evangélicos... Eu até concordo que haja evangélicos desviados, nominais, não-salvos ou que perderam a salvação por serem profanos... Mas, biblicamente, é impossível que um seguidor do romanismo (adorador de Maria) seja mais convertido que um verdadeiro cristão, salvo e compromissado com a Palavra de Deus!

Sinceramente, a julgar pela situação de muitas igrejas ditas evangélicas, me pergunto: O que seria pior, pertencer à igreja da maioria e adorar Maria, ou pertencer a certas igrejas “evangélicas” que estimulam os crentes a se autovalorizarem ao extremo, seguindo a um evangelho antropocêntrico, triunfalista, experiencialista ou predestinalista, que crê cegamente no bordão “Uma vez salvo, salvo para sempre”?

Sei que “duro é esse discurso”, mas não podemos chegar a outra conclusão à luz do que diz a Palavra de Deus em 1 Coríntios 15.1,2: “Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado, o qual também recebestes e no qual também permaneceis; pelo qual também sois salvos, se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado, se não é que crestes em vão”.

Glória seja dada a Jesus Cristo, o único Mediador entre Deus e os homens!

sábado, 29 de agosto de 2009

O PREFEITO DIZIMÓFILO


Já não bastavam os pastores dizimófilos e lucrófilos das “avivadas” igrejas nacionais... Agora também um prefeito paraense, cujo nome é por demais ridículo, resolveu decretar uma lei exigindo o dízimo nas igrejas. Onde estamos, Senhor?

Esse político fanático ou oportunista deve ter o seguinte em mente, ao publicar esta lei:

1. Ganhar votos (para a sua reeleição) dos membros das igrejas evangélicas, pois, conquistando a simpatia dos pastores mercenários, estes pregarão sobre a obrigação dos membros de votarem nesse herege de carteirinha.

2. Se a igreja faturar uma baba, na certa vai ajudar o tal prefeito a “operar” algumas boas obras na cidade e a ficar mais conhecido como um bom cristão e, portanto, merecedor dos votos.
Nenhum político dá ponto sem nó. Esse dizimófilo deve ter alguma razão política e financeira em mente; só que eu, mísera cronista evangélica, satisfeita com o pouco que recebo depois de 70 anos de contribuição minha e do marido ao INSS, não consigo enxergar!

Pasmem, riam ou chorem.... mas agora Dízimo é Lei (mesmo)!

LEI nº 8.664 DE 27 DE JANEIRO DE 2009."Dispõe sobre a criação do Dia Municipal do Dizimista e Ofertante no Município de Belém, e dá outras providências".O PREFEITO MUNICIPAL DE BELÉM,Faço saber que a CÂMARA MUNICIPAL DE BELÉM, estatui e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Fica criado com méritos na cidade de Belém, capital do Estado do Pará, o Dia Municipal do Dizimista e do Ofertante cristão consciente, a comemorar no dia 18 de maio de cada ano.

Art. 2º VETADO

Art. 3º Estabelece que no decorrer das comemorações referidas ao evento, seja divulgado em alto e bom som o que está escrito da Bíblia Sagrada no livro de Malaquias cap. 3 vol. 10, que diz: "Trazei todos os dízimos à Casa do Tesouro para que haja mantimento na minha casa...", e também o que está escrito no mesmo livro no cap. 3 vol. 18: "Então vereis a diferença entre o que serve a Deus e o que não o serve..."

Art. 4º. Ficará por conta e responsabilidade das emissoras de comunicação ligadas ou pertencentes às igrejas cristãs, a divulgação dos ensinamentos abaixo relacionados:

§ 1º Conscientizar a membresia das igrejas cristãs em geral;

§2º Aconselhar e disciplinar a igreja a respeito do assunto;

§3º Estimular o povo cristão mostrando a necessidade da prática de ofertar e dizimar por parte do cidadão, praticante ou não.

Art. 5º As igrejas cristãs ficam com a missão de encorajar o povo a praticar a entrega ou devolução de dízimos e ofertas como prova da obediência no que ensina a Constituição divina, a "Bíblia Sagrada", a palavra de Deus que é o bálsamo para o coração da família.Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

PALÁCIO ANTONIO LEMOS, 27 DE JANEIRO DE 2009DUCIOMAR GOMES DA COSTAPrefeito Municipal de Belém. D.O. nº 11.311

Se o Senhor não voltar depressa, quem vai morrer logo sou eu, pois minha “velhitude” já não agüenta tanta sujeira política e religiosa, neste país.

Mary Schultze

Fonte: cpr

Meus irmãos, eu não sou contra dízimos e ofertas, muito pelo contrário, nós ensinamos aos membros de nossa igreja a importância de contribuir para a manutenção do templo, para investirmos em missões, sermos gratos a Deus por tudo que Ele tem nos dado, mas não fazemos do dízimo um amuleto como muitos pregadores têm feito. Cremos que o Senhor abençoa aqueles que lhe são gratos e com desprendimento investem parte do que ganham na obra do Senhor. Mas não fazendo disso uma barganha, uma negociata, um investimento lucrativo, como se pelo fato de dizimarem, Deus teria a obrigação de lhes dar tudo o que seus corações desejam. Eu ensino em minha igreja o que tem sido real em minha vida cristã desde a minha conversão em 1982: "Deus não satisfaz todos os nossos desejos, mas supre todas as nossas necessidades" (Mt 6. 31-33).

O nosso Deus quer de nós é um coração puro, vida santa e irrepreensível perante Ele. A minha oferta ou dízimo não pode estar divorciada de uma vida de santidade e amor, veja Gn 4.1-7, a questão aqui não é o que foi oferecido, mas como foi oferecido. A Bíblia nos dá muitos outros exemplos de como o Senhor deseja a entrega de parte dos nossos bens: a oferta da viúva pobre ( Mc 12.41-44), a parábola do fariseu e do publicano (Lc 18.9-14). Jesus criticou os fariseus e os escribas por serem avarentos e nos ensinou a não sermos assim (Mt 23.23, Lc 12.15).

Resumindo: Dízimo e oferta é gratidão a Deus e não barganha. Dizimista e ofertante ficam doentes, passam por crises, têm problemas como qualquer outro crente. Ele não está dentro de uma redoma invisível à prova de problemas e dificuldades, mas uma coisa eu sei. Deus o sustenta na hora da provação. Um coração contrito o Senhor não rejeita. Simplesmente o que vejo, não passa de se criar uma lei humana dando privilégios e honrarias a quem Deus já ensinou e ordenou em sua Palavra sobre o assunto. Imagine sair criando leis já instituídas pela Constituição Brasileira, lei maior em nosso país e ainda acrescentar alguns benefícios a quem cumprir a lei. Pelo direito brasileiro a lei não cumprida é passível de punições, no caso da Palavra de Deus a consequência das escolhas que fzemos perante o que nosso Deus instituiu também já é previsto na sua Palavra. Deus não precisa de "advogados de porta de delegacia" para se fazer cumprir o que determinou. E ainda pensamos que já vimos de tudo.
Pr Silas Figueira.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

DÍZIMO - ENVELOPE, BOLETO BANCÁRIO E AGORA ATÉ POR TRANSFERÊNCIA!


Por Renato Jr

A que ponto estamos chegando. Não quero entrar no mérito teológico a respeito do Dízimo, mais relatar que algumas práticas atuais de arrecadação me deixam pasmo, e utilizar do argumento: "a igreja deve acompanhar a evolução tecnológica" para mim é balela.

Algum tempo atrás fui surpreendido pelo recolhimento de dízimos e ofertas via, boleto bancário, não bastasse isto, hoje pela manhã fui surpreendido ao acessar o site da PRIMEIRA IGREJA BATISTA DE CURITIBA (pibcuritiba.org.br), lá estão aceitando dizímos e ofertas via transferência on line.



DEUS, UM DELÍRIO... - Richard Dawkins


Pastor Caio,

Bom dia!O canal GNT transmitiu um programa chamado A FÉ É CEGA? (na verdade "DEUS, UM DELÍRIO) – no qual o famoso ateu Richard Dawkins ataca com veemência e fortes argumentos a "fé", a religião, e a crença em um Ser Criador de todas as coisas. Tenho visto que o programa causou forte impacto em ambos os públicos (religioso e não religioso). Procurei em seu site algo a respeito, mas só há uma referência ao Dawkins de quando ele esteve aqui no Brasil numa conferência que fez a platéia "delirar". Coincidentemente, no canal FX, de madrugada, assisti meio que "por acaso", um programa chamado 30 DIAS, no qual uma família atéia passou um mês na casa de cristãos de uma igreja Batista nos EUA. Foi bem interessante. Sei que o "cristianismo" apresentado por alguns "evangélicos", católicos romanos, ou o religiosismo dos muçulmanos..., nos passam uma idéia bem distorcida do Deus das Escrituras. E vejo que este tema é recorrente em seu site. Entretanto, gostaria de ouvir (ou ler) algo de você a respeito do que o Dawkins declara, já que atinge em cheio a juventude "desorientada" de nossos tempos.Um grande abraçoLuis
_________________________________
Resposta:

Meu mano amado: Graça e Paz!

Sabe o que é meu mano amado?...
Ou melhor: sabe por que não escrevi nada?...
Eu nunca levei nenhum ateu a sério, assim como não levo a religião a sério...
Para mim o ateu é sempre um religioso do Nada...
Qual a diferença entre o que o Dawkins declara e o que qualquer outro ateu afirme..., além do fato de que a fama não “unge” a todos?...
O que tornou o Dawkins famoso não foram os seus argumentos, mas ele próprio...
Todavia, o fato de ele ser famoso... pra mim não muda nada!
Afinal, o que ele tem além de argumentos?...
Ora, argumento é fácil...
Difícil é viver...
Difícil é provar...
Difícil é crer...
Difícil é amar...
Difícil é ser...
Entretanto...
Impossível é explicar a um ateu que Deus é...
Impossível é convencer alguém de qualquer coisa...
Impossível é entender Deus e explicar Deus...
Sim, pois Deus não cabe em argumentação nem contra e nem a favor...
Deus não precisa de defesa...
Deus se defende... rsrsrs.
Ou Deus não é Deus?...
Se eu creio Nele; e, por isso, sei que qualquer outro ser humano pode crer também.
Que os ateus se entendam com Deus...
Ora, mesmo que eu fosse o Espírito Santo..., ainda assim nada poderia fazer..., a menos que ele, o ateu, me disse: Entra em mim!... Ou a menos que seu ateísmo fosse sincero... Nesse caso eu ficaria quieto, esperando a “Hora” chegar... Sim, a hora em que todo ateu ou religioso ou agnóstico, etc...-estarão diante do Trono.
Mano amado, o Deus que se discute não é Deus!
O Deus que precisa de defesa não é Deus!
O Deus que precisa que os homens saiam em Sua defesa é um ídolo.

Quanto à juventude meio tonta no processo, digo que alguns deles estão precisando desse choque bobo, mas choque!...; pois, de fato, se tiverem que ter uma fé que não seja apenas uma crença, eles terão que passar pelo cadinho dos conflitos, nos quais a religião perde o seu sentido, e, aí, começa a surgir a necessidade de encontrar Deus mesmo, no coração, na consciência, e não apenas nas sistematizações que arrogante e tolamente tentam Lhe provar a existência...
Deus, todavia, se ri de todas essas criancices filosóficas...
Sim, Deus se ri até da crença em Deus...
Na realidade, se eu conheço Deus, o que Dele me vem é que Deus não está nem aí para Deus como tema...
Sim, o Deus tema não interessa a Deus...
Deus estava em outro canal quando o documentário passou...
Acho que Deus estava vendo “Mundo Selvagem”... Rsrsrs.
Receba meu beijo carinhoso!

Nele, que é Deus, e, portanto, não discute Deus,

Caio

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O FILHO


Um homem muito rico e seu filho tinham grande paixão pela arte. Tinham tudo em sua coleção, desde Picasso até Rafael. Muito unidos, se sentavam juntos para admirar as grandes obras de arte.

Por desgraça do destino, seu filho foi para guerra. Foi muito valente, e morreu na batalha, quando resgatava outro soldado. O pai recebeu a notícia e sofreu profundamente a morte de seu filho.

Um mês mais tarde, antes do Natal, alguém bateu em sua porta...

Um jovem com uma grande tela em suas mãos disse ao pai:

- Senhor, você não me conhece, mas eu sou o soldado por quem seu filho deu a vida. Ele salvou muitas vidas naquele dia, e estava me levando a um lugar seguro quando uma bala lhe atravessou o peito, morrendo assim, instantaneamente. Ele falava muito do senhor e de seu amor pela arte.

E o rapaz estendeu os braços para entregar-lhe a tela.

- Eu sei que não é muito, e eu também não sou grande artista, mas sei também que seu filho gostaria que o senhor recebesse isto.

O pai abriu a tela. Era um retrato de seu filho, pintado pelo soldado. Ele olhou com profunda admiração a maneira que o soldado havia captado a personalidade de seu filho na pintura. O pai tão atraído pela expressão dos olhos de seu filho, que os próprios olhos se encheram de lágrimas. Ele agradeceu o rapaz e quis pagar-lhe pela pintura.

- Não, eu nunca poderia pagar-lhe o que seu filho fez por mim. Isso é um presente.

O pai colocou a tela a frente de suas grandes obras de arte, e cada vez que alguém visitava a sua casa, ele mostrava o retrato do filho, antes de mostrar sua famosa galeria.

O homem morreu alguns meses mais tarde, e se anunciou um leilão de todas as suas obras de arte. Muita gente importante e influente, com grande expectativa de comprar verdadeiras obras de arte foi ao leilão. Em exposição estava o retrato do filho. O leiloeiro bateu seu martelo para dar início ao leilão.

- Começaremos o leilão com o retrato “O FILHO”. O que oferecem por este quadro?

Um grande silêncio pairou...

Instantes depois, ouviu-se do fundo da sala:

- Queremos ver as pinturas famosas!!! Esqueça-se destqa!!!

O leiloeiro insistiu...

- Alguém oferece algo por essa pintura? R$ 1.000,00? R$ 500,00? R$ 100,00?
Mas uma vez outra voz:

- Não viemos por essa pintura! Viemos por Van Gogh, Picasso... Vamos às ofertas de verdade.

Mesmo assim o leiloeiro continuou...

- “O FILHO”!!! “O FILHO”!!! Quem leva o filho?

Finalmente, uma voz:

- Eu dou R$ 10,00 pela pintura.

Era o velho jardineiro da casa. Sendo um homem muito pobre, esse era o único dinheiro que podia oferecer.

- Temos R$ 10,00!! Quem dá R$ 20,00? Gritou o leiloeiro.

As pessoas já estavam irritadas, não queriam a pintura do filho, queria as que realmente eram valiosas, para completarem sua coleção.

Então o leiloeiro bateu o martelo.

- Dou-lhe uma, dou-lhe duas, vendida por R$ 10,00!

- E agora vamos começar com a coleção, gritou um.

O leiloeiro soltou seu martelo e disse:

- Sinto muito, damas e cavalheiros, mas o leilão chegou ao seu final.

- Mas e as pinturas? Perguntaram os interessados.

- Sinto muito disse o leiloeiro. Quando me chamaram para fazer o leilão, havia um segredo no testamento do dono, que não seria permitido a revelação até esse exato momento. Somente a pintura “O FILHO” seria leiloada; aquele que a comprasse herdaria todas as posses deste homem, inclusive as famosas pinturas. O homem que comprou “O FILHO” fica com tudo!

Reflexão:

Deus nos entregou seu Filho, que morreu numa cruz há mais de dois mil anos. Quem ama o filho tem tudo...

Mensagem subliminar... ranimilbus megasnem


A psicologia é quem melhor define Subliminar: Qualquer estímulo produzido abaixo do limiar da consciência, e que produz efeitos na atividade psíquica ou mental. Os mais crédulos, (eu não sou um deles) acreditam que as mensagens ou propagandas subliminares são veiculadas nos mais diversos canais de comunicação como TV, cinema, radio, historias em quadrinhos, revistas, RPG, fliperamas, vídeo games, músicas, informática, teatro, jornais, outdoors, embalagens, bonecas, vitrines, etc. Este tipo de propaganda segundo eles fere as normas do bom senso, pois não nos dá opção de escolha, seja na compra de um produto, uma filosofia ou ideal político.

A primeira coisa que devemos questionar é porque se a questão subliminar vende tanto porque então gasta-se rios de dinheiro nas agências de marketing para formular estratégias inteligentes para produtos excelentes? Não bastaria dar apenas um flash de um nanosegundo do produto no horário nobre? Economizaria em tudo. No tempo de exposição na TV que é uma baba, na elaboração e produção do comercial (da criação até a exposição) e na contratação de pessoas para trabalhar divulgando o produto no mercado.

Alguns pastores andaram por aí girando discos ao contrário, colando rótulo de coca-cola, capa de disco, lendo frases invertidas, jogando pedra na lua e etc... Gente, porque o diabo se ocuparia de tamanha “engenhosidade” para nos ludibriar? Aqueles que apostam nessa estratégia como batalha espiritual, desconhecem o verdadeiro sentido da mesma. A batalha acontece em outra esfera, a esfera da confrontação bíblica, dos sofismas, dos paradigmas e do analfabetismo bíblico.

Eu é que não perco meu tempo girando um disco ao contrário, meu Deus é muito mais poderoso que uma suposta mensagem subliminar. A bíblia diz que aqueles que são do Senhor o maligno não os toca. Se você é do Senhor, não ande por aí dando rasteira em saci, caçando curupira e vendo o rei leão 300.000 vezes. Seja lá o que for que embutiram nessas coisas, isso não fará efeito sobre você que é lavado e remido pelo sangue do cordeiro de Deus! Paz e serenidade!
Por Márcio de Souza

Belchior das canções


Deu no Fantástico: Belchior sumiu. Para os mais novos, que não o conhecem das canções, ou sabem das canções, mas não sabem que são dele: Belchior, o cantor-compositor cearense sumiu. Aquele que dizia ser um rapaz latino-americano sem dinheiro no banco, sem parentes importantes, e vindo do interior. Dizem que apareceu num show de Tom Zé, ainda este ano, mas, depois, não foi mais visto.
Veja também:



Há dois anos, a ex-mulher não tem notícias, dois carros seus estão abandonados ou, pelo menos, estacionados sem que ninguém os reclame. Deixou dívidas. Eu nem vi a matéria na TV, peguei na página do portal Terra e pensei: Belchior já tinha sumido de nós há mais tempo. Não se falava dele nos jornais, na Internet, no que se chama a grande mídia. Precisou sumir pra que se falasse dele. Até parece história das presentes em suas letras, "feito aquela gente honesta, boa e comovida/ que caminha para a morte/ pensando em vencer na vida".

Provavelmente, vão dizer que foi uma vítima do Sistema, será feito um documentário, e aparecerão os doutos dizendo que ele era um gênio incompreendido. Talvez elucidem o mistério, talvez não. Talvez a razão do sumiço seja bem prosaica, distante do nosso entendimento.

No entanto, suas canções, bem maior de um compositor, estão vivas e presentes na memória dos brasileiros que o ouviram cantar, e viam aquele hippie de vasto bigode, lirismo triste e combativo, e versos incomuns. Se alguém, de repente, começa a cantarolar "não quero lhe falar, meu grande amor/ das coisas que aprendi nos discos/ quero lhe contar como vivi/ e o que aconteceu comigo...", é impossível não se lembrar da interpretação de Elis Regina, e de como aquela gravação se tornou um standard da música brasileira. As cantoras que vieram bem depois de Elis, como Daniela Mercury, gostam de cantá-la pra chegar perto do modelo de cantora que é Elis.

Tanto que há uma historinha que diz que Sandy, em uma data familiar, escolheu cantar, em homenagem aos pais, Como nossos pais, que é o título desta canção de Belchior. Imagino Sandy se dando conta do que diz a letra da música, no momento mesmo em que está cantando: "minha dor é perceber que apesar de termos feitos tudo que fizemos/ ainda somos os mesmos e vivemos/como nossos pais".

A música de Belchior é a notícia mesmo de que o sonho havia acabado, contrapondo-se inteligentemente à alegria tropicalista: "nada é divino, nada é maravilhoso/ ao vivo é muito pior". Há uma urgência em seus versos, e na sua interpretação angustiada, sanguínea, sensual, quase falada: "quando eu cantar/ quero ficar molhado de suor/ e, por favor, não vá pensar que é só a luz do refletor".

E há - por que não? - uma nostalgia como no subtítulo de Mucuripe, "jovem também sente saudade". A sessão de cinema das cinco, a camisa toda suja de batom. E uma canção alegre, Medo de avião, releitura de I wanna hold your hand, dos Beatles, e que ganhou uma outra melodia de Gilberto Gil, também bonita.

Estou lembrando dos versos e ouvindo as canções aqui na minha rádio-cabeça, aos pedaços, e tendo bem presente os instantes em que, adolescente, ficava fascinado por um verso que dizia "eu quero é que este canto torto feito faca corte a carne de vocês". Há uns cinco anos, vi Belchior cantando essa música no programa Altas horas, junto com o Los Hermanos.

Das canções cujas letras ganham versões maliciosas e populares tem aquela que diz "aí um analista me comeu", em vez de "aí um analista amigo meu", que é a letra original. É engraçado, e não é pouco. Caymmi uma vez disse que seu sonho era ser um autor de algo que se perdesse no meio do povo. Aconteceu com ele, e, de certa maneira, com Belchior.

Esse texto não é e nem pretende ser um necrológio, pois não se sabe se Belchior morreu. Ele só sumiu, ou sumiu só. Mas eu sei onde ele anda: em suas canções imorredouras, vivas, presentes e, ainda e sempre, urgentes. Além, no Corcovado, quem abre os braços, é Belchior. Copacabana, o mar, as borboletas pousando entre as flores do asfalto, são Belchior, talvez cansado de nós, repousado de nós, infinito de nós.

Paquito é músico e produtor.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O QUE FAZER QUANDO NÃO SE SABE O QUE FAZER




Por: Rev. Hernandes Dias Lopes

O rei Josafá está encurralado por adversários medonhos e insolentes. Uma grande multidão, fortemente armada estava pronta para atacar Jerusalém. Não dava tempo para reagir nem Josafá tinha recursos para resistir àquele aparato militar que pretendia varrer Jerusalém do mapa. Ao saber da tragédia, humanamente irremediável, Josafá teve medo e pôs-se a buscar o Senhor, convocando a nação para orar e jejuar. Em sua oração, o rei disse: "Ah! Nosso Deus, acaso, não executarás tu o teu julgamento contra eles? Porque em nós não há força para resistirmos a essa grande multidão que vem contra nós, e não sabemos nós o que fazer; porém os nossos olhos estão postos em ti" (2Cr 20.12). Diante da situação tão desesperadora, Josafá admite sua incapacidade; reconhece que não sabe o que fazer, mas põe os seus olhos em Deus. Desse episódio podemos tirar quatro lições:

1. Quando você não souber o que fazer, busque a Deus em oração e jejum (2Cr 20.3) - Há momentos em que os problemas vêm sobre nós como uma torrente caudalosa, como uma avalanche avassaladora, como um terremoto assustador. Nessas horas, nossos recursos são absolutamente insuficientes para enfrentarmos a situação e nada podemos fazer senão recorrermos ao Deus do céu, e clamar por sua ajuda e socorro. A oração e o jejum são recursos sobrenaturais, são armas espirituais à disposição do povo de Deus. Quando agimos por nossa própria destreza e fiados em nossos próprios recursos, ficamos sujeitos a derrotas acachapantes. Mas, quando buscamos a Deus em oração e nos humilhamos sob sua onipotente mão, então, seu braço onipotente sai em nossa defesa e nos concede vitória.

2. Quando você não souber o que fazer, confie nas promessas de Deus (2Cr 20.4-12) - Não basta orar, precisamos orar como convém. Não basta pedir, precisamos conhecer aquele a quem pedimos. Josafá reconhece que Deus é o soberano Senhor nos céus e domina sobre todos os reinos da terra. Ele ora consciente de que nas mãos de Deus estão toda força e poder e não há quem lhe possa resistir. Quando compreendemos a grandeza de Deus, nossos grandes problemas se apequenam. Mas, Josafá deu um passo além em sua oração: ele fulcrou sua súplica nas promessas de Deus. Ao mesmo tempo em que buscou a Deus em oração, abriu as Escrituras para orar e fundamentar sua petição no alicerce firme das promessas de Deus. Oramos com eficácia quando ancoramos nossas petições nas promessas daquele que tem zelo pela sua Palavra e fidelidade em cumpri-la.

3. Quando você não souber o que fazer, ouça e obedeça a Palavra de Deus (2Cr 20.13-19) - Quando todos os homens, mulheres e crianças se reuniram para falar com Deus em oração, Deus se manifestou e falou com eles, trazendo-lhes sua Palavra. Por intermédio da oração falamos com Deus; por meio da Palavra Deus fala conosco. A Palavra divina que veio ao povo encorajou-o a não olhar para as circunstâncias e não temer as ameaças do inimigo. Deus lhes acalmou o coração dizendo que pelejaria por eles e lhes daria a vitória. A Palavra gerou fé no coração deles e tirou seus olhos do problema para colocá-los no Deus que está acima e no controle da situação.

4. Quando você não souber o que fazer, louve a Deus com confiança (2Cr 20.20-30) - Quando o povo ouviu a voz de Deus, o medo foi substituído pelo louvor. Eles enfrentaram os exércitos inimigos não com armas carnais, mas com louvor. Eles não louvaram depois que o inimigo foi derrotado; louvaram para derrotar o inimigo. O louvor não é apenas conseqüência da vitória, mas é a causa da vitória. "Tendo eles começado a cantar e a dar louvores, pôs o Senhor emboscada contra os filhos de Amom e de Moabe e os do monte Seir que vieram contra Judá, e foram desbaratados" (2Cr 20.22). O louvor é o brado de triunfo dos filhos de Deus no campo de batalha. Quando os problemas parecerem insolúveis, faça o que fez Josafá: ore, jejue, obedeça, e louve ao Senhor, e o inimigo será desbaratado.

Espiritismo gospel: dando lugar a qualquer espírito


“Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo.” – 1 Jo 4.1-3

Durante seis anos fui espírita kardecista, sendo médium por cinco. Exercia as faculdades mediúnicas de psicografia, psicofonia (ouvir os espíritos), incorporação, até a prática de cirurgias espirituais. No centro que eu frequentava, seu presidente (seu Cândido, talvez a melhor pessoa que já conheci até hoje) havia vindo da umbanda, e em homenagem aos espíritos dessa linha o centro fazia uma vez por mês uma reunião fechada aos médiuns, onde os espíritos de caboclos, pretos e pretas-velhas, pombas-giras, exus e erês vinham e traziam seus ensinamentos. Numa dessas reuniões, tive a visão de um orixá, com saia rodada e aquele véu de penduricalhos cobrindo-lhe o rosto, e incorporada pela entidade comecei a rodar, rodar, rodar. A entidade não falava, o que achei estranho (já que todas as demais falavam – aqui uma observação: um médium experimentado jamais perde a consciência durante uma incorporação: fica totalmente consciente controlando seu corpo, o que é muito importante principalmente em sessões de desobsessão, onde vêm espíritos muito revoltados, capazes de dizer os piores palavrões e até de agredir as pessoas). Depois descobri que orixá não fala mesmo, só espíritos de umbanda e kardecismo. Fui exortada a não permitir mais a manifestação de orixás nas reuniões de umbanda e tudo ficou bem.

Por que estou contando isso? Porque, logo que me converti, uma das minhas maiores dúvidas era sobre como discernir a atuação do Espírito Santo e a de espíritos enganadores na igreja.
Converti-me numa igreja pentecostal, achava lindo o falar em línguas, mas via umas coisas que já me intrigava, embora não pudesse sequer duvidar, pois duvidar da atuação do Espírito Santo seria cometer o tal “pecado imperdoável”, segundo me disseram na época. Então passei a achar tudo normal (lutando contra minha mente que insistia na dúvida), afinal estávamos na igreja e lá os demônios não podiam entrar, pois a luz não se mistura com as trevas. Ledo engano.

No início desse ano tive acesso aos vídeos que posto a seguir (são uma corajosa palestra realizada em junho de 2008 pelo pastor Wagner Antonio de Araujo – a versão escrita está aqui, mas vale a pena ver os vídeos para presenciar as cenas nas igrejas):

Esses vídeos me desobrigam de dizer muita coisa. Dá para ver a atuação do Espírito Santo em cenas como essas, mesmo dentro das igrejas?

O que vemos é a infiltração e a plena aceitação de fogo estranho nas igrejas. Ninguém prova se os espíritos são de Deus, e por experiência própria, a fórmula de 1 Jo 4.1 serve perfeitamente, pois os espíritos dirão que Jesus é o maior espírito que já encarnou por essas bandas (como diziam no espiritismo), mas nunca, NUNCA, que Ele é quem Ele é. Sem prova-los, aceitamos qualquer manifestação como sendo de Deus pois, afinal, estamos na igreja, estamos com o pensamento em Deus, estamos clamando por Sua manifestação, e Deus não nos deixa enganados. Porém nos esquecemos que, para isso, Ele nos pede que estejamos sempre vigilantes, meditando dia e noite na Sua Palavra, buscando discernimento e tendo senso crítico, para que o lobo em pele de cordeiro não nos devore. Pena que muitas igrejas estão negligenciando esses ensinamentos, e assim tornando muitos crentes como “cavalos”, “aparelhos”, “médiuns” de espíritos que se fazem passar como o Santo, mas que visam apenas perpetuar sua dominação sobre os imprudentes.

Quem pensa que demônio só se manifesta na igreja para dar testemunho de maldade nas entrevistas feitas por alguns pastores está muito enganado. Os demônios assistem aos cultos da platéia, e alguns até os dirigem no púlpito. Sempre que a palavra pregada está em desacordo com o Evangelho de Jesus é possível perceber uma mãozinha do inferno colaborando para o engano coletivo.

De que adianta deixarmos o espiritismo, a umbanda, o candomblé, o vudu, se continuamos a manifestar os mesmos espíritos nas igrejas, com a conivência e até o incentivo de muitos pastores, esses também manipulados pelos demônios? Onde está a conversão a Cristo, ao poderio do Espírito Santo?

Sou pentecostal e continuo crendo que o Espírito Santo pode agir através dos crentes, dando-lhes dons, guiando-os, ensinando-os muitas coisas. Porém, não posso manter meus olhos fechados ao engano, e muito menos me manter calada enquanto muitos continuam joguetes do diabo mesmo frequentando uma igreja. As lideranças precisam atentar para essa triste realidade. A Igreja é o Corpo de Cristo, não o terreiro dos demônios.

Que a Igreja deixe de ser objeto de sarcasmo dos demônios para assumir sua verdadeira posição em Cristo. O espiritismo gospel é apenas mais um sintoma dessa igreja doente, cheia de dogmas, sofismas e metodologias que nada têm a ver com o Cristo ressurreto, servindo apenas para a glória de homens e do diabo, que se compraz com tudo isso.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

MENINAS SEM ESPERANÇA: MULHERES INAFETIVAS!


Por Caio Fábio

No “Fantástico” do domingo 21 de agosto, Regina Casé entrevistou crianças. Entre elas, meninas de 7 a 12 anos.

Nenhuma das entrevistadas desejava se casar ou ter filhos. As razões:

“Eles bebem e fazem a cabeça da gente ficar doida”.

“Vão jogar bola e beber e deixam a gente cuidando da casa e da sujeira...”.

“Já imaginou se eu quisesse usar esta saia aqui e sair com minhas amigas, e ele não deixasse? Eu ia assim mesmo. Pra quê marido?”

“Pra quê ter filhos se a gente já sabe que vai brigar com o marido na separação? Aquela coisa de quem fica com os filhos...”

Regina perguntou a mesma coisa a uma menina entrando na puberdade. A garota não hesitou: “Prefiro comprar um cachorrão e um cachorrinho. O cachorrão fica fora da casa e o cachorrinho no meu quarto”. Casé questionou: “O cachorrão é o marido e o cachorrinho é o filho?” A menina respondeu: “É!” “Então você prefere um cachorrão e um cachorrinho do que ter um maridão e um filhinho?” — insistiu. “É! Eu prefiro sim!”

De onde vem essa falta de desejo natural pela conjugalidade e pela maternidade?

Basta ler as razões alegadas pelas meninas —razões que foram “processadas” a partir da experiência delas em família— e se entenderá as causas. Elas não desejam ter marido e filhos porque não gostam do que vêem em casa, e, sobretudo, como se viram tratadas como filhas, bem como o que perceberam na relação dormente dos pais; e, por fim, na separação hostil deles.

O profeta Malaquias diz que quando pais e filhos não se “reconciliam”, o resultado é que “a terra é ferida com maldição”. Essa reconciliação de pais com filhos é a única realidade capaz de impedir essa ferida de crescer e fazer com que o amor se esfrie na alma humana.

Pior do que a separação é a conjugalidade marcada pelo abuso, incluindo o descaso masculino para com o sentimento da mulher, encarcerada nas tarefas domesticas, enquanto o maridão continua a viver como garotão.

O ódio que caracteriza a maioria das separações conjugais, com os filhos sendo objeto de esquartejamento emocional, sendo usados como capital de crédito ou como moeda de troca ou manipulação no dia-a-dia ou na separação, é o poder mais maligno a destruir o desejo natural de toda mulher.

Quase todas as mulheres querem apenas amar e serem amadas, queridas e desejadas sempre. Esta é a única motivação que pode fazer com que uma mulher possa encontrar sentido tanto na conjugalidade quanto na maternidade.

Divórcios continuarão a existir. O que não pode mais continuar é o ódio com o qual os casais vivem, e, no processo, tratam os filhos, abrindo na alma feminina esta ferida que pode criar uma profunda cratera de inafetividade nas próximas gerações.

A igreja que queremos ser - At 2


A igreja primitiva é o modelo mais excelente para todas as outras, em todos os tempos, em todos os lugares. Esta igreja tornou-se uma referência de igreja fiel, digna de ser imitada. Ao vermos em nossos dias as mais variadas igrejas, com as mais diversas liturgias, diferenças doutrinárias e denominações, nos perguntamos: “Qual é a igreja que queremos ser”?

Ao olharmos para a igreja no livro de Atos 2, encontraremos as marcas de uma igreja verdadeira. Alguém já disse: “Só conseguiremos enxergar o futuro com os olhos do passado”.

1) Queremos ser uma igreja comprometida com a verdade (At 2.42) –

A igreja que nasceu como fruto do derramamento do Espírito e da exposição ungida das Escrituras perseverava na doutrina dos apóstolos. Não há igreja verdadeira sem a doutrina apostólica. Onde as verdades das Escrituras são negadas ou torcidas, pode haver sociedades religiosas, mas não igrejas de Cristo. A igreja não pode estar à mercê de doutrinas de homens, mas fundamentada na eterna e infalível Palavra de Deus.

A igreja não pode andar às escuras. Ela sabe com segurança para onde vai. Ela anda na luz da verdade. A Igreja atual precisa urgentemente voltar para as Escrituras. Infelizmente o que está crescendo espantosamente neste país não é o Evangelho, mas outro evangelho, um evangelho mistificado, sincrético, antropocêntrico, que busca agradar os homens, em vez de glorificar a Deus.

2) Queremos ser uma igreja marcada pela profunda união entre os irmãos (At 2.42)

Uma igreja jamais poderá atrair pessoas se não houver comunhão entre os seus membros. O amor é a evidência do verdadeiro discípulo de Jesus (Jo 13.35). Nesta igreja todos os membros da igreja estavam juntos e tinham tudo em comum. Nesta igreja a prioridade eram pessoas, hoje invertemos, a prioridade é quanto está entrando no caixa da igreja. Essa igreja acolhia com muito amor todos os que chegavam e, ao mesmo tempo, era simpática com os de fora (At 2.47). A igreja apostólica era uma comunidade terapêutica.

Atualmente, muitas vidas em vez de serem curadas, saem mais doentes de quando entraram na igreja! Numa sociedade ferida e quebrada pelo pecado, a igreja de Cristo é lugar de refúgio e restauração para aqueles que se arrependem e crêem no Senhor Jesus.

3) Queremos ser uma igreja simpática aos olhos da sociedade (At 2.47)

A igreja de Jerusalém desfrutava de uma boa reputação na cidade. Os cristãos davam testemunho irrepreensível. Eles eram uma referência para os não-crentes. Podemos dizer o mesmo dos cristãos dos dias atuais? Há muitos comércios que nem vendem mais para cristãos! Alguém já disse: “Cuide de sua vida, pois ela pode ser a única Bíblia que alguém irá ler”. Temos dado bom testemunho? Temos sido sal e luz do mundo?

Hoje a igreja é mais conhecida por seus escândalos, do que a firmeza e integridade de sua missão. A igreja é grande, mas não causa impacto. Ela tem extensão, mas não tem profundidade. Tem membros ilustres, mas não há santidade. Tem um orçamento exemplar, mas não há nela a atuação do Espírito. A igreja via de regra tem crescido para os lados, mas não para cima nem em profundidade. Tem quantidade, mas não há qualidade.

4) Queremos ser uma igreja que tem “fome” de Deus (At 2.42)

A igreja de Jerusalém não apenas acreditava na oração; ela orava. Não apenas tinha uma correta teologia sobre oração; ela orava. As reuniões de oração em muitas igrejas estão morrendo! A igreja contemporânea desaprendeu de orar. Temos grandes livros sobre oração, mas não oramos. Pregamos sermões sobre oração, mas não oramos. O povo de Deus anda muito ocupado para ocupar-se com Deus. Hoje temos gigantes na erudição e pigmeus na vida de oração. E.M. Bounds disse no seu clássico livro O poder através da Oração que: “homens mortos tiram de si sermões mortos, e sermões mortos matam”.

Hoje temos fome, mas não de Deus. Temos fome de sucesso, fama, dinheiro, etc. Como esperar outro Pentecoste se nem ainda fomos despertados para orar? Primeiro, vem a igreja toda, unânime, perseverando em oração, para só depois vir o Pentecoste.

Tenho que concordar com a magistral frase que li em um livro:

“Nunca tivemos tantos graus na igreja, mas ainda assim, temperaturas tão baixas”.

É verdade. Hoje temos apóstolos, bispos, “bispas”, logo, logo, teremos a 4º pessoa da trindade! Ó Deus tenha misericórdia de nós, e abre nossos olhos!

5) Era uma igreja que crescia diariamente (At 2.47)

Enquanto a igreja crescia em graça e santidade, Deus a fazia crescer em número. Qualidade gera quantidade. Quando a igreja planta e rega, Deus dá o crescimento (1 Co 3.6). Quando a igreja vive o que prega e testemunha no poder do Espírito, Deus a faz crescer. A igreja apostólica crescia em 3 dimensões:

A) Crescimento para cima – A igreja cresce para cima em adoração. O fim principal do homem é glorificar a Deus. Deus, e não o homem, é o centro da missão da igreja. Adorar a Deus não é apenas um momento do culto coletivo, quando entoamos hinos e ouvimos a Palavra. Toda a nossa vida deve ser uma vida de adoração. Não podemos separar a vida particular da adoração coletiva.

B) Crescimento para dentro – A igreja cresce para dentro em comunhão. Onde não há comunhão fraternal, não há adoração verdadeira a Deus. Onde não há perdão, o inimigo prevalece. Não podemos amar a Deus e odiarmos os irmãos ao mesmo tempo. Deus ordena a benção e a vida onde os irmãos vivem em união (Sl 133).

C) Crescimento para fora – A igreja cresce para fora por meio da evangelização. Uma igreja saudável não vive para si mesma. Ela não é narcisista. A igreja deve buscar os perdidos. Sua missão é anunciar o evangelho a toda criatura e fazer discípulos de todas as nações. A evangelização deve arder em nosso coração. A evangelização deve ser um estilo de vida de todo o cristão. Quão triste é saber que muitos cristãos não conseguem ganhar uma alma durante o ano inteiro. Isso deveria nos envergonhar!

Concluo com uma pérola:

“Uma igreja que não evangeliza precisa ser evangelizada”.

Pr Marcello de Oliveira

Bibliografia: Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora - 2006
Lopes, Hernandes Dias. Mensagens Selecionadas. Ed. Hagnos - 2008

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

... Eis uma história que nem todos conhecem


... Eis uma história que nem todos conhecem, mas que nos leva a pensar se precisamos mesmo conviver com a rivalidade. Refere-se a dois dos três tenores que encantaram o cantando juntos: Placido Domingo, Jose Carreras e Luciano Pavarote.


Mesmo quem nunca visitou a Espanha, conhece a rivalidade existente entre catalães e

madrilenos, dado que os catalães lutam pela autonomia, numa Espanha dominada por Madrid.


Pois bem ...


Plácido Domingo é madrileno. José Carreras é catalão. Devido a questões políticas, em 1984, Carreras e Domingo, tornaram-se inimigos. Sempre muito solicitados em todo o mundo, ambos faziam questão de exigir nos seus contratos, que só atuariam em determinado espetáculo se o adversário não fosse convidado.


Em 1987, apareceu a Carreras um inimigo muito mais implacável que o seu rival, Plácido Domingo: Foi surpreendido por um diagnóstico terrível: leucemia.


A sua luta contra o câncer foi muito difícil, tendo-se submetido a diversos tratamentos, a um transplante de medula óssea, além de uma mudança de sangue, que o obrigava a viajar mensalmente até aos Estados Unidos.


Nestas circunstâncias, não podia trabalhar e apesar de ser dono de uma fortuna razoável, os elevadíssimos custos das viagens e dos tratamentos, dilapidaram as suas finanças.
Quando não tinha mais condições financeiras, teve conhecimento da existência de uma fundação em Madrid, cuja finalidade era apoiar o tratamento de doentes com leucemia.


Graças ao apoio da fundação "Formosa", Carreras venceu a doença e voltou a cantar.

Voltou a receber os altos cachês que merecia, e resolveu associar-se à fundação.

Foi ao ler os seus estatutos, que descobriu que o seu fundador, maior colaborador e presidente da fundação, era Plácido Domingo. Depressa soube que Domingo tinha criado a fundação para ajudá-lo e que se tinha mantido no anonimato para que ele não se sentisse humilhado ao aceitar o auxílio do seu "inimigo”.


Mas... O mais comovente foi o encontro de ambos.


Surpreendendo Plácido Domingo num dos seus concertos em Madrid, Carreras interrompeu a atuação deste, subindo ao palco e humildemente, ajoelhou-se a seus pés, pediu-lhe desculpas e agradeceu-lhe publicamente.


Plácido ajudou-o a levantar-se e com um forte abraço, selaram o início de uma grande e bela amizade.


Mais tarde, uma jornalista perguntou a Plácido Domingo, porque criara a fundação "Formosa", num gesto que além de ajudar um "inimigo", ajudava também o único artista que poderia fazer-lhe concorrência. A sua resposta foi curta e definitiva:
“-Porque uma voz como aquela não poderia perder-se."


Esta é uma história real da nobreza humana e deveria servir-nos de inspiração e exemplo.

Reconstruindo o Daniel Mastral: antes tarde do que nunca



“Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR!” – Jr 17.5

Hoje tive uma agradável surpresa ao ler uma nova entrevista do escritor Daniel Mastral (nome fictício) ao site Guia-me, indicada na comunidade do orkut Filhos do Fogo do Mariel Marra, também conhecido como o Crítico.

Não está entendendo nada? Bom, senta que lá vem a história!

Daniel Mastral diz ter pertencido, no início de sua vida adulta, a um grupo satânico chamado Irmandade, que estaria planejando a subida do Anticristo ao poder. Entre magias contra os adversários, mega-sacrifícios, riqueza e poder, os satanistas também se empenhavam, na época, em contaminar as igrejas. Segundo o Mastral, algumas igrejas teriam sido criadas pelos próprios satanistas a fim de formar cristãos mornos, afinal se achar cristão não era o problema, o problema era o ser de verdade. Porém um dia o Mastral se converteu a Cristo, e a partir de então passou a escrever seus livros.

Os principais são a trilogia Filhos do Fogo I e II (sua história na Irmandade, leitura de terror proibida para menores de 18 anos), Guerreiros da Luz I e II (sua vida pós-conversão, cheia de perseguições por parte dos outros satanistas) e Voz do que clama I e II (sua vida missionária, quando passou a fazer os Seminários de vários níveis nas igrejas, que por sua vez se mostravam corruptas, não lhe pagando o devido). Porém há outros livros como Satanismo, Alerta Geral e Rastros do Oculto. Nesse último, o autor conta as intervenções satânicas desde o Antigo Egito até os dias de hoje e traz uma revelação satânica discutível: a de que haveria pessoas nascidas com um propósito especial, o de serem generais da batalha espiritual, e que essas pessoas tinham um “selo”, identificável pelos satanistas através de numerologia cabalística. Descoberta a pessoa, os satanistas passariam a interferir desde sua infância, a fim de enche-la de traumas e feridas que a aprisionariam e a incapacitariam de exercer seu ministério no futuro. Nos seminários, o Daniel Mastral dizia enxergar uma luz especial sobre os “selados” participantes do evento e esses eram chamados para receberem uma unção especial.

Quando de sua libertação do satanismo, Mastral foi ministrado pela Apóstola Neuza Itioka, do Ministério Ágape de Reconciliação. A expulsão de todos os demônios teria demorado uns 3 anos. A partir de então, Mastral passou a fazer seus seminários sob a cobertura espiritual de Neuza Itioka e do Apóstolo Jesher Cardoso da Missão Shekinah, outro ministério de libertação e cura interior. Regularmente indicava esses ministérios para quem buscasse solução para seus problemas e concordava plenamente com seus métodos, como a quebra de maldições hereditárias, como pode ser lido na resposta à pergunta 6 de uma entrevista anterior:
http://www.bandasoldier.hpg.ig.com.br/entrevista_satanismo.htm

Daniel Mastral promoveu seminários em todo o Brasil, colecionando nesse interim milhares de fãs. Sim, essa é a palavra: fãs de seu ministério, pessoas que maravilhadas com a grandiosidade do seu testemunho se submetiam totalmente aos seus ensinamentos. Ainda hoje há seus defensores ferrenhos, e ai de quem disser uma palavra contra o ungido de Deus Mastral!
Com o surgimento do Orkut, um dos seus admiradores, Mariel Marra, fundou comunidades com o nome dos livros do autor para debater sobre batalha espiritual. O próprio Mariel foi ex-wicca, fez os cursos de libertação e cura interior da Neuza Itioka e acreditava naqueles ensinos, aliás como muitos de nós. Por conta das comunidades chegou a ser procurado pelo Mastral (conhecido por não conversar com ninguém nos seminários) e tudo ia bem, até que, movido pelas Escrituras, Mariel passou a questionar alguns ensinamentos do Mastral.

A gota d’água foi seu questionamento sobre se Mastral ou Itioka teriam provado, segundo 1 Jo 4.1, o anjo Mikhael, que constantemente aparecia ao Mastral, e que foi reconhecido como o arcanjo Miguel bíblico. Essa demonstração de “rebelião” (não de bereianismo, claro) foi suficiente para que o Mastral intimasse seus seguidores a se afastarem das comunidades do Mariel.
Chegou-se a roubar a senha de administrador e excluir as comunidades sob o grito, por parte dos seguidores ferrenhos, de “caiu a Babilônia”, porém dias depois o Orkut restituiu as comunidades ao seu dono e os que gritavam se calaram e resolveram deixar o assunto ser esquecido com o tempo. A partir de então, Mariel Marra tornou-se uma voz apologética através de seu blog Ponto Crítico e de suas comunidades.

Pois bem. Anos se passaram, a Apóstola Neuza Itioka deixou de ser cobertura espiritual do Mastral e de sua esposa Isabela e hoje li a tal nova entrevista citada no primeiro parágrafo desse artigo. Alguns trechos interessantes:

“A igreja está doente, ferida, contaminada. Mergulhamos um evangelho místico, cheio de dogmas, rituais, receitas, que levam nada a lugar algum. Nos afastamos dos preceitos de Cristo: amor, unidade, oração, jejum. Jesus não ensinou aos seus discípulos demonologia, mapeamento espiritual. Não fez atos proféticos para restaurar Jerusalém, não fechou templos pagãos. Ele ensinava vida com o Pai. Oração, jejum, intercessão, unidade, amor. Antes que qualquer coisa é necessário restaurar a Noiva.”

“Em Ezequiel cap. 18 vemos claramente que não há maldição hereditária. Cristo levou maldição na Cruz. Nos esquecemos que nosso Deus é um Deus de bênção. Ele visita até 1000 vezes aqueles que fazem a sua vontade. Mas bênção e maldição depende de onde está seu coração.”

(sobre utilização de unção em chakras pelos ministérios de libertação): “Devemos olhar para Cristo. Há um ditado que diz que você é aquilo que come. Se você se alimenta da Palavra, terá uma vida espiritual sadia e o Espirito Santo te dará discernimento para todas as coisas. O que não agradar ao Pai, você saberá, pois entristecerá o Espírito que habita em sua vida.”

(sobre seus objetivos na atual batalha espiritual): “Resgatar valores de Cristo. Ensinamentos de Cristo. Restaurar a Noiva e prepará-la para Jesus. Promover a unidade, o amor. Estimular as vidas a terem vida com Deus de fato e não de fachada. O que Jesus fez em plena Batalha Espiritual que viveu na terra? Orava, ía ao deserto, orava, jejuava. Subia ao monte, orava. Não batia o pé no chão, não gritava, não fazia atos proféticos. Apenas buscava a face de Deus. Moisés fez isso, Josué fez isso, Pedro fez isso. Nós devemos fazer isso!”


É interessante a mudança de posicionamento de Daniel Mastral. A Ap. Neuza Itioka e cia. dão até curso de Atos Proféticos, tal a importância que dão ao assunto.

Ainda há muitas dúvidas a respeito do próprio testemunho do Daniel Mastral e sua relação com seus familiares, tidos por ele e sua esposa como pessoas que se tornaram suas inimigas, talvez pela revelação (ou revelamento) de que o autor fora gerado numa relação extra-conjugal de sua mãe com um importante satanista do “partido do foguinho” (que tem o fogo em seu logotipo), e sua família não aceite essa versão, ainda mais num livro que vendeu talvez milhões de cópias. Também até hoje falta ao Mastral pelo menos um pedido de desculpas ao Mariel por conta do roubo e exclusão de suas comunidades, ato que no início foi citado como pela “vontade de Deus”, mas que foi desfeita em poucos dias, mostrando-se apenas a simples e prepotente vontade de homens.

Independente de tudo isso, é bom ver que o autor pelo menos reviu alguns dos valores espirituais que defendia. Não sei se foi por revelação de Deus ou por ter perdido a cobertura espiritual de sua antiga tutora, mas de qualquer forma isso mostra a todos nós, e em especial a seus seguidores-cegos-ferrenhos, que não devemos confiar cegamente em nenhum ensino e em nenhum homem, por mais maravilhoso ou ungido que possa parecer. A verdade é e está apenas em Deus e na Sua Palavra.

Que essa nova entrevista do Mastral sirva, pelo menos, para tirar da prisão sem algemas (que são as teorias de libertação e cura interior de alguns ministérios) os incautos que se deixaram fascinar pelo testemunho maravilhoso do autor. A batalha espiritual não é privilégio de ex-satanistas: é a luta diária de todos os cristãos pela renovação das suas mentes em Cristo.

Jesus era Peripatético...


Por: Max Gehringer

Numa das empresas em que trabalhei, eu fazia parte de um grupo de treinadores voluntários. Éramos coordenados pelo chefe de treinamento, o professor Lima, e tínhamos até um lema: "Para poder ensinar, antes é preciso aprender" (copiado, se bem me recordo, de uma literatura do Senai).

Um dia, nos reunimos para discutir a melhor forma de ministrar um curso para cerca de 200 funcionários. Estava claro que o método convencional - botar todo mundo numa sala - não iria funcionar, já que o professor insistia na necessidade da interação, impraticável com um público daquele tamanho.

Como sempre acontece nessas reuniões, a imaginação voou longe do objetivo, até que, lá pelas tantas, uma colega propôs usarmos um trecho do Sermão da Montanha como tema do evento. E o professor, que até ali estava meio quieto, respondeu de primeira. Aliás, pensou alto:

- Jesus era peripatético...

Seguiu-se uma constrangida troca de olhares, mas, antes que o hiato pudesse ser quebrado por alguém com coragem para retrucar a afronta, dona Dirce, a secretária, interrompeu a reunião para dizer que o gerente de RH precisava falar urgentemente com o professor. E lá se foi ele, deixando a sala à vontade para conspirar.

- Não sei vocês, mas eu achei esse comentário de extremo mau gosto - disse a Laura.

- Eu nem diria de mau gosto, Laura.

Eu diria ofensivo mesmo - emendou o Jorge, para acrescentar que estava chocado, no que foi amparado por um silêncio geral.

- Talvez o professor não queira misturar religião com treinamento - ponderou o Sales, que era o mais ponderado de todos.

- Mas eu até vejo uma razão para isso...

- Que é isso, Sales? Que razão?

- Bom, para mim, é óbvio que ele é ateu.

- Não diga!

- Digo. Quer dizer, é um direito dele. Mas daí a desrespeitar a religiosidade alheia...

Cheios de fúria, malhamos o professor durante uns dez minutos e, quando já o estávamos sentenciando à fogueira eterna, ele retornou. Mas nem percebeu a hostilidade. Já entrou falando:

- Então, como ia dizendo, podíamos montar várias salas separadas e colocar umas 20 pessoas em cada uma. É verdade que cada treinador teria de repetir a mesma apresentação várias vezes, mas... Por que vocês estão me olhando desse jeito?

- Bom, falando em nome do grupo, professor, essa coisa aí de peripatético, veja bem...

- Certo! Foi daí que me veio a idéia. Jesus se locomovia para fazer pregações, como os filósofos também faziam, ao orientar seus discípulos. Mas Jesus foi o Mestre dos Mestres, portanto a sugestão de usar o Sermão da Montanha foi muito feliz. Teríamos uma bela mensagem moral e o deslocamento físico...

Mas que cara é essa?... Peripatético quer dizer "o que ensina caminhando".

E nós ali, encolhidos de vergonha. Bastaria um de nós ter tido a humildade de confessar que desconhecia a palavra que o resto concordaria e tudo se resolveria com uma simples ida ao dicionário.

Isto é, para poder ensinar, antes era preciso aprender.

Finalmente, aprendemos. Duas coisas.

A primeira é: o fato de todos estarem de acordo não transforma o falso em verdadeiro.

E a segunda é que a sabedoria tende a provocar discórdia, mas a ignorância é quase sempre unânime.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

VOCÊ QUER SABER SEU FUTURO?...‏



Tenho todas as razões da vida para saber que Deus é bom e que a Sua misericórdia dura para sempre!

Quanto mais discirno e observo os modos de Deus na Natureza que Ele criou — nos milhões ou bilhões de tudo..., de todas as chances..., de todas as variáveis...; da Sua paciência com os tempos do acaso...; com Sua liberdade para a vida ser, tentar, alternar, mudar...; e, sobretudo, ao ver Seu amor dando liberdade a todas as criaturas na busca de adaptações... — mais vejo que Ele é bom e que sua misericórdia de fato dura para sempre!

Na realidade a Sutiliza Imperceptível de Deus é Sua maior Grandeza!

Sim, pois Ele faz todas as coisas enquanto deixa todas as coisas encontrarem o seu próprio caminho, em meio a trilhões de variáveis, as quais nenhum de nós discerne, mas que se apresentam todos os dias a nós e a todas as demais criaturas.

Sim, Ele deixa todas as coisas encontrarem o seu próprio caminho enquanto não abandona a nenhuma delas...

Penso nisso e me recordo de como nada pode ser visto antes da hora...

Sim, pois quem pode adivinhar as variáveis de um existir?...

Ora, quando olho para trás e vejo todas as coisas que poderiam ter posto minha vida em outras direções, percebo como a sabedoria de Deus opera no “acaso”...

“Acaso, é o caso de Deus”, escrevi tempos atrás aqui no site...

Sim, Deus trabalha na espontaneidade impensável, a qual, para nós, é descrita como “acaso”...

Nós, no entanto, queremos saber o futuro... Pelo menos é o que pensamos...
Queremos?...

Sinceramente eu não quero saber de nada...

Mas há quem queira... Há quem morra para saber... E há quem mate para saber...
A vida, toda-via, é pura surpresa...

Que existência horrível seria aquela na qual eu pudesse saber tudo o que me aconteceria!...
Seria uma existência sem graça e completamente ansiosa...

E mais: seria a existência mais sem amor possível, posto que o amor seja de Deus, e Deus ama e cria na paciência das surpresas...; do acaso...

Na realidade o que sinto é que, à semelhança dos modos de Deus na Natureza, Ele trabalha no “acaso” também na minha vida...

Sim, olho para trás e vejo que uma esquina a mais..., um minuto a menos..., uma campainha de ônibus depois..., uma gripe..., um sonho..., um atraso..., um adiantamento de tempo..., qualquer coisa... — sim, vejo que tudo poderia ter mudado tudo, e nada do que é seria...

Tudo seguiu o curso de minhas decisões..., quase tudo..., ao mesmo tempo em que, de um modo ou de outro, pelo “acaso”, minha vida era e é guiada pelo vento soberano...
Sim, pois a vida é surpresa...

Surpresa em tudo, exceto naquilo em que a Sabedoria já avisa de antemão para que se não faça para que se não morra!...

No mais tudo é surpresa...

Surpresa do bom que vira mal...; do mal que vira bem...; do nada que se torna tudo...; do coisa alguma que se transforma em essencial...; e, sobretudo, surpresa ao ver que por todos os meios, todas as coisas cooperam para o bem de quem ama a Deus e vive em amor!

É por isto que não quero saber de nada...

Aprendi que meu saber antecipado ou supostamente antecipado somente trabalha contra o sentido das coisas...

Se eu tivesse sabido de tudo ou boa parte do que me aconteceu na existência até aqui, certamente teria lutado contra tudo o que não me parecesse bom, e contra tudo o que fizesse doer, e, assim, não teria chegado aqui neste lugar interior de paz e tranqüilidade; o qual, de outro modo, não vejo como pudesse ter me alcançado...

A Sabedoria que a Palavra de Deus nos apresenta não é um guia contra dores no futuro, mas apenas um guia para que se viva qualquer coisa com a melhor atitude!

Mas quase ninguém quer Sabedoria; pois, todos querem Profecia...
Sabedoria não; sabedoria é careta...
Profecia sim; Profecia é poder...

A vida, porém, nos ensina que Profecia sem Sabedoria é catástrofe; posto que a grande profecia é saber viver com sabedoria...

Você quer saber o futuro?...

Não perca seu tempo...

Antes aprenda a sabedoria que faz da vida uma profecia de coisas boas, mesmo quando a calamidade ou o “mal” nos atingem...

Por isto o Dia de Deus é Hoje; e nunca amanhã...

Entendeu?...

Nele, que é bom em todos os Seus processos e caminhos,

Caio

Fonte: Caio Fábio

A letra mata ... A ignorância também!


A crise de intelectualidade que atinge a Igreja pode ser observada na atitude superficial de muitos cristãos para com a leitura e o estudo das Escrituras. Essa atitude não está restrita aos cristãos leigos. De fato, ela é mais perceptível no meio daqueles que mais deveriam lutar contra ela: os pastores e líderes. Infelizmente, não é grande hoje o número de pastores e líderes cristãos acostumados a pensar teologicamente. Poucos estão dispostos a dedicar tempo ao estudo sistemático e profundo da Palavra. Poucos se dão ao trabalho de ler o texto bíblico dentro do contexto quando estão preparando suas mensagens. Alguns nem sequer preparam suas mensagens. Em muitos círculos eclesiásticos a idéia “abra sua boca que eu a encherei” é seguida literalmente. O mais espiritual é aquele que permite que o “Espírito fale” por meio dele, no momento em que ele ocupa o púlpito. Alguns chegam a gabar-se do fato de terem mudado a mensagem na última hora, dizendo: “ O Espírito Santo acabou de dizer que eu não devo pregar o que havia preparado”. Parece que o Espírito não sabia o que a sua Igreja precisava ouvir até a hora do culto.

Se crermos que, de fato, o Espírito Santo age desta maneira, mudando o sermão no último minuto, então é sinal de que ou não estamos buscando a sua direção diligentemente na hora de preparar a mensagem, ou estamos negando a onisciência de Deus. Estou convencido de que o Espírito Santo de Deus conhece as necessidades de sua Igreja e sabe exatamente que ela precisa ouvir muito antes de que o pregador subir ao púlpito para pregar. Se este ouvir atentamente a sua voz enquanto prepara o sermão, não haverá motivo para mudanças radicais de último minuto.

Por incrível que pareça, muitos procuram justificar esse atitude anti intelectualista com textos bíblicos como o de 2 Coríntios 3:6b, em que Paulo fala: “...POIS A LETRA MATA, MAS O ESPÍRITO VIVIFICA”. Basta ler o contexto desta passagem para ver que “a letra” da qual Paulo esta falando não é o estudo e o conhecimento do significado espiritual das Escrituras, mas a observância da Lei de Moisés, em seus ritos e cerimônias, como um fim em si mesma. É exatamente a falta de entendimento espiritual da Lei de Deus, as Escrituras Sagradas, que faz com que o homem não creia em Jesus para ter vida (João 5:39-40). Jesus disse que a vivificação espiritual é feita através das suas palavras, que “SÃO ESPÍRITO E VIDA” (João 6:63).

Trecho do livro Intelectualidade Cristã em Crise, editora Fôlego, pagina 9 e 10 - autor: Sandro Baggio

Fonte: jesus na matrix

Cura interior: prisão sem algemas


“Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi transpassado pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” – Is 53.4-5

“Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus te livrou da lei do pecado e da morte.” – Rm 8.1-2

“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” – 1 Jo 1.9

Qual pessoa não tem problemas? Seja cristão ou não, todos temos imperfeições, defeitos, manias, vícios, uns que não trazem grandes transtornos, outros que realmente atrapalham nossa vida. Porém, se você for cristão, já há a solução para todos os seus problemas: seminários de libertação e cura interior.

É infeliz no amor? Não pára em nenhum emprego? Tem um gênio ruim? Sofre dificuldades financeiras? Possui alguma enfermidade? O diagnóstico é claro: maldições hereditárias e/ou pecados não confessados, que abririam as brechas para que os demônios possam nos atormentar 24 horas por dia (alguns até “chipam” as pessoas para facilitar o monitoramento). A solução? Só passando pelo processo de cura interior.

Basicamente funciona assim: o vitimado por algum mal vai a um seminário de batalha espiritual e cura interior que, dependendo do ministério, pode durar um final de semana ou 7 reuniões, uma a cada semana. No seminário, ouve palestras que utilizam passagens da Bíblia fora de seu contexto (por exemplo, atrelar o fato de terem que tirar os panos que prendiam o corpo do recém-ressurreto Lázaro com o fato de ser necessário tirar os “panos” ou “pecados não confessados” dos já convertidos para que a libertação aconteça de fato), com o intuito de provar que a libertação não vem apenas de Jesus Cristo: é preciso seguir uma série de procedimentos, os quais foram revelados nos últimos tempos aos líderes dessa metodologia (a propósito, como ficaram os trocentos milhões de cristãos desde os primeiros tempos até o século passado, que desconheciam as técnicas de cura interior?). Se o cristão não seguir os procedimentos, continuará com seu espírito ou alma aprisionados nas profundezas, sendo atormentado pelos demônios com doenças e esquisitices. Por isso é que muitos cristãos, segundo os defensores dessa técnica, vivem espiritualmente “mortos”: porque suas almas ou espíritos estão presos, e não podem receber mais de Deus por isso. Essa prisão ocorre por culpa do próprio cristão e de seus ascendentes, que em algum momento autorizaram os demônios a agirem em suas vidas. Para anular essa ação, deve-se rejeitar a tal autorização, e como o demônio (não os líderes cristãos, claro!) é muito legalista, é preciso nomear demônio por demônio, pecado por pecado, e ai do fulano se esquecer de algum! Se esquecer, esqueça a libertação também, pois por esse demoniozinho ou pecadinho esquecido de renunciar sua alma ou espírito continuará preso.

No site do Ministério Ágape de Reconciliação há um formulário que precisa ser preenchido por todos que participam do evento. Os líderes oram e escolhem os casos mais escabrosos para serem ministrados individualmente; o restante recebe as orações e palestras coletivas apenas. Note que o formulário é bastante completo, tem nome de demônio que nunca nem pensei que pudesse existir, nomes de rezas, de religiões, de diversos tipos de envolvimentos que precisam ser lembrados pelo fiel. Mas gente, já pensou se o coitado fez um pacto sem querer com um demônio cujo nome não está na lista, ou fez algo há tanto tempo que não se lembra mais?

Na ministração individual, “privilégio” de poucos, já que o tempo é escasso e são vendidos muitos ingressos para os seminários, um pastor e um intercessor ficam perguntando sobre sua vida, e o intercessor, de acordo com o que você fala, recebe “revelações” do que está espiritualmente por detrás daquilo. Aí ora-se, renuncia-se a tudo o que está no formulário, expulsa-se os demônios, rasga-se o formulário e o cristão está livre, leve e solto!!! Está mesmo?

Não há estatísticas confiáveis sobre quantos são realmente libertos, pois não há o interesse dos ministérios de libertação e cura interior de acompanhar os casos com o passar do tempo. As únicas estatísticas que esses ministérios guardam com alegria (orgulho?) é a de quantos já frequentaram os seminários e cursos. Mas eu entendo isso, o importante é fazer a obra, se o fulano não foi liberto é problema da fraqueza espiritual e da falta de fé dele, nós como ministério somos muito ocupados, tendo que realizar seminários pelos quatro cantos do país, então não há como se preocupar com as vidas: elas que procurem seus próprios pastores.

Até entendo que possa haver alguma boa intenção na busca de tantos crentes por cursos de libertação e cura interior, porém essa doutrina fere o sacrifício de Cristo por nós, tirando Dele e colocando em nós mesmos o poder por nossa libertação. Não adianta nada Jesus ter morrido por mim, se não rejeitei várias vezes (uma vez só não adianta, o bicho é tinhoso) que quando pequena comi uma balinha na festa de Cosme e Damião, e essa bala estava consagrada ao caboclo não-sei-das-quantas (como vou saber, se eu era pequenininha e não sabia o que era caboclo?). O sangue de Cristo não tem poder nenhum sobre mim se eu não confessar os pecados que meu tataravô, aquele escravocrata, ou será escravo, ou será até mesmo algum índio canibal (sou descendente de negros, índios e brancos) cometeu naqueeeela época, e que abriu a brecha para que um demônio qualquer atormentasse pessoas da minha família até chegar a mim, a sortuda que tem a ferramenta da cura interior para me salvar! Mas e aí, como me lembrar dos pecados do meu tataravô? Mal conheci meu avô!!! Ah, mas para isso existem os intercessores, só eles podem ver o passado, presente e talvez o futuro! E, descoberto o problema e feita a renúncia, outra brecha do passado surge e lá vamos nós investiga-la de novo…

A doutrina da libertação e cura interior acaba se tornando uma prisão sem fim, onde demora-se anos para que uma vida seja restaurada, porém onde não há muitas vezes interesse em se perder anos com uma vida quando se pode ministrar vidas ao atacado todas as semanas. Se a ministração é superficial e serve mais para confundir do que para esclarecer não importa, o importante é que estamos fazendo a obra de Deus. Mas Deus disse para substituirmos Seu Filho por métodos?

Jesus disse que veio nos trazer vida e liberdade. Numa sinagoga em Nazaré, Ele abriu o livro do profeta Isaías no capítulo 61:

O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração de vista aos cegos, para por em liberdade os oprimidos e apregoar o ano aceitável do Senhor. – Lc 4.18

Então passou Jesus a dizer-lhes: hoje se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir. – Lc 4.21

Se já se cumpriu no Reino de Deus a libertação dos cativos e oprimidos, para que precisamos pesquisar nosso passado em busca de todos os envolvimentos malignos? O batismo e o confessar a Cristo não têm poder nenhum?

Têm sim. Quando aceitamos a Cristo como nosso Senhor temos todos os pecados perdoados por Seu sangue e em Jesus somos justificados diante de Deus. Porém essa tem que ser uma verdade em nosso coração, não apenas de boca. O sermos santos não nos impedirá de termos problemas, de sermos atribulados, de sermos perseguidos, pois a boa-nova diz que no mundo teremos aflições, porém Jesus venceu o mundo e, com Ele, somos também vencedores. Cristo nos liberta, quem nos aprisiona são sistemas e doutrinas humanas, cercadas muitas vezes por uma aura mística que lhes denota um poder especial. Não é preciso fazer curso de cura interior para expulsar demônios (os discípulos fizeram?), mas muitos estão fazendo porque a idéia lhes foi muito bem vendida.

Queremos verdadeira cura interior? Peçamos a Cristo que nos faça uma cirurgia cardíaca espiritual, tirando nosso coração de pedra e colocando, em seu lugar, um coração de carne. Rapidinho vamos ver os resultados, e nem precisaremos perder tempo nomeando demônios.